terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O que Somos? Por Certo Excelentes Falsificadores do Nosso Passado.

 

                Como criadores de inúmeros espaços/tempo nós humanos podemos não existir, só para contrariar o mestre Descartes que diz que existirmos por decidir, me tenta muito a ideia de que seguimos sim todos os caminhos, com múltiplas versões de nós mesmos cada qual com seu espaço/tempo.    

 

                Assim sendo todas as versões do que chamaria de “mim Mesmo” se deparam com a mesma terrível questão “Serei eu o protagonista do meu existir”, ou mais terrorista ainda “Sou minha versão correta, verdadeira” o que definitivamente nos leva a concluir pela real inexistência de nós outros.

 

                Bom até aqui estou trabalhando com possibilidades, agora gostaria de avançar em direção ao título deste post, agora sim uma certeza conhecida de todos, reescrevemos eternamente nosso passado com a cara adequada há cada presente.

 

                O acaso e suas circunstâncias nos levam, em caso de legitima defesa própria, a falsificar constantemente nosso passado e mais grave ainda, esquecer as múltiplas versões Já feitas por nós mesmos em nome de uma verdade pessoal toda dirigida a melhor viver o momento presente e juramos a nós mesmos em nome dessa verdade criada agora e que certamente será solenemente negada no momento seguinte, sempre que este possa existir.  

 

                Isso me lembra o escritor perfeito cuja obra prima é tanto reescrita que sua publicação só ocorre com a morte, mas não somos só falsificadores da nossa história, somos também retocadores eternos daquelas fotos que catalogamos como lembranças, seu número é tão grande que sempre trabalhamos com uma quantidade ínfima também diversa conforme nossas necessidades presentes com os diferentes retoques que o momento necessita.

 

                No caso da lembrança a mágica é muito simples, pois como a fotografia sem volume, sem tempo, sem massa por si só se prova como inexistente, por mais que a procuremos nunca a encontraremos, com muita dificuldade, talvez em um grande esforço, possamos imaginar vestígios e adequá-los as necessidades de provar sua existência.   

 

                Já vejo alguém armado de cinco pedras célere a me contestar dizendo que pode documentar com testemunhas que seu passado descrito é verdadeiro, como se testemunha pudesse documentar algo que não viveu, a mesma não só não vivei o que dizes ter vivido como padece do mesmo problema o presente e suas circunstâncias é que embasa seu momento testemunho do qual também não pode ter certeza.

 

                Não estamos falando do que chamaríamos de má fé, menos ainda do que designamos de boa-fé, estamos falando de acaso e circunstâncias, sempre posto que pudéssemos acreditar em bem ou mal o que não consigo fazê-lo, no máximo consigo acreditar que existo, nem que seja como parte de alguém que exista de fato e meus momentos tanto são maravilhosos como terríveis sempre dependendo da minha versão que serei no momento seguinte.   

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Todo Final Tem a Grandiosidade da Morte.

 

                Como dizia o maravilhoso poeta Rainer Maria Rilke “Verdade é que cada um morre sua própria morte que é única porque feita do que cada um viveu e tem os mesmos olhos azuis que ele se azuis os teve.”, como tal cada final é próprio de quem e como o viveu.

 

                A eternidade é uma invenção, sempre como a vida o que começa termina em morte, inclusive pode representar um maravilhoso começo, não temo a morte, não temo o final, o vivo como uma celebração da vida vivida.

 

                Em cada poema, em cada escrito, em cada pedaço de vida, este morrer de um final tão somente é a alegria de tantas coisas maravilhosas que foram experimentadas, não há espaço para magoas, não há porque ter queixas a só a gratidão por tudo que o espaço de tempo em que foi vivido nos deu.

 

                Não há culpa na morte, não a culpa no final, eles são assim, tão somente mais um ciclo que cumpriu sua missão, foi vivido com suas alegrias e tristezas e esta soma de diversidades é o que nos permite ver felicidade, só me cabe sempre agradecer.  

 

                Por certo um final de uma relação, assim como de um livro ou de um filme, pode ter várias alternativas, ora felizes, ora alegres, ora tristes, mas sempre são o desconforto de uma morte o que não nos impede de curtir imensamente o vivido e sempre ser lembrado como mais uma obra prima.

 

                Seria uma luta inglória desrespeitar a finitude das coisas desafiando sua necessidade de concluir seu ciclo, não é o fato de chegar a este momento, apesar de nos dar uma certa sensação de que poderia ser eterno, que irá desmerecer tantos ganhos que tivemos durante o seu desenrolar.

 

                Roubando deste nosso mágico e inspiradíssimo escritor Proust a frase “Os prazeres e os dias” sim é tudo que conta e todos os personagens da nossa história merecem todos os créditos por eles terem acontecido.

 

                O que não vale é esticar um texto, acabado, completo e pleno em si mesmo, para apenas evitar seu fim e muito menos macular suas boas lembranças com uma desgastante busca de culpas e incompetências.

 

                Nossa simples condição humana, por si só, representa uma quantidade de imperfeições o que não nos diminui, ao contrário nos engrandece, permite transformar o que foi bem vivido em oportunidades de vive-lo melhor em outro espaço de tempo.   

domingo, 26 de dezembro de 2021

Jogo do Poder - Sexualidade Antropofágica.

  

Onde erramos? Quando transformamos nosso primeiro passo consciente em busca do prazer, a sexualidade, por que alimentarmo-nos e expelir os resíduos são prazeres que nascem com a vida, em um antropofágico jogo de poder.  

 

Este nosso encontro com a sexualidade lá nos primórdios de nossa infância é um ato claro de vontade e consciência, representa a descoberta de nosso corpo, dos sentidos, e do prazer que nos possa dar e como tal deveria no encontro ao outro servir a construção mutua de felicidade.

 

Cooperar com o outro para buscar o prazer juntos, em suas diferentes formas, respeitando as particularidades de cada um deveria ser um dos principais caminhos via sexualidade de encontrarmos o melhor de nós mesmos.

 

E o que vemos hoje no dia a dia é a transformação do sexo em uma competição pelo poder, as relações cada vez mais se tornam insatisfatórias pois o jogo da submissão exige perdedores e sempre traz para o possível vencedor a sensação de insuficiência o que força mais opressão.

 

Por certo neste momento de êxtase é onde mais aparece nossas inúmeras imperfeições, sim porque o que nos define como humano é o conhecimento continuado de nossas limitações, se o transformamos em uma construção conjunta saímos melhores, mas sempre que competimos, como que em estado de guerra, nos diminuímos todos.

 

Bom, não é difícil de entender, se traçamos para todos os atos de nossa existência a competição e o consumo porque não o faríamos ao exercer nossa sexualidade, infelizmente também ela faz parte do ato de transformarmos nossa existência em um jogo de poder.

 

Então o caminho passa pelo esforço pessoal de reeducação, precisamos nos reposicionar sobre o que é ser humano e principalmente sobre o que é viver como ser humano, o que pode então recuperar nossa vocação primeira que é a de ser prazeroso e feliz, assim o fazendo podemos transformar todas as ações de nossa vida, a sexualidade inclusive, em momentos presentes de intensa satisfação pessoal e comunitária, ou seja o encontro com uma humanidade melhor.

 

A humanidade merece ter mais paz e harmonia, merece encontrar uma vida comunitária mais construtiva e com isso sermos todos seres humanos muito melhores, isso não é uma utopia é na verdade uma vocação.           

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

A Curiosa Mistura entre Sonho e Desejo.

 

                O que pode um educado, cooperativo por isso desajustado social, anarquista por saber que todas as organizações se baseiam no jogo do poder, ateu por acreditar demais no Homem e na humanidade, desejar senão um grande silêncio na alma.   

 

                Sim este silêncio d’alma se explica por uma inoportuna confusão, ou mistura, entre desejo e sonho, como explicitar em palavras o que a priori não pode ser entendido por quem quer ouvi-las.

 

                O desejo é tão simples e tão difícil de ser conseguido, que facilmente se confunde com o ouro dos tolos, ser melhor e ajudar os que o cercam serem melhores e assim alcançarmos uma humanidade mais igualitária, fraterna e justa.

 

                As dificuldades começam pela palavrinha impertinente, melhor, o que realmente é ser melhor, por certo este é um mistério que nós portadores do livre arbítrio vamos pesquisar eternamente no nosso presente vivido, aí já começa o sonho decidir sempre pelo nosso melhor.

 

                Avançado um pouco nos damos conta que esta decisão pelo melhor sempre envolve o outro que também dentro de suas altas potencialidades e como não de suas dificuldades, assim como o somos nós mesmos, também convive com a dificuldade de entender.

 

                Quando somos competitivos fica fácil falar de desejo, podemos estabelecer metas a serem medidas e que em nosso mundo interior nos diferenciaria do outro, estabelecendo uma hierarquia de poder que conferimos a nós mesmos.

 

                Não consigo me encontrar na competição, sempre que olho em direção ao outro encontro a mim mesmo e retorno a velha questão como posso ser melhor e encontrar prazer e felicidade em mim mesmo e que este encontro em mim se propague aos outros.        

 

                Então reside aí nestas questões a dificuldade para responder a uma pergunta tão simplória, o que desejas? Em verdade não desejo, sonho viver este eterno presente sempre sendo um pouquinho melhor, por mais insignificante que seja esta distância ao meu presente anterior.

 

                Este é um desafio permanente que por si só justifica o ato de viver.    

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Jogo do Poder - Repaginação dos Feitores de Escravos.

 

                Ano após ano, décadas se sobrepõe, séculos substituíram séculos e o quadro que vemos pintado na humanidade é o mesmo, mudou a cosmética, mas em sua essência o que vemos é uma minoria, bem assessorada por feitores, escravizando a maioria.

 

                Por certo hoje os feitores não tem mais aquela imagem de revolver na cintura e relho nas mãos, menos ainda os escravizados estão atados por correntes de ferro e grilhões, mas o funcionamento permanece o mesmo com a utilização de sofisticadas tecnologias.

 

                A sofisticação da autoridade em nada altera o efeito rebanho na grande maioria submissa, para tal os escravizadores contam com os feitores transvestidos de influenciadores na sociedade globalizada e como os de antigamente vivem das migalhas da mesa para fazer o trabalho sujo necessário ao abusivo acumulo de riqueza.

 

                Estamos cheios na rede global de difusores da autoajuda, a ideia básica é manter com um nível mínimo de satisfação pessoal o seu publico trabalhando no que não gosta para traduzir este esforço em consumo dirigido a alimentar a concentração de renda.

 

                Não podemos esquecer nunca o papel triste exercido pelos motivadores do consumo á seduzir o grande público a conquistar prazer e felicidade com a última versão tecnológica de cada item que em sua versão anterior já se mostrou incapaz de fazê-lo.

 

                Criaram-se inúmeros mecanismos de vender necessidades, que por sinal se mostram incapazes de funcionar como tal, e os novos feitores tem como serviço a ser remunerado por este esforço continuo de convencimento.

 

                Por óbvio não poderíamos aceitar que em pleno século XXI as pessoas pudessem responder positivamente ao autoritarismo direto exercido no passado, hoje se exige-se mais sofisticação e por isso mesmo os novos feitores estão transvestidos de comunicadores, líderes religiosos, políticos, influenciadores e aplicativos, aos quais se exige da população uma fé cega de seus postulados a serviço dos acumuladores de riqueza que são seus reais beneficiários.

 

                Quebrar esta cadeia é um imperativo para derrubar o autoritarismo, está na hora de romper este jogo de poder que coloca na mão de poucos toda a riqueza e tem a seu dispor estes serviçais da manipulação da vontade da grande maioria da população.          

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Jogo do Poder - Sobre o Criatório.

                Apesar das diversas mutações são três os principais personagens do jogo do poder, o autoritário obsessivo pelo poder, o submisso e o rebelde. Para formarmos cada um destes modelos de comportamento temos aperfeiçoado no tempo a organização que chamamos família.

 

                Não se iludam pensando que não goste do conceito de família, gosto e gosto muito, apenas como estrutura foi aparelhada para servir ao jogo do poder, funcionando como criatório de seus principais jogadores.

 

                Todos os experimentos do autoritarismo paternalista são em tal espaço executados, formando o perfil de cada um dos seus membros e influenciando definitivamente no comportamento que os mesmos terão na sociedade em suas diversas atividades desde o lazer até o labor.

 

                Se toco neste tema é pela necessidade de revermos imediatamente o funcionamento do núcleo familiar criando uma estrutura que funcione de maneira colaborativa e com isso desenhando novos perfis mais construtivos capazes de atuar em uma sociedade mais justa e igualitária.

 

                Não temos ilusão de que esta reengenharia não se faz por decreto e por certo tem um bom tempo para realizar-se, mas urge discuti-la, e enfrentar as várias organizações que continuam influenciando às famílias á manterem este modelo autoritário de convivência.

 

                Este é um debate que a sociedade tem evitado de realizar, tem tratado tão somente por leis repressivas moderar o jogo interno de poder, e o que deveríamos mesmo é discutir na base os comportamentos familiares com intuito de ajudar no nascimento de uma nova estrutura familiar mais adequada aos individuas e a sociedade.

 

                Está aí um bom desafio que o mundo poderia enfrentar, reconstruir a sociedade á partir de um novo individuo criado em uma nova família, inevitavelmente se insistirmos em propagar autoritarismo em nossas famílias o estaremos reproduzindo nos governos e em todas as instituições sociais.

 

                Não existe receitas pré-concebidas para esta operação, é um ato de criação, algo que o homem tem vocação e pode exercer desde que haja manifesta vontade de fazê-lo, então nos resta dar o passo inicial e pormo-nos a enfrentar de público o problema.            


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Não Sou o Que Você Acredita Que Precise.

                Não sou o amigo menos ainda o inimigo que acreditas que precises, não sou o amor nem o ódio que pensas que necessites, não sou o pai tampouco o filho que imagines lhe faltar, não sou o bem ou o mal que lhe possa afetar, e a pior noticia é que ninguém o é.

 

                Sou, você é, todos somos simplesmente uma porção de vida, muito própria, muito particular e como tal movimento constante no dia a dia á nos afetar e influenciar, todos invadem nosso espaço particular enquanto como contrapartida penetramos no íntimo deles também.

 

                Não há como evitar esta indesejada interferência de nós na humanidade e desta em nós, até porque sem ela como espelho nosso, de cada um de nós, deixaríamos de ter a noção de espaço e tempo e nos reduziríamos ao nosso principal enigma “o que realmente somos”.  

 

                Toda a ilusão definidora de valores que me atribuo, nada mais são que sombras do que realmente sou construído sob a luz que transpassando a mim vejo no outro, ou seja, tem valor apenas para mim sem nenhum significado para o outro.

 

                Andamos neste vai e vem a colidirmos entre nós em metamorfose constante, nada que nos assuste pois isso é viver, a ponto de não nos reconhecermos no que fomos instantes atrás e nem o poderíamos, pois, este ser “dos instantes atrás” já morreu para sermos o presente, vivemos esta morte e ressureição permanente.

 

                Sendo assim como o é, misterioso, inexplicado e indefinido, cada um de nós viventes só pode ancorar a vida em outro igual a nós, como farsa, como ficção, somos uma grande diáspora, uma grande torre de babel, tudo o que podemos entre nós é ser solidários no grande desconhecimento que temos a nosso respeito e do outro.   

 

                Cabe a cada um encontrar sua própria receita de existir, sempre respeitado essa necessidade do outro de também encontrá-la, sem a prepotência de indicarmos caminhos, sem a insensatez de definirmos leis e verdades universais, estar juntos significa acima de tudo um profundo auscultar-se a si mesmo reservando a nós e só a nós mesmos qualquer julgamento.

 

                Por certo não podemos optar por abdicar da vida social, por esta ser uma vocação inata do ser humano, mas nela devemos viver e respeitar completamente a individualidade de cada um para que a possamos chamar de um estarmos juntos.                

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Réus de nosso próprio Julgamento.

 

                Não temos escolha, o passar dos dias nos expõe continuadamente ao nosso próprio julgamento, mesmo quando creditamos a outrem atos inadequados a humanidade e a natureza, o estamos fazendo em relação a nós mesmos.

 

                Sempre divididos entre nossa vocação de lançarmo-nos ao outro e a liberdade da solidão creditamos-lhes culpas que são nossas, apesar de sistematicamente negarmos, bem sabemos que não há nenhuma possibilidade de nosso equilíbrio pessoal ser afetado por quem quer que seja.

 

                Os próprios acasos da natureza nada mais são do que expressões naturais que nos obrigam a reagir, a expressarmos plenamente a vida que em nós existe, se pretendermos cataloga-los como culpados apenas estamos fugindo de nossa responsabilidade.

 

                O duro trabalho de desvendarmos o que realmente somos é facilmente desviado pela observação do outro, quando bem sabemos que este é o espelho onde melhor nos vemos, inventamos-lhes perfis, implacáveis ao carimbar lhes rótulos, esquecemos de olharmo-nos.

 

                Neste descompasso entre o outro distrair-nos de nós mesmos e o entendermo-nos melhor, na analise das consequências em nós acontecidas por ocasião do encontro com o outro está a decisão entre sermos sujeitados ou sujeitos.

 

                Só homens livres podem andar juntos, quem não o for é um simples ator destinado aos dois únicos papeis ora dominador, ora dominado, nas diversas relações que estabelece, e para sermos livres obrigatoriamente devemos nos desapegar desta indesejável herança de milhares de anos da nossa espécie.

 

                Se fosse fácil não estaríamos em grande quantidade funcionando pela vida como rebanho, repetindo slogans que não validamos conosco mesmo, esta imersão em um ativismo que busca o movimento constante como forma de abdicarmos do pensar nos leva a uma vida vegetativa, onde o universo acontece na gente e não nós no universo.

 

                Olharmo-nos mais quando sozinhos ou acompanhados pode ser o único espaço para desbravarmos esta quantidade de mistérios que este universo desconhecido representa, há vida por toda a parte e como tal se manifesta, é um enorme sistema de trocas e tão somente entendermos como elas funcionam conosco pode iluminar nossos caminhos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Vida e Morte, duas Faces da mesma Moeda.

 

                Vocação impressionante para prepotência é o que temos como humanos, apesar de sermos um eterno tombar da moeda cujo acaso elege a morte ou a vida, nos aprumamos em orgulhos de beleza, inteligência e poder entre tantos outros fascínios que construímos para nós mesmos como se donos fossemos da humanidade e da natureza.

 

                Nem perto estamos ainda em desvendar o que é viver e já nos alçamos em direitos de propor, recomendar e autoritariamente conduzir outrem as nossas frágeis receitas de bem viver, claro que são apenas distrações da nossa incapacidade de compreendermo-nos, assim renunciando a própria vida.

 

                Estamos construindo estas relações viciadas em influenciar os outros vendendo como verdades, mentiras nas quais fingimos acreditar, tudo em busca de pequenas vantagens que nunca nos irão satisfazer, pois pecam pela raiz que é o competir, na versão brasileira tirar vantagem de tudo, quando deveriam ter como base o colaborar.

 

                Encontrar juntos caminhos, este ato poderoso de descobrir, é talvez a principal vocação a ser despertada em cada um de nós, como desnudarmo-nos desta veste competitiva e consumista e vestirmo-nos do poder criador, parece ser o grande desafio do momento para trocarmos esta humanidade doente por uma sadia.

 

                Não existimos para tão pouco que nos servem estas pequenas vaidades, virar tudo do avesso, rescrever nossa história, a transvaloração dos valores é a pauta do dia e tal esforço exige que nos agrupemos como seres livres dispostos a caminhar juntos.

 

                Dobrar o tempo, construir nosso presente é obra que urge ser consumada e depende do esforço de toda a comunidade humana, chega de nos destruirmos, chega de nos humilharmos, vamos juntos construir o momento da humanidade universal, sem falsos orgulhos e com a humildade de quem sabe que tem tudo a descobrir e muitíssimo a criar no universo.  

 

                Não necessitamos de exércitos, não dependemos de deuses, não nos subjugamos a verdades criadas em ficção, a liberdade e a justiça são os grandes marcos dos possíveis novos tempos, não a utopia dos pós morte, não aos arautos de verdades nunca comprovadas, não ao acreditar por acreditar, e sim há criação do novo homem.           

 

domingo, 26 de setembro de 2021

Mistérios & Revelações

 

Envolvido em o vazio me compõe.

Percebo imensidão do meu espaço.

Contabilizo o prazer, nada opõe.

As alegrias são a vida em laço.

 

Está bem que não conjugue o perfeito.

Mas queixas não sobram no dia a dia.

Verdade, alegria é o efeito.

Sempre em mim o ganho de mais valia.

 

Se a mim mesmo o chamo de mistério.

Não falta de esforço de me conhecer.

Mas por simples pensamento deletério.

Que insiste em mim se estabelecer.

 

Sempre no controle estabelecido.

Por revelação óbvia, a incerteza.

Não consigo não ser sempre bem vivido.

Na interminável vida correnteza.  

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Inevitável Nudez

 

Contrariado, me exponho público.

Minha Pena, em mim mesmo se apoia.

Transforma-me em personagem Lúdico.

 Criando meu próprio cavalo de Troia.

 

Todo texto meu, sem pudor me desnuda.

Sina que mina as histórias que conto.

Autor em protagonista me transmuda.

Ante olhos meus, pronto, pareço tonto.

 

No escrito a cada passo das letras.

Meu viver, como foto é revelado.

Eu perdido entre tantas outras tetras.

Por minhas palavras fui enganado.

 

 

Seja destino, inevitável nudez.

Para poder cantar as minhas histórias.

Aceito-me neste limite feito tez.

Meu protagonista conquiste glorias.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Pós Verdade - Conjunto de Tetas Mentirosas Mamadas por Mentira Desejada.

 

Falso, muito falso os tempos que vivemos, onde os fins sempre justificam os meios, nosso tempo é de enganar quem quer ser enganado, nem um nem outro realmente acredita, nem no exposto e muito menos no percebido, o que vale é justificar-se em seus atos egoístas.

 

                São tempos de verdades fantasiosas, construídas pela fuga ao espirito critico, nossa bengala a cada crise de consciência é uma declaração de fé e como tal é desnecessária uma justificativa racional, vivemos o é por que é.

 

                Se machuco alguém, não o faço por maldade e sim para corrigir o mal que ele representa, acreditando nisso estou me transformando no inumano justiceiro, acima do bem e do mal, minha violência é justa tão somente porque me serve.

 

                No intuito de validar meus equivocados atos, abraço terceiros que os cometem, agarro-me a argumentos que o validem frente as minhas crises de consciência, caindo na completa dependência a outrem em detrimento do meu livre arbítrio.

 

                Como naquela brincadeira de dominó, derrubada a primeira peça em sequência uma a uma caem também, assim um equívoco justifica o próximo, para validar o anterior e nem me dou conta mais da camisa de força que em mim mesmo vesti.

 

                Me acostumo a não questionar, a fechar os olhos para a diversidade, renego a mim mesmo o decidir, começo a acreditar nas minhas mentiras, que de minhas só são a submissão continuada a vontade dos outros.

 

                Deixo de ser um inocente útil, perco a pureza de ser eu mesmo, passo a ser um serviçal de interesses de terceiros, entro em guerra contra os outros e comigo mesmo em busca da aprovação de meus atos por outrem.

 

                Sabemos que na humanidade tudo é cíclico, porém esta espiral tem no momento um descaminho, expande-se para menos humanidade ao abraçar-se em razões com uma lógica inapropriada, pautada por eficiência e competição quando deveria andar de braços dados com a cooperação.

 

                Construirmos diálogos para somar, arregaçar as mangas lado a lado por uma humanidade melhor é o único caminho possível para a regeneração da comunidade humana, enquanto nos esquivarmos desta tarefa estaremos cada vez mais reféns do egoísmo e da voluntária servidão   

terça-feira, 2 de março de 2021

Grande Mídia é Cumplice Sim da Injustiça Social no Brasil.

 

                Culpada de manipulação da opinião publica brasileira em qualquer estudo sério que se faça dos conteúdos de suas publicações a grande mídia é corresponsável pelo atraso político-socioeconômico brasileiro e necessita ser contraposta.

 

                Seus pequenos movimentos em direção ao espirito critico estão soterrados por uma inundação de conteúdos dirigidos ao controle social, a serviço como sempre das elites brasileiras, tão somente servem para fingir independência.

 

                A mistura entre política e imprensa é incontestável pelos mecanismos de controle de distribuição dos meios de comunicação entre os diversos interesses oligárquicos nacionais, as autorizações de funcionamento cumprem rituais de manutenção da desigualdade social.

 

                Promiscua com o poder econômico e político a indústria do entretenimento e da comunicação trabalha permanentemente o imaginário da sociedade quanto ao bem e ao mal moldando-o conforme seus interesses de poder.

 

                Romper com este desiquilíbrio exige definição transparente e publica do pensamento de seus proprietários, pois notório é que os mesmos definem a pauta, bem como dos principais financiadores de sua empreitada.

 

                Obrigatoriamente teríamos que ter uma empresa estatal construída com independência a serviço do seu verdadeiro patrão, a nação brasileira, capaz de trazer isenção e uma inovadora contribuição cultural, preservando sua independente frente a democrática alternância de poder.

 

                Informar e formar a população é uma concessão publica e como tal deve ter regras que permitam a manifestação das diferentes correntes de pensamento, este deveria ser o critério primeiro para liberação das autorizações de funcionamento, exigindo em todos os casos a explicitação pública do seu objetivo editorial.

 

                Reescrever a politica de comunicações no Brasil é uma tarefa premente sempre que pensamos no crescimento da nação brasileira em seus aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos, atingindo assim nosso sonho de uma sociedade feita de homens livres e de bem estar social.   

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Síndrome Existencial Brasileira, Idolatria ao Coronel.

 

                Excluindo os homens livres estamos divididos entre os candidatos a coronel e os candidatos a vassalos, temos policiais, temos legisladores, temos juízes, temos executivos públicos, temos chefes religiosos todos candidatos a coronel todos expondo suas crises de humanidade via ignorância, via violência, no velho modelo paternalista colonial.

               

No novo Brasil como nos tempos antigos estes coronéis só são possíveis em nome do interesse da matriz colonialista, ao qual servem, que os autoriza a cometer suas pequenas maldades, sempre foram eles, os coronéis, que executaram o serviço sujo de explorar a natureza e o homem.

 

Desprotegida a população, ou se reveste de resistência em quilombolas compostas por homens livres, ou se presta a vassalagem idolatrando seu algoz em troca de proteção, assim abonando sua própria escravidão.

 

Como condenar os atingidos pela desesperança que se entregam a este desatino por seu despreparo propositadamente gerado pelos poderosos de sempre, condenados injustamente a gastar todos os seus esforços na luta pela sobrevivência, não lhes sobra o tempo para almejarem a liberdade.

 

Ao entorno destes coronéis, como ainda o é hoje, forma-se uma corte de candidatos as migalhas da partilha espoliada, pequena parte por sinal, que cabe ao chefe local, seu serviço é simples além da bajulação obrigatória, trabalhar em prol de manter a síndrome de vassalo em grande parte da população.

 

No mundo cada vez mais poderoso em tecnologia e globalização, quem faz este papel de corte aos coronéis são os diferentes influenciadores, nas mídias sociais, na imprensa oficial, nas organizações religiosas ou ideológicas, ao impingir dogmas via insistência programada de conversão.    

 

Mudou o cenário, mas o filme é o mesmo de dois a três séculos atras, regredimos no tempo não por acaso, mas por trabalho pensado de quem sabe que nossas riquezas humanas e naturais são um enorme risco para a matriz colonialista.   

 

Nossa luta é dia a dia manter o bom combate, convocando a nação para assumir sua vocação de homens livres, assim construído o tão sonhado Brasil cooperativo em vivência de bem estar social.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Minha Lição de casa - Isolar o Vírus Antidemocrático.

 

                Fascistas nossos três poderes querem vitrine, nossas pedras apenas os fazem brilhar em uma sociedade que quantifica pelo número de curtidas, nossas críticas transformam-se em fermento para o crescimento da ignorância e autoritarismo, agora é hora de conscientizar e partir para a mudança.

 

                Vamos construir juntos uma agenda positiva, cada qual com suas armas, a prosa, a poesia, o cartum e inúmeros outros recursos que possuímos, vamos desenhar o país que sonhamos e merecemos, por certo ampliaremos a corrente dos humanistas apaixonados pela natureza e povo exuberante que esta nação merece ser.

 

                Primeiro grande pilar, a educação, não abrimos mão que seja universal e gratuita, grandes investimentos devem ser feitos na sua qualificação para que seja formadora de espíritos críticos, pois estes e tão somente estes podem construir a pujança futura da nação, sua amplitude deve ser da creche até a universidade.

 

                Segundo grande pilar, a saúde, não se pode admitir mais a morte programada do SUS, urge vultuosos investimentos para recuperar seu desmonte e avançar rumo a sua universalidade e gratuidade, um povo saudável é pré-requisito para qualificar nosso trabalho em prol da humanidade e da nacionalidade.

 

                Terceiro grande pilar, renda universal, um valor mínimo digno para todos, pobres ou ricos na busca de alcançarmos a liberdade alimentar e habitacional, permitindo então romper com a cadeia de exploração favorecendo um mundo onde os humanos trocam livremente suas forças para trabalhar em prol de todos, transformando a falsa competição (diferentes privilégios como partida) em cooperação.

 

                Reforma politica já, para devolver o serviço voluntário público dos políticos a nação, um mandato nos três poderes, seja qual for, não necessita de assessores, podem certamente serem apoiados tecnicamente por funcionários públicos concursados disponíveis independente dos pensamentos ideológicos.

 

                Reforma tributária já, sempre que entendermos que o sucesso advém do esforço do todo da população é extremamente justo que a parte mais alta da pirâmide contribua com a maior parte da arrecadação, derrubar a tributação pelo consumo é urgente e desmonta uma das maiores injustiças que aqui se comete.

 

                Trabalhar metas, aprimorar conceitos, divulgar pensamentos voltados a justiça e ao fim das desigualdades pode unir o povo tornando-o imbatível.      

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Estão a Rir de Nossa Cara...

                 Ecoam de longe as gargalhadas, a fonte bem o sabemos são os palácios dos três poderes, nosso pretenso governo, o motivo também é claro somos nós povo brasileiro, riem, pois, fazem gato e sapato do nosso trabalho transformado em dinheiro expropriado para seu benefício.

 

                São toscos, grosseiros até, como a dizer que merecemos a chacota por deixa-los apropriar-se da maquina de fazer votos com suas gangs especializadas em ludibriar eleições apoiadas por milicias, militares, pastores e inúmeros jagunços.

 

                Divertem-se ao oficializar compras superfaturadas, gargalham ao venderem salários públicos por comissão, felicitam-se por distribuir miséria para acumular riqueza nas mãos dos seus eternos patrões financeiros.

 

                Nunca uma elite foi tão depravada a ponto de não esconder sua alegria por humilhar a maioria da nação, protegida pelas armas de seus militares, suas policias militares e suas milícias especializadas em violentar a periferia.

 

                Não se importam nenhum pouco com humilhação internacional à qual entregaram a nação pois seus miseráveis privilégios, até nisso são pequenos, enchem-lhes os egos, algo típico de ladrão pequeno que é o que na verdade são.

 

                Não há politica de governo apenas lambuzam-se com o poder e orgulham-se de estarem na mídia com declarações ignorantes que escancaram o despreparo e a autoconsciência de sua incapacidade de governar.

 

                Desmontam dia a dia o que levamos anos para construir, em sua completa falta de ideias, apenas conseguem encolher a pátria, empanturram o povo com slogans vazios, vendendo nosso patrimônio, desmontando nossa saúde e educação.

 

                Estão a rir da nossa cara... Brincando de senhores de engenho á escravizar o povo brasileiro e como naqueles tempos em nome da família, só a deles, da pátria expropriada e vendida aos interesses estrangeiros e de deus, feito á sua imagem e semelhança, estão a rir da nossa cara.                     

domingo, 14 de fevereiro de 2021

É Mentira que o Comunismo Fracassou.

 

                Uma mentira muitas vezes repetida assume característica de verdade, quem define a narrativa é e sempre foi quem detém o poder, assim foi no Império Romano no início da era cristã, assim foi na Igreja Católica da idade média, assim foi na Europa pós renascimento assim é nos EUA após guerras mundiais e assim talvez seja na China do investimento tecnológico.

 

                Se é visível que a União Soviética perdeu a guerra fria é impossível negar que o comunismo por lá promoveu a libertação de uma enorme massa humana em regime de semiescravidão no czarismo para emancipação econômica e social, algo que acontece agora na China com o anuncio do final da pobreza extrema, já na sede do imperialismo e em seu dito quintal perpetuam-se milhões na estrema pobreza.

 

                Lembro-me bem o que me fez migrar minha simpatia do modelo de construção do comunismo da União Soviética para o da China de Mao, Stalin sendo desmascarado em seu autoritarismo militarista desviando recursos que deveriam ampliar o bem estar da população de seu país para o enfrentamento aos EUA na guerra fria.

 

                Construir a sociedade comunista não é uma tarefa fácil pois dependeremos sempre da incerteza representada pelo ser humano em seu enfrentamento interno a estar em uma situação de poder, o que pude novamente verificar mais tarde no caso da revolução cultural de Mao que apesar de sua boa intenção espalhou injustiças como se pode verificar.

 

                No caso das nações menores em porte, como Cuba por exemplo, a situação agrava-se por serem sitiadas por todo o tipo de sanção á empobrecer a nação e por isso mesmo penalizar seu povo pela diminuição das riquezas a serem distribuídas, por isso mesmo mais meritório se torna os avanços conseguidos pelas mesmas em alimentação, habitação, saúde e educação que são amplamente divulgadas pelos índices internacionais de qualidade de vida e de igualdade social.

 

                Talvez hoje os estados de bem estar social mais bem sucedidos são os países europeus, sempre não esquecendo que as gorduras que hoje distribuem entre suas populações advêm de poupanças adquiridas de sua atuação colonialista, ou seja, foram construídas pela exploração de outros povos e nações.  

 

                 Sou anticapitalista embora não comunista, me identifico com o anarquismo, porém me obrigo a dizer que a teoria capitalista joga contra o bem estar social por permitir a exploração do homem pelo homem, já a teoria comunista me parece melhor aparelhada para corrigir desigualdades e injustiças sociais, apesar das dificuldades que a humanidade tem tido para colocá-la na prática.   

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Não é de Perfeição que Falamos e Sim de Compromisso.

 

                Compromisso com a humanidade e com a natureza são os únicos tributos que a esquerda deve arcar, quando lhe cobram a perfeição estão a lhe tirar a condição humana na tentativa de sabotar a ideia de justiça social que a distingue.

 

                 Esta dualidade entre bom e mau invalida o conceito de ser humano, sempre é um molde construído por terceiros para subjugar e dominar o homem, donde advenho o direito a esta receita? Não encontro em nenhum lugar autoridade para tal.

 

                Quando lhe cobram coerência estão em verdade lhe cobrando obediência o que lhe subtrai a vocação primeira do homem que é a liberdade, sou mais Descartes que nos diz que o acerto está em decidir e assumir a decisão tomada até a próxima encruzilhada.

 

                A opção pela vida descarta a anulação da vontade em nome de uma moral construída sobre anos de exploração, portanto só serve aos exploradores, para manutenção do propósito de continuar á escravidão do homem pelo homem.

 

                Em todos há uma carga pesada de influências históricas transmitidas por gerações de experiências vividas e nos rebelarmos contra tais condicionamentos é nossa primeira tarefa, carregamos este fardo como uma escravidão da qual temos que nos libertar.

 

                Alinharmo-nos a dogmas só nos fragiliza, é falsa a paz que esta certeza de outros nos traz, tende a tirar nossa vontade e nos jogar nos caminhos da depressão por seu antagonismo com nossas necessidades interiores.

 

                Ninguém é melhor nem pior que ninguém, somos todos participante do desafio que é a vida, sempre que buscamos a imagem e semelhança com o outro para guiar nossos passos estamos entregando nosso melhor no altar do sacrifício.  

 

                Não precisamos de deuses, não precisamos de líderes, não precisamos de dogmas, necessitamos sim da nossa melhor parceria conosco mesmos para andar lado a lado com outros libertos.

 

                Andemos tão somente com nossos passos, com certeza encontraremos outros a andar por estes caminhos, sem que haja necessidade de compromissos de parte a parte, teremos uma humanidade melhor em uma natureza bela e exuberante.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A Nação Brasileira, um povo sob Domínio do Medo.

 

                Medo da pandemia, medo da falta de emprego, medo da fome, medo da violência da bala perdida, medo da violência marginal ou oficial, medo da discriminação, medo dos poderosos, nos roubaram a dignidade e nos deixaram o medo, nada mais que morte em vida.

 

                Na juventude li um livro que me marcou por todos estes anos “Medo à Liberdade” de Erich Fromm, em nosso país a repressão se instalou em seu pretenso descobrimento e nunca mais nos abandonou, em maioria temos medo à liberdade e nos submetemos as forças colonialistas e seus representantes.

 

                Grande parte da população clama por um deus raivoso e punitivo, que à escravize aos seus dogmas, e a recompense com a falsa segurança que lhe traz, o não pensar, o não decidir, o tão somente seguir, malditos são os falsos profetas que a explora em nome desta sua fraqueza.  

 

                Grande parte da população é diariamente compelida a aquietar-se frente a violência deste falso jogo de bandido e mocinho, com suas balas perdidas, com suas brigadas justiceiras, em verdade farinha do mesmo saco com etiquetas diferentes, ora traficantes, ora milicianos, ora policiais militares.

 

                Grande parte da população foi subliminarmente seduzida desde a infância por uma falsa história nacional contada em cada lar, em cada escola, louvando os exploradores, os militares, os colonialistas, por sua capacidade de tomar a força a liberdade de existir em nome de falsos conceitos de deus, família e propriedade.

 

                Nos impuseram por formação deficiente e por violência um regime onde a maioria deve pagar as contas da minoria, sob pena de não o fazendo serem condenadas ao extermínio, criaram uma sociedade de castas onde o medo se impõe pela hierarquia de feitores a serviço dos poderosos, sempre em nome da tal de ordem e progresso.

 

                O medo é um dos talentos do homem que lhe ajuda a vencer os perigos, sempre que instintivo, funciona como alerta a oportunizar uma vitória sobre o inoportuno, porém a industrialização do medo como forma permanente de opressão escraviza o homem, e esta indústria no Brasil vem sendo aperfeiçoada em mais de quinhentos anos. 

 

                Não encontraremos outro caminho para sairmos do terror deste regime do medo que não seja a luta permanente de na base da sociedade construímos homens livres e como tal destemidos.               

domingo, 31 de janeiro de 2021

Campeão em Corrupção, é o Brasil Dominado pelos Medíocres Mesquinhos.

 

                São muitos os telhados de vidro escondendo suas medíocres mesquinhas gangs familiares, aqui na comunidade, no município, no estado, no governo federal, escolha qualquer um dos poderes instituídos, são tantos que a tarefa do momento é esconder as pedras evitando então o efeito dominó que desnudaria com o Brasil como um todo.

 

                Os grandes ladrões podem ser descobertos e combatidos pela maioria da nação, estes grupelhos que se locupletam no dia a dia, vivem não da força de sua organização criminosa, mas do acordo Inter famílias de não agressão e assim minam todo o tecido nacional.

 

                Hoje dominam o voto, mais pelo rabo preso do que pela força política, na corrupta e infindável troca de favores, esquecem-se do povo pela intensa atividade de jogar o jogo de quem consegue a maior fatia dos restos do banquete internacional sustentado as nossas custas.

 

                Sempre soubemos quem esta por traz de tudo isso, os famosos interesses internacionais focados na exploração da nossa mão de obra e de nossa riqueza natural, manterem este colonialismo está diretamente ligado a esta divisão do país em milhares destas gangs familiares que por migalhas trabalham para os mesmos, assim como eram os feitores no tempo da escravidão.

 

                Armar milícias, policias militares, e exercito é também parte importante da estratégia, estas estruturas hierárquicas, paternalistas e violentas encarregam-se de proteger por todos os lados as gangs estabelecidas e manter o país colonizado.

 

                Viramos o país das comodities, onde agregar valor é proibido, viramos o país da mão de obra barata e desprotegida para garantir a acumulação pela insegurança, viramos o país da corrupção miúda, mas expandida ao máximo para garantir sua eternidade, viramos o país da lei do mais forte com extrema violência para manter o controle do seu povo.

 

                O mais assustador é que depois de décadas de luta constante para qualificar a educação, que permitiria enfrentar o colonialismo, nos últimos anos nos dedicamos a destruí-la desacreditando-a e humilhando seus profissionais com condições de trabalho e remuneração completamente incompatíveis com o mérito do seu trabalho, garantindo assim longa vida aos interesses colonialistas internacionais.

 

                Está na hora de desenterrarmos as pedras e começarmos a jogá-las contra os telhados de vidro para então de fato construirmos uma nação.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Basta! Incompetência é a Própria Essência dos Poderes no Brasil.

 

                São um elevado custo para o povo e como tal, incapazes de construir uma solução de bem estar social, seduzidos e conquistados pela manipulação privada dos recursos públicos, incompetentes e corrompidos, são totalmente dispensáveis os três poderes tanto municipais, estaduais como federais.

 

                Não nos ajudam a ser nação, pelo contrario nos diminuem como nação, e o que não lhes falta é riqueza humana de seu povo e uma exuberante natureza, mas lhes sobra falta de espirito público, incapazes de se colocar á serviço do povo brasileiro.

 

                Porque o Basta? Ao contrário do propagado não são os funcionários públicos concursados que nos custam caro, são os coronéis do voto com suas estruturas sanguessugas do PIB brasileiro que tem como único trabalho obter um voto que gere centenas de milhares de reais para enriquecer o cacique e manter os subalternos á serviço do seu voto.

 

                A criatividade destes personagens é tão tacanha que são completamente incapazes de gerar alguma coisa para o povo brasileiro, o que conseguem é apenas vender ou alugar o patrimônio do povo brasileiro para terceiros para manter seus privilégios.

 

                Lamento não temos gestores, temos apenas operações de desmonte da nação brasileira para interesses mesquinhos pessoais, transformamos o Brasil em um enorme conjunto de gangs especializadas em tirar o máximo do povo brasileiro.

 

                O aparelhamento dos salteadores do patrimônio nacional chegou no ponto em que a nação não mais pode suportar, explode a miséria por todos lados, viramos uma inviabilidade como nação autossuficiente, onde matamos idosos para salvar as contas da previdência.

 

                Onde treinamos policias para em matando diminuir a pressão social da pobreza, garantindo o acumulo continuado e concentrado das riquezas em mãos de poucos e é destes que os três poderes são capachos e é por eles que lutam em busca das migalhas de suas mesas.

 

                Está na hora de romper com este processo, devolver imediatamente o país ao seu povo permitindo que apareçam lideranças com vocação para servir a nação e a o afastamento e penalização dos que se locupletam ilicitamente nossas riquezas.      

 

                Vamos fazer um reset recuperando a constituição cidadã e construindo um novo pais de bem estar social á partir das suas bases construídas em 1988.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Aberrações Politicas, Trump e Bolsonaro são Resultado de Erros Históricos.

                Duas instituições estão pagando preço gigantesco por seus erros históricos, os Republicanos nos EUA e o Exército no Brasil, permitiram a criação de aberrações políticas, respectivamente Trump e Bolsonaro, que estão destruindo sua reputação.

 

                Nos dois casos os organismos, partido Republicano e Exército Brasileiro, não estão conseguindo se desvincular da criatura gerada e estão sendo irremediavelmente contaminados pela degradação que esta gera em seu prestigio.

 

                Sempre souberam que a construção de um altar de adoração ao egocentrismo, a violência ignorante e a incompetência mentirosa executiva seria um grande desastre, mas imaginavam que podiam controla-las e daí obter proveito, pois é enganaram-se, erraram.

 

                Não pretendo aqui me ater ao caso americano que fala por si mesmo, a muitos anos que os republicanos não tinham uma derrota eleitoral tão completa, agora enfrentam uma dificuldade enorme de se desvincularem da truculência marca Trump.

 

                Quanto ao Brasil, apesar de sua atuação desde o império na direção de servir a elite nacional, o exército conseguia até os tempos atuais, passando inclusive pelo o golpe militar de 64, manter uma reputação de patriotismo, seriedade e honestidade no imaginário da população.

 

                Os mais esclarecidos sempre souberam que não era assim que funcionava a instituição, uma história pouco lida, mas escrita e documentada, descreve o paralelo de desmando e opressão contra a sociedade civil exercido em toda a sua existência como organização militar.

 

                Não sei se por negligência ou por medo histórico de intervenção, o sistema educacional, a imprensa e a política, nunca trataram este tema como deveriam, permitindo então que os militares ficassem em um limbo, distanciados em sua prática do imaginário da população e como tal protegidos dos desgastes que suas atitudes deveriam provocar.

 

                Seu erro grave foi esconder uma expulsão por irresponsabilidade, desvio de conduta e desequilíbrio emocional de um membro da mesma, Bolsonaro, com uma aposentadoria precoce tentando evitar assim divulgação das suas mazelas interiores.

 

                Hoje o prestigio das forças armadas, corresponde ao de seu fruto transvestido de presidente, associando-lhe entreguismo, violência, má fé, incompetência, desonestidade financeira e intelectual e aparelhamento com milícias e com a área podre das policias militares, nunca tantos tiveram tão claro o desserviço à nação da instituição militar.   

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Futuro não há quando separamos a Liberdade da Igualdade e da Fraternidade.

                 Minorias conservadoras envolvidas na guerra santa pela liberdade, liberdade descomprometida da igualdade e da fraternidade, defendem um incessante processo de destruição do ser humano e da natureza.

 

                Este é o modelo a ser combatido nestes tempos de crise indentitária vivida hoje por uma humanidade atônita, tal combate justifica-se por sua proposta onde o resultado esperado é o fim da vida no planeta, apostando na lei da sobrevivência dos mais fortes projetando um final a lá “Mad Max”.

 

                Suas teses sobre comportamento humano desafiam toda a evolução da humanidade, reiterando sua vocação preconceituosa, colonialista, paternalista e discriminatória que os torna um gueto segregacionista de donos da mentira imposta como verdade.

 

                Lutam desesperadamente para se diferenciarem do outro, autoproclamando-se como representantes da divindade, portanto merecedores especiais de benesses que justificam a desigualdade, julgam-se justiceiros por designação dos deuses, que nada mais são senão ídolos de barro.

 

                Liberdade sem igualdade, sem fraternidade, é apenas uma manifestação egoísta, torna seus defensores predadores do homem e da natureza por seu descompromisso com qualquer coisa que não sejam as suas próprias vontades.

 

                Por mais antiga que seja esta luta, com seu ápice público na revolução francesa, ainda segue sendo alvo da humanidade para o qual todos devemos cerrar fileiras, só assim conseguiremos obter a vitória definitiva.

 

                Unindo nossas forças, tirando todos os espaços da tirania, só assim conseguiremos construir o tão sonhado mundo cooperativo, onde o trabalho de cada serve ao crescimento e independência de todos.

 

                Continuamos nosso caminho de homens livres de boa vontade, fraternos crescemos com crescimento de todos, igualitários oportunizamos a recuperação de perdas involuntários na busca da tão sonhada sociedade de homens livres.   

sábado, 9 de janeiro de 2021

Esta Raça que se julga no Direito Divino de Explorar seus Iguais é a Negação da Humanidade.

                 A luta contra este tipo de comportamento, construído no atraso, é justa e meritória, digna de todos os homens de boa vontade, os candidatos a rei Sol estão fora do seu tempo ao propagarem seu direito divino á vida e a morte dos humanos.

 

                Seu discurso é um só, defenderem seu direito via violência e militância de imporem-se como verdade inegável frente a maioria, não se dão conta, ou não querem aceitar, que a verdade não é um dogma e sim uma descoberta continua que deve ser construída no íntimo de cada um.

 

                Quando quero submeter o outro a minha verdade, estou usurpando o seu direito ao livre arbítrio e exercendo um ato de violência inaceitável, nossas ideias tão somente devem servir ao interesse coletivo e como tal serem colocadas a disposição da comunidade para somar e nunca dominar.

 

                A defesa intransigente do direito de expressão deve ser acompanhada de proteções contra a má fé da falsificação de fatos e da montagem de situações objetivando ilícitas vantagens pessoais.

 

                Por óbvio não temos o compromisso de acertar nossos pronunciamentos, até porque são resultado das contingências do momento pessoal de cada um, porém temos compromisso com a honestidade das mesmas, desonesto é construir frases visando objetivos egoísticos, pois são meios mentirosos para obter fins ilícitos.

 

                Este festival de impropérios sendo destilados todos os dias e com grande exposição publica é um grande desserviço a humanidade, que infelizmente é abraçado por quem busca tão somente audiência, o que ajuda a aceitação como ato de fé por parte de seres humanos que se negam a pensar e decidir construindo assim o famoso efeito manada.

 

                Reescrever completamente nossos modelos educacionais é uma necessidade urgente, o acesso a informação é hoje de tal monta que apenas necessitamos incluir as pessoas na comunidade de seres humanos capazes de ver os fatos em todas as suas múltiplas facetas e tomar suas decisões pessoais, que por isso mesmo sempre corretas independente das tomadas por seus próximos, que é o que poderíamos chamar de desenvolver o espirito crítico.

 

                Em síntese teremos tantas expressões de pensamento quantas pessoas pensarem sempre que de modo igualitário seja oportunizado a todos ver os múltiplos lados de cada fato ficcional ou real no imaginário de cada um.               

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Entretenimento, tão somente a isso reduziu-se o mundo.

 

                Provocar o rir, chorar, odiar, amar é o que buscam os sedentos exóticos por click em todas as atividades hoje exercidas na sociedade, esta manipulação de sentimentos geram os necessários top 10 para eleger políticos, acumular dinheiro e em síntese gerar poder.

 

                Estamos expostos no dia a dia a uma multidão de bizarrices, onde não há a mínima preocupação com uma verdade pessoal, muito menos com suas consequências, desde que reserve soma de créditos para objetivos egoísticos de sucesso.

 

                Chega a ser tediosa a sequência infinita de espaço para manifestações ridículas destinadas apenas a agrupar seguidores, medimos nosso poder e riqueza pela quantidade de seguidores e não mais por contribuições a sociedade humana.

 

                Você pode pensar que eu acredite que isto é apocalíptico, mas lhe garanto que apenas é o prenuncio da degradação das correntes que hoje nos aprisionam ao efeito manada, a insatisfação que a inutilidade destes comportamentos gera vão conduzir a inevitável construção do homem livre.

 

                O próprio movimento de concentração da acumulação de riqueza na mão de poucos, que sempre é alimentado pela apropriação de esforço de outrem, deve implodir o sistema perverso, cuja principal característica é dirigir o trabalho humano na produção de inutilidade, apenas pelo poder e prazer da submissão.

 

                Na politica o descrédito é tão grande, que abdicamos de escolher pessoas interessadas em servir a humanidade, para privilegiar pessoas dedicadas a servir-se da coletividade, expondo assim nosso íntimo, que se solidariza com estes últimos por identidade de ideias.

 

                Fora via sistemas autoritários hierarquizados, patriarcais e violentos, não pertence a categoria humana viabilizar-se por muito tempo está insensatez e não consigo acreditar que possam vingar novos impérios romanos nos tempos atuais.

 

                Nem consigo crer que se possa manter por muito tempo estas estruturas perdulárias que chamamos de nações, no mundo globalizado e miscigenado nada mais as justificam e estão condenadas pela caricatura apresentada hoje pelos movimentos de patriotismo, cada vez mais destinados a escravizar e submeter seu próprio povo.

 

                Hoje as nações são aparatos repressivos que trabalham incessantemente para os acumuladores de riqueza, que bem o sabemos são clãs apátridas. A excessiva ganância levará a implosão do próprio modelo.