Tempos
de enganos, auto enganos por sinal, mentimos e iludimos nós mesmos com a
convicção de estarmos expondo nossa verdade, vivemos as facilidades que o uso,
como se nosso fosse, das pretensas unanimes verdades das redes nos
conforte.
Na
pretensa pós-modernidade o pensamento, que por característica própria é
multifacetado, virou uma via de mão única, simplesmente deixamos de nos
auscultar sobre cada um deles, não mais refletimos o contraponto de nossa vida
na relação a cada uma das faces do mesmo.
Não que
seja simples fazê-lo em tempos bipolares de cara e coroa, mas não analisar as
diversas nuances é transformarmo-nos em mortos vivos, abrindo mão da nossa
individualidade e humanidade.
Quem
nos garante que maiorias de ocasião, quase sempre incoerentes com outras
unanimidades, refletem uma verdade, são de fato apenas oportunidades de fugirmos
da solidão que é o que de fato nos permite refletir.
Resulta
dos fatos acima a complicada engrenagem de mentiras que poluem nossas redes
sociais, mesmo que em sua maioria bem intencionadas, criando uma vida
artificial da qual não mais conseguimos escapulir.
Porque
deveria este tema nos preocupar, por sinal uma preocupação que não devemos
abrir mão, tão somente para mantermos a sanidade mental que só o equilíbrio
entre o que somos e como mostramo-nos pode obter.
Não é
possível esta metamorfose de humano para autômato resulte em saúde mental, não
fomos feitos para reproduzir ideias, não formos feitos para expressarmo-nos de
acordo com o interesse dos outros, não fomos feitos para engolir todas as
manifestações de um grupo e repudiar todas de outro, fomos feitos refletir e
para criar com base firme a partir de nossos sentidos.
Nas
redes os sentidos são anulados, passamos a desfilar uma lógica guiada pelo
interesse que não provém do tato, do olfato, do gosto, do som e da visão,
enfiam da reação do corpo com seus mecanismos psíquicos, fugindo da realidade e
nos anulando como seres humanos, não é mais nossa foto e sim a foto que criamos
de nós mesmos