Caos sinônimo é de
natureza e por extensão de ser humano, por mais que se defenda a organização
como status de excelência constata-se que só há criação na desordem e assim sendo
só podemos esperar vida quando sintonizados com o caos, a organização tem
destino certo a morte porque trabalha com o passado e com o futuro o que por si
só é uma impossibilidade, se falo de vida falo de presente tão somente.
Todos os nossos
esforços mentais são dirigidos a controlar a infinita vontade de afirmação da existência
inerente ao homem, assim o é por um erro histórico da humanidade que instituiu
como verdade o desencontro da atividade
cerebral com a dos sentidos, o corpo humano não pode ser dividido em duas
entidades espírito e carne, pois só funciona em plenitude na fusão destas duas
características em uma entidade única própria explosão da vida.
Não alavancamos o
homem novo e sua principal dádiva que é um mundo justo devido ao sistemático
combate feito pela maioria medíocre a esta maravilhosa maquina de decisões que
é o ser humano, o risco que significa decidir é combatido por todas as formas
de organização criadas para exercer poder, entender todos os caminhos e escolher
é visto sempre como sinal de resistência a opressão, as estruturas formais com suas
regras e suas leis disfarçam sob os slogans falsos de liberdade democrática e utilidade
pública a submissão almejada pela maquina de poder.
A desobediência
civil sempre que resultado da consciência do homem no exercício da sua
liberdade é por si só a experiência mais justa que possa ser vivida,
maldosamente rotulada de desordem nada mais é que a encarnação da liberdade do
homem a lançar suas forças para o bem comum da comunidade de transcendentes ao
encontro da utopia criadora, não existe o melhor caminho tampouco um oráculo deste,
existe o caminho escolhido e este por sua vez nos abre um novo conjunto de
opções.
Construímos
grades de argumentos lógicos para nos aprisionar, justificar o abrir mão do
existir combater nossa sede de conhecermo-nos e gostarmo-nos, como se o
discurso em si mesmo pudesse transmutar-se em vida, todo o discurso fala do
passado e não pode ser uma resposta ao presente além de ser inelegível por
qualquer ouvido que não seja o que o proferiu e mesmo este não o reconhece por que
já não mais o é ao escuta-lo com o filtro do presente.
Quando dispomos
um conjunto de pensamentos no papel é uma pequena foto de um momento nosso o
que libertamos, sem nenhum tipo de pretensão que não seja oportunizar a recriação
do mesmo para seus poucos leitores ou até mesmo deixar pegadas que talvez nunca
sejam vistas, provas de uma existência e isso por si só é o suficiente, não se
busca aprovação nem tampouco seguidores e muito menos ainda algum tipo de
crédito até porque as verdades são individuais no restrito espaço do tempo
acontecido.
Este é o caos que
quero sincronizar de viver o momento em sua plenitude consciente.