segunda-feira, 28 de março de 2016

Ação dos Interesses Internacionais sobre a Nação

     Não precisamos procurar uma nação é só girar o globo e de olhos fechados apontar o dedo para um lugar qualquer, também não será necessário montarmos um “Big Data” dos diversos movimentos internos do seu povo e as origens das determinações que os ocasiona, quando Foucault fala que no inicio do que chamamos de período moderno na troca dos séculos XVIII e XIX mudou a maneira de governar com a substituição das leis de proibição/deveres para o povo por estratégias indiretas de estimulo e controle do desejo individual/coletivo escancarava o mundo globalizado no qual estamos inseridos onde nos é muito difícil separar o sutilmente sugerido do desejo real.

     Não precisamos procurar uma nação é só girar o globo e de olhos fechados apontar o dedo para um lugar qualquer, também não será necessário montarmos um “Big Data” dos diversos movimentos internos do seu povo e as origens das determinações que os ocasiona, quando Foucault fala que no início do que chamamos de período moderno na troca dos séculos XVIII e XIX mudou a maneira de governar com a substituição das leis de proibição/deveres para o povo por estratégias indiretas de estímulo e controle do desejo individual/coletivo escancarava o mundo globalizado no qual estamos inseridos onde nos é muito difícil separar o sutilmente sugerido do desejo real.

     Não me surpreende a circulação com intuito claro de ridicularizar descrições de “Operação Conspiração Internacional” que corre pelas redes sociais, vejo como uma cortina de fumaça que pelo seu conteúdo ingênuo desacredita e esconde as reais decisões globalizadas, será simples coincidência o dólar baixar exatamente quando os navios começam a levar a nossa supersafra de grãos e o aproveitamento como bônus de associar o fato às dificuldades enfrentadas pela dupla Dilma/Lula, comemorando como vitória a baixa da moeda que na prática é um grande prejuízo para nossa agricultura.

     A desestabilização do governo brasileiro onde o papel da movimentação dos capitais internacionais é por demais conhecido tem motivo claro de enfraquecer uma liderança positiva de esquerda na América Latina e obstruir o caminho de liderança econômica da China com o BRICS onde somos partícipes, o momento torna desnecessários movimentos militares derruba-se a esquerda na Argentina, Bolívia, Venezuela, Brasil repetindo o que os golpes militares fizeram na década de sessenta com manipulações econômicas dos interesses internacionais apoiados por grupos econômicos internos.

     O próprio combate à corrupção nos mostra o quanto é possível criar no imaginário da grande maioria da população o “bom combate”, derrubando a esquerda com seus deslizes envolvendo modestos sítios e apartamentos o problema estaria resolvido, esquecemos de que quem realmente engordou suas contas em paraísos fiscais apresenta-se como candidato a substituí-la, o que significa de fato colocar a raposa no galinheiro, os mecanismos são os mesmos de sempre aumento continuado e injustificado dos bens de primeira necessidade, o que aporta forte no orçamento da maioria das pessoas sensibilizando-as, manipulação dos capitais internacionais sempre apoiados por um forte esquema midiático.   


     Esta esquerda que está no poder ao deixar-se contagiar por convivência com os agentes da manipulação econômica tornou-se merecedora das críticas e de ser pressionada a corrigir o rumo, é sua obrigação cortar na carne em uma operação interna tipo “mãos limpas” como pré-requisito para um grande movimento de combate à corrupção em todos os poderes, e assim purificada retomar em plenitude o exercício do governo que lhe pertence por direito. 

sábado, 26 de março de 2016

Bati em Cheio no Muro

     Fiquei espantado, posso apostar em faces vermelhas ascendendo-se imediatamente, não duvido que o tenham percebido na hora, penso até que balbuciei quaisquer palavras algo como um “tudo bem” ou talvez um “não, tranquilo”, de fato as mesmas não mais saberei recuperá-las, sei devo ter transparecido que acusei o golpe pelo inesperado do ocorrido e que não estava preparado para enfrentá-lo, confesso saí com a sensação de ter batido a cara em um muro.

     Este exercício de colocar no papel o tema do constrangimento, sensação cuja pauta nos últimos dias de forma monótona e repetitiva aparece nas minhas conversas internas com o formato de desafio ao autoconhecimento, poderá através destas linhas escritas finalmente exorcizá-lo liberando-me para outras histórias, o desafio de compreender a fonte dos meus embaraços evitando momentos de atordoamento inesperados, que são sim instantes pessoais de defesa baixa e como tal facilmente podem comprometer o rumo de meu caminhar obrigando-me ao custo de esforços suplementares para recuperar e manter o equilíbrio.

     O relato é singelo, fim de um evento cultural como de hábito os cumprimentos de despedida duas ou três palavras agradáveis entre pessoas que se estimam partilhando gostos e pronto sigo meu rumo, o diferencial do dia foi que uma de minhas amigas perguntou-me: “O que tens? Algum problema contigo, te vejo um pouco mais quieto mais triste?”, minha reação foi instantânea, as pernas para o ar e as palavras me faltaram não consegui superar o espanto de encontrar alguém a preocupar-se comigo, comportei-me como se me roubassem um papel que era meu de direito uma iniciativa que sempre partia de mim.

     Não lhes posso garantir que nunca tenha acontecido antes, sendo mais preciso devo afirmar que independente de sua ocorrência ou não nunca tive predisposição para percebê-lo, o que torna irrelevante o fato em si, tomar a iniciativa garante o aparente domínio da situação e tranquiliza todos os passos seguintes evitando exposição demasiada neste intricado jogo das relações humanas o que explica sendo uma sensação nova em mim o desafio de digeri-la.


     Para ela só elogios pelo interesse o que demonstra o grande ser humano que ela é, para mim sobrou a lição de casa a imagem externa que projeto nos outros necessita transparecer o meu estado interior, nesse dia não estava nem melhor nem pior que qualquer outro e deveria ter sido capaz de comunicá-lo através da minha aparência e atitudes evitando gastar o tempo precioso de outrem em desnecessárias preocupações para comigo.  

sexta-feira, 11 de março de 2016

O Movimento Escondido nos Números.

     Números frios estatísticos presença mensurável de um objeto ou processo qualquer, por si só são neutros permitindo sentimentos de júbilo ou depressão a critério de quem os analisa, nem por isso são desimportantes até porque em verdade nunca os lemos e sim os movimentos que atrás deles se escondem, se como já foi dito confirmar-se que por trás dos movimentos há vida, podemos deduzir que por trás dos números esconde-se um existir, hoje com alguns números redondos, o que por certo me fascina quase tanto como os nominados cabalistas, permito-me apresentar-me refletindo-os no meu blog.

     Sucedeu-se agora em sequência o ultrapassar das dez mil visualizações e as duzentas postagens sendo uma com mais de cem possíveis leituras, sua imagem estética de alguns zeros encadeados a marcação de dezena de milhar e das duas centenas me desnudam ao meu olhar, aqui partilho esta imagem do jeito que me é possível da maneira que a interpreto, começo pela clara noção de tempo dedicado a desvendar o que, por que e como o sou, não procure coerência e sim sequências de fotos de um mesmo ser diferente, é o que reflete cada uma das postagens por sua característica definidora de espelhar aquele particular momento vivido interagindo com a humanidade.

     É um conjunto modesto de acessos, sei que muitos gerados por um apertar de mouse equivocado, outros pelo acaso estatístico de um mecanismo de busca, alguém não deve ter conseguido passar do título, outro desistiu no primeiro parágrafo, que assim seja quero acreditar na hipótese de eventualmente ter sido lido por inteiro e talvez até uns poucos mais corajosos avançaram na leitura de uma segunda postagem, aposto na volatilidade deste compartilhamento entre o leitor e os escritos que me representam, confesso-lhes que embora me alegre muito a possível constância de alguns leitores, minha única pretensão é escrever e registrar, o leitor é um agradável bônus.

     Sei que é um retorno, sempre o eterno retorno, passível de múltiplas interpretações pelo fato de que é impossível o lido não sobrescrever o original pela própria definição de indivíduo, cada texto multiplica-se pelo número de leitores respeitado o seu momento o que se renova até em possíveis releituras, nos modestos um dólar e cinco centavos que me credita o Google vejo caracterizado o leitor que me é simpático, aquele que busca conteúdo a quem os algoritmos feitos cupido não seduzem enamorando-o ao consumo.
         
     A vocação social do homem liberto no que acredito obrigou-me a prestar-lhes conta neste blog, uma prestação de contas que confesso só reforça a minha decisão de continuar disponibilizando estes códigos tão meus que eventualmente lidos podem instigar códigos só seus. 

terça-feira, 8 de março de 2016

O Dia da Mulher Reflete a Covardia Masculina.

     Vergonha, esse é o sentimento que toma conta de mim anualmente quando o calendário marca o Dia Internacional da Mulher, a própria existência da data é a evidência que demonstra nossos mais de três mil anos de prepotência, só existe resistência quando há exercício de poder, a luta das mulheres pela liberdade do corpo e do espírito só teve motivação para acontecer pelo continuado exercício masculino de posse e dominação, enquanto a luta das mulheres me orgulha e me alegra muito me aborrece os rastros de desmandos contra a mulher que nós homens deixamos na história.

     Covardia, pela determinação primeira do macho pela posse da fêmea e dos frutos desta relação o que o fez aproveitando-se dos talentos diferenciados e complementares de seus corpos frente a uma natureza hostil, não me encontro entre aqueles que colocam na mulher o motivo da fixação do homem a um pedaço de terra e contraponho com a tese que cercando seu reduto o predador tem facilitado o exercício violento do poder e pela sede da posse do outro procura colocá-lo ao seu serviço.

     Injusta, a luta da mulher é absolutamente necessária por sua relação desigual com o homem, e que vemos ainda hoje em flagrante desnível no que diz respeito às condições de enfrentamento, construímos uma sociedade física e moral que beneficia claramente as características masculinas obrigando-as a lutar com as armas de nossa escolha as que por certo mais nos beneficiam reservando-nos imerecidos handicaps a facilitar a manutenção do jugo que exercemos.

     Premeditada, construímos no tempo regra sobre regra para mantê-las submissas sonegando-lhes direitos em nome da economia, da política, da religião e da moral, não satisfeitos criamos falsas imagens de beleza, de pureza, de inocência para sob a aparência de enaltecê-las podermos condená-las quando se mostrassem rebeldes ao rótulo que nelas colamos, inventamos uma mulher que não existe e cobramos esta sua existência no dia a dia.

     A dificuldade de reverter um superego compilado em anos de história tanto em nós homens como nas mulheres exige um autoexame cauteloso antes de cada atitude objetivando romper com a perpetuação desta injustiça, clama por consciência que a reparação pelo passado é uma dívida contraída e exige engajamento global nesta luta, apenas mulheres libertas poderão devolver ao homem a sua soberania, deste homem hoje vítima da própria loucura em que sua sede de poder escravizou-se aos mecanismos por ele próprio criado.        

domingo, 6 de março de 2016

Porque nos querem no papel de Salomé a pedir Cabeças na Bandeja.

     No palácio de Herodes Antipas acontecia uma festa sei que era de aniversário confesso que não sei de quem, todos já meio embriagados entusiasmaram-se com a talentosa dançarina sua sobrinha Salomé, que em sua apresentação de dança além de alimentar sua vaidade de artista rendeu-lhe o bônus de poder expressar qualquer desejo, fosse o que fosse, aconselhada por sua mãe que se sentia injuriada pelas pregações do profeta, ela pediu a cabeça de João Batista decorada em uma bandeja o que o tio Herodes prontamente atendeu.

     Parecem coisas antigas essas de pedirem cabeças em bandeja, mas na última semana em terras brasileiras era o tema do momento, não se pense que na festa não houve dança que não houve vaidade, a bela coreografia estava sendo ensaiada desde o final do ano passado, passo a passo preparava-se via mídia e redes sociais a evangelização da classe média burguesa, as receitas para tal são por demais conhecidas já funcionara com Getúlio e também em sessenta e quatro, sem esquecermos que nos tempos atuais de alta tecnologia de informação, que estão nas mãos dos mesmos de sempre e de modo exclusivo, sabemos de antemão o que os outros querem ouvir e fica muito fácil dizê-lo.

     Não é a primeira vez que batem panelas em janelas de bons apartamentos nos bairros ricos, não é a primeira vez que brincam de gangorra com o dólar e fazem escaladas de preço no varejo, não é a primeira vez que se joga lenha na fogueira arquitetando uma crise para inviabilizar um governo, não é a primeira vez que o poder econômico queima as gorduras em busca de garantir os eternos sete anos de fartura, não é a primeira vez que se jogam brasileiros contra brasileiros no interesse de poucos.

     A margem de manobra do poder econômico neste regime de democracia representativa é muito grande, a concentração de riqueza na mão de tão poucos permite manter a opinião pública constantemente controlada, tornou-se muito fácil para esta orquestração internacional deslocar os capitais financeiros com o objetivo de provocar crises ou sucessos onde bem entenda e assim obter esta guinada fascista que vemos em todo o ocidente, a história do pão e circo não pode continuar e temos que refletir e descobrir porque nos querem no papel de Salomé a pedir cabeças na bandeja.



quinta-feira, 3 de março de 2016

A Desinteligência e Seu Novo Refém, o Afeto.

     Recebi este pedido de Socorro “Estou nas garras da desinteligência não consigo acontecer” assinado “o sempre seu Afeto”, mobilizei-me instantaneamente em buscas de maiores pistas não só porque tenho esta tendência irresistível de envolver-me com quem se encontra em dificuldades como porque para mim o Afeto é das convivências uma das que mais valorizo e penso que sua ausência põe muito da qualidade de vida a perder.

     Não foi difícil encontrar pistas da desinteligência, por onde ando encontro seus sinais que são muito fáceis de identificar, mas o foco das minhas pesquisas está no como e no por que desta investida sobre o Afeto, ao me lembrar de alguns dos seus apelidos como simpatia, benquerença, amor, ternura percebo logo o porquê desse ataque sórdido, em sua origem ocorre um antagonismo conceitual enquanto um aproxima o outro rechaça.

     Veja só o que encontrei nas redes sociais pistas fortes, julgamentos prévios acusatórios sem motivação justa aparente, comentários hilários sobre outras pessoas sem respeito e noção de contexto, aplauso entusiasmado de pirotecnias montadas em bases falsas do ser visto, derrame de frases feitas focadas em fraudulenta autoajuda baseada em prêmio futuro por bom comportamento.

     Circulando em lugares públicos e privados deparo com pessoas partilhando em voz alta suas questões pessoais como se fosse de interesse geral, caminhantes distraídos tão só com suas coisas e interesses esbarrando uns nos outros sem mesmo notá-los, falta de respeito permanente de todos os lados entre motoristas, ciclistas e pedestres onde sempre a culpa é do terceiro atravessado em seu caminho.

     Nos ambientes de trabalho e estudo discursos públicos sem a menor noção de sentido e lógica a não ser o interesse em sobrepor-se ao outro independente do papel exercido, a corriqueira substituição da aposta no crescimento pessoal por artimanhas de rebaixamento do outro, o jogo do poder exercido em escadinha como se fosse uma pirâmide humana onde o outro é sempre alavanca involuntária do ganho pessoal.


     Aos poucos consegui situar-me na questão do Afeto não conseguir acontecer, entre as garras da desinteligência está a não admissão de característica essencial do bem querer que é o voluntariado e só pode funcionar assim como livre e soberano manifesto de vontade, complementado pelo perfil de engessar tudo do nosso vilão o que bate diretamente contra o amor definido pela inexistência de receita pronta sendo prescrito como experimento de tentativa e erro, onde o erro sempre é um acerto, ainda cito sua graça que é a completa negação do politicamente correto, não sendo público só lhe interessa os acordos entre os participantes, enquanto para seu algoz o livro das regras é o que mais importa, enfim o Afeto definha sendo substituído por um impostor robotizado que é o homem transformado em escravo da moral com suas características de egoísmo consumista da sua própria espécie.

terça-feira, 1 de março de 2016

O Verdadeiro Discurso tem Alma.

     Tenho um discurso o que não é nenhuma exclusividade todo mundo o tem, falta-me certeza da parte que corresponde a mim em sua autoria, exercer a paternidade total sobre o mesmo é um sonho que reconheço seria uma grande ingenuidade de minha parte, esse pretenso meu discurso acontece em um espaço enorme e complexo de objetos e palavras, são livros em grande diversidade de estilos e autores, são muitas horas de estudo em organizações diversas, muitas e muitas pessoas cruzando os mesmos caminhos, incontáveis filmes peças teatrais shows e muita militância vivida nesta parcela de tempo que me coube até o momento.

     Independente do posicionamento ideológico os discursos da modernidade foram muito influenciados pelo trio famoso Marx, Freud e Nietzsche que em minha análise julgo serem os principais responsáveis pela efetiva transposição do período clássico ao moderno, o que me encoraja a afirmar que no pós século XIX todo o pensamento moderno passou por uma relação amistosa ou conflituosa com as ideias por eles desenvolvidas, pretendo ir além afirmando que esta influência avança ainda sobre o nascimento desta nova época da humanidade que está sendo definida por alguns como pós-modernidade.

     O que poderia justificar a importância da autoria do discurso, não seria seu existir condição necessária e suficiente para validá-lo, não o creio, o motivo é simples não acredito em uma verdade universal sem assinatura, aposto sim em múltiplas influências sobre o personagem que o protagoniza o que não lhe tira a característica de uma verdade firmada por quem a proclama, e só assim pode funcionar como um ato justo por ser identificado por quem o executa tornando-se merecedor de fé para quem o queira escutar.

     A retórica como instrumento da arte do encantamento, onde a sensibilidade pessoal é utilizada da mesma maneira que uma qualificada cartomante a instrumentaliza na decifração daquilo que querem ouvir, construindo sob essa base o discurso do engodo, inaceitável por mais belo e aplaudido que seja, seu descompromisso com a verdade estimula o não pensar gerando a adoção de decisões equivocadas onde só encontraremos um ganhador o próprio artista da argumentação.     


     Quem escreveu meu discurso se considero que o legítimo discurso tem alma é o que diferencia a exposição corajosa de ideias compromissadas com a minha verdade interior do ato da retórica, do qual quero distância, este dizer o que o outro quer ouvir nada mais é do que ler um discurso por este outro escrito, tenho a pretensão de mesmo que ninguém queira me ouvir expor o conjunto das ideias comprometidas com o desenvolvimento do meu pensar, assim apesar do risco de despertar pouco interesse justifica-se o fato de manifestá-lo em público, caso contrário emudeço por saber que não vale a pena ser dito.