quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Como Cometer Um Crime Sem Sujar a Mão.


                Não sei por que me surpreendi 17 por cento de aumento dos crimes racistas, antissemitas ou homofóbicos, segundo estatísticas do FBI publicadas em 13 de novembro de 2018, no primeiro ano do governo Trump, confirma a suspeita que o discurso truculento do presidente americano encontra eco na passagem do sentimento de ódio de alguns por minorias impulsionando-os para atos criminosos práticos contra as mesmas.

                Este alerta tantas vezes feito por amantes da paz era questionado como um excesso de importância para o tipo de discurso formulado, este seria apenas um estilo de quem adota posições extremas de direita para aumentar popularidade com a valorização de uma posição agressiva, agora encontra resposta nas estatísticas da violência divulgadas pelo próprio governo.

                Mais do que um salvo conduto o discurso de ódio de quem exerce o cargo de gestor de uma nação é internamente em um ser humano abraçado á discriminação, um apelo à execução do crime, pode-se atribuir ao orador a coautoria da violência, diria até que temos aí algo como cometer um crime sem sujar a mão.

                A responsabilidade de quem almeja e assume a liderança de um processo político está diretamente associada às consequências de seus atos, no caso americano ao discurso da violência e do ódio deve ser imputada a autoria intelectual do aumento da violência contra as minorias.

                 Estamos em meio a um processo em que as lideranças políticas guindadas ao governo brasileiro pelo voto da maioria, têm apresentado antes, durante e após o processo eleitoral um discurso ainda mais virulento quanto à discriminação das minorias do que foi apresentado pelo candidato americano, o que nos faz pensar em consequências similares em nosso país.

                No caso Brasil apresentam-se os agravantes, da crise econômica, da crise educacional, do alto nível de violência já existente, da incipiente democracia, nos sugerindo preocupações maiores quanto aos tempos que estão por vir.

                Urge melhoramos nossos indicadores de criminalidade tornando-os mais claros quanto sua motivação e mais exatos quanto aos seus números para buscarmos a solução adequada em cada tipo de crime, necessitamos buscar a correção das causas muito mais do que a repreensão do acontecido lutar por uma pacificação nacional pelo conhecimento.

                 Porém um grande movimento contra o discurso do ódio é indispensável para evitarmos um genocídio de minorias em nome de uma depuração da sociedade, não podemos deixar imune quem cometa o crime sem sujar a mão ao despertar o instinto justiceiro de pessoas despreparadas para a convivência com o diferente, um grande não a qualquer discurso de ódio me parece o primeiro passo para uma pacificação nacional.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Educação e Cultura não é Um Caso de Polícia.


                Mão de obra pode ser substituída por robôs, desenvolvimento social e econômico só pode ser alcançado por criativos pensadores, sem inteligências com espírito critico não há utopia não existe o novo, ergamos nossas barricadas em defesa de uma educação e cultura pluralista e universal.

                Historicamente o autoritarismo tem como primeiro alvo as estruturas educacionais e a área cultural, a mesma história nos explica a causa, um povo deficientemente trabalhado pelas escolas e sem acesso a cultura é candidato a submeter-se e assim facilitar o despotismo no poder.

                Foi à mesma escola que preparou os dois lados do ultimo debate nacional, o que por si só atesta sua universalidade, inaceitável é atacá-la para ter um só lado, vergonhoso é criar um grupo de alcaguetes para manter reféns professores e alunos de um tribunal de inquisição a reviver tempos tristes da humanidade, resistir é repetir o “mas que ela gira, gira” de Galileu apesar do lado do vento da opinião pública.

                O primeiro baluarte a ser defendido é a liberdade intelectual e pedagógica do professor, tal qual qualquer outro ser humano tem seus acertos e seus erros só fortalecendo-o podemos ajudar nossos filhos a crescerem, vamos pagar melhores salários, vamos investir na formação constante de nossos mestres, vamos respaldar a atitude de respeito do aluno com seu professor, só uma escola forte e livre é capaz de apoiar o crescimento desta juventude que aí esta e da que a de vir.

                Em particular tenho minhas desavenças com o modelo de educação hoje existente no mundo, voltado a despejar conteúdos em lugar de oferecer apoio ao descobrimento, acredito em uma escola, desde os níveis mais iniciais, voltada a uma cogestão pela comunidade docente e alunos, apoiada por grupos de estudo da metodologia e dos conteúdos pedagógicos, agora acreditar que um professor possa conduzir a maneira de pensar do aluno é de uma ingenuidade ou má fé incompatível com o século vinte e um.

                O segundo grande desafio que vejo para o ensino é a ampliação dos recursos físicos para permitir um tempo muito maior de inserção do aluno na comunidade escolar, penso sempre em educação integral gratuita amparado pelo estado que será seu maior beneficiário, uma organização escolar voltada a permanente discussão da melhoria para a sociedade na qual esta inserida participando ativamente das decisões que esta deva tomar no seu dia a dia.

                Quanto à cultura a liberdade de criação é condição primeira para a existência de homens livres, ao contrario do que muitos apregoam devemos sim ampliar a democracia e a sinergia entre população e a atividade cultural, ajudar a todos a expressarem-se via a arte disseminando formação cultural acessível a todos os cidadãos.

                Sim educação e cultura não é um caso de polícia e sim a oportunidade de vida intensa e plena para toda a população nacional com a eliminação da discriminação e das grandes diferenças socioeconômicas.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Amigo, Não Tenho Medo da Tua Violência.

                Sim amigo não pense que há novidade na sua violência contra o ser humano, por todos os anos de caminhada o que mais vi foi o homem com sede do sangue de outros homens, em nome de seus deuses, de seu núcleo familiar, de sua propriedade e do baixo conceito de si próprios, o que há de novo é o tirar a mascara e mostrar-se para todos assim escravo do seu instinto violento e agressivo.

                Pode enfeitar maquiando-se como homem de bem, pode disfarçar-se de honesto justiceiro, mas não consegues esconder os caninos do teu instinto selvagem que só tem saciedade no ódio descarregado sobre os seus iguais que discriminas, sua magoa com você e por extensão com o mundo exige o fim do outro.   

                Mas não se enganes por aqui por meu lado não há temor, não existe medo, resistir à violência é uma luta permanente para os homens de boa vontade, prestando contas para si mesmo, para mais ninguém, todas as noites se obrigam a revisar cada ato seu quanto à aderência ao projeto de ter uma humanidade melhor feita de seres humanos melhores.

                Engessar uma sociedade a funcionar em modelos psicografados por pretensas entidades morais de existência nunca comprovadas, fruto de verdade fantasiosa, fé megalômana, é grande violência contra a liberdade de comportamento humano, portanto sujeita a permanente rejeição em nome da dignidade humana.

                Defender e aprimorar um modelo socioeconômico que tem como alicerces a discriminação, pois separa os eleitos dos enjeitados com regras próprias definidas em seu beneficio, e a exploração do homem pelo homem, pois admite ganhar o pão com o suor dos outros, é grande crueldade contra a vocação de liberdade do ser humano, portanto deve ser permanente combatido em nome de uma sociedade colaborativa saudável.

                Atacar a cultura e a educação pluralista em nome de uma falsa ordem obtida por produção em série de cidadãos via camisa de força da proibição ao contraditório, pois exige submissão a tudo por todos, é grande brutalidade contra o livre arbítrio do ser humano, portanto exige todos os nossos esforços em defender e apoiar a cultura e a educação como possibilidade única a permitir que o homem se construa por inteiro.

                Todas as suas ideias serão bem-vindas e fazem parte do grande debate que é viver em sociedade, mas o desrespeito pelo ser humano e a redentora imposição destas são uma violência sórdida e desumana as quais não podemos nos sujeitar, por isso certamente resistiremos até o momento do encontro juntos de uma sociedade justa.

                Amigo, não tenho medo da tua violência, sua própria existência perde todo o sentido sem o contraditório, vou exercer meu direito de ser um pacifico lutador da paz contra tuas ideias de guerra nem que isto signifique uma justa desobediência civil como tantas que a história nos tem mostrado.       

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

De Humanidade em Estado de Guerra Podemos Esperar Respostas de Paz?


                Os movimentos da sociedade mundial têm sua lógica e seus agentes de poder, só quando não os investigamos podem nos surpreender no dia a dia, o que ocorre em cada ponto do mapa nada mais é do que consequência do eterno jogo entre a paz e a guerra.

                Neste jogo de braço independente do lado ocorre como a história testemunhará erros e acertos, nossa tarefa é apoiar o que gera a felicidade da humanidade e combater o que entristece e afeta a dignidade do homem, assim por certo estaremos vivenciando a cidadania.

                A guerra exerce fascínio sobre os medíocres enquanto esta não os atinge em particular, isenta-lhes o conhecimento de si mesmo, pois tem um inimigo, a soma de todos os males, que por oposição, lhe agrega todas as virtudes, inclusive o libera da reflexão, existem lideres para apontar caminhos e inimigos, logo é só segui-los, por tradição milenar, apesar de indigna, de que os despojos são do vencedor, acalenta em cada batalha o sonho de sua riqueza aumentar.

                A paz ao contrário por ser resistência, como toda minoria, nos cobra o labor diário do autoconhecimento e a busca das motivações que geram as ações do seu igual, não existe paz sem aceitação da diversidade do ser humano, quem busca a harmonia não pode aceitar a submissão, deve trilhar sempre o caminhar lado a lado com outros homens livres.

                Hoje a humanidade está em guerra permanente, o individuo moldado para competir, a família, célula primeira, organizada de forma autoritária e dominadora, desrespeitando sua vocação de ninho de afetos, um mercado que valoriza o predador concentrador de riqueza contra a construção colaborativa e exércitos nacionais brincando de dar tiros pelo mundo.

                Os pequenos avanços que a paz tem sobre a guerra são construídos pela vontade de paz que a própria guerra fortalece, o poder econômico sustenta o processo de violência instituído no dia a dia e investe todo o necessário para manter a elite da guerra no poder.

                Tudo aponta que o avanço de minorias extremistas partidárias da guerra, que nos mostram a cada dia mais sua cara em todos os lugares, é uma reação normal aos avanços da paz, como nos apresenta a diversidade tendo o direito ao respeito nas leis de muitos países, o encurtarem das distancias na distribuição de renda nos países mais desenvolvidos e os direitos humanos caminhando no rumo de um consenso universal.

                Como a vitória da paz é inevitável, urge ampliar nosso esforço de resistência a projetos autoritários e violentos, necessitamos estar ciente que essa é nossa obrigação para acelerar a edificação da Humanidade como uma comunidade única de homens livres. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Se o Outro é Nosso Espelho é Um Direito Teu Eu Comentar Seu Comentário.


                Se me vejo um livre pensador inserido em uma comunidade por obra do acaso, não aparelhado por algum grupo específico, mas exposto aos acontecimentos de um circulo cada dia maior de atores globais em atos e ideias, me obrigo a reagir aos acontecimentos exprimindo meu pensar como contribuição mínima.     

                Partindo do principio que cada ser humano, resultado das experiências de uma vida que sempre será única, tem uma visão particular das pessoas e da natureza que o cerca podemos trabalhar a hipótese que traz crescimento a manifestação publica de terceiros sempre que a mesma esteja no campo das ideias e não no julgar e rotular iguais.

                Quando partimos para a dualidade favorável/contrário não estamos debatendo e sim realizando um plebiscito o que serve para contagem de maiorias, nunca para o crescimento pessoal, este tipo de movimento sempre leva ao discurso do ódio, damos muita importância ao perder ou ganhar mais até do que a ideia que esta por trás do tema, o ódio encaminha a violência verbal e física propiciando comportamentos emotivos negativos contra o homem, portanto contra a sociedade.

                É acima de tudo um direito do outro que eu me manifeste, como resposta a nossa vocação de ser político no sentido amplo da palavra direcionado ao outro, ao exercê-la estou definitivamente contribuindo para o olhar-se ao espelho por parte do meu igual permitindo-lhe que cresça no conhecimento de si pela experiência vivida.

                A aderência das ideias por mim defendidas não tem nenhum significado prático além de uma tola vaidade, seria muita pretensão de minha parte a narrativa do convencimento pela sua própria impossibilidade, o ser humano sempre tem uma interpretação particular do que os seus sentidos percebem e cada um de nós constrói seu próprio imaginário.

                Meu discurso oral, escrito ou em qualquer outro tipo de manifestação cultural tem completude no próprio ato de discursar, o tamanho maior ou menor e até a inexistência de publico em nada intervém em sua execução, porém isto não me desobriga de fazê-lo em função do meu compromisso de inserção social e por certo terá influência na contabilidade dos afetos que vivenciamos na comunidade.

                Se me focalizo hoje neste tema é por acreditar que estamos em um momento muito especial onde tantas vozes antes mudas começaram a se expressar, minha frase de alento para que continuemos e assim cada um de nós possa se ver melhor, a ampliação do conhecer-se é o próprio processo de transmutação em um ser humano melhor.

                Quanto mais homens melhores constituírem a base social na qual estamos inseridos mais harmonia teremos em nosso caminho, por certo também veremos mais prazer e felicidade entre nós mortais.

domingo, 4 de novembro de 2018

Há Algo de Podre Escondido em Um Governo de Salvação Nacional.


                Sepulcros caiados, uma fina pincelada de cal recobre com um puro branco a podridão que escondem dentro da caixa preta, assim nos mostrou a história dos movimentos de salvação nacional, sua característica messiânica invoca um ato de fé cega e tem como consequência primeira a exclusão dos que pensam de maneira diversa.

                Em uma democracia temos partidos políticos que nada mais são do que diversidade de ideologias, todo partido tem a sua e por isso se chama partido ou como queiram partes do todo, democracia é o bom debate destas organizações para que em um dado momento uma destas exerça a governabilidade, mas quando falamos em salvação nacional abrimos mão da convivência em nome da dualidade ame-o ou deixe-o.

                Esta dicotomia por si só elimina a democracia, o céu para quem tem fé tem como contrapartida o inferno para quem não acredita, sua falsa busca de uma unidade só aceita a unanimidade, não ocorre à discussão sadia na busca do melhor caminho no país onde se estabelece, infelizmente nosso ultimo episódio eleitoral foi transformado em um plebiscito para eleger uma salvação nacional e os indícios já aparecem.    

                A começar pelo desrespeito ao mandamento “Não tomarás o nome do senhor em vão”, em um país laico de ampla diversidade religiosa iniciar um discurso de vitória com uma oração é ungir-se como eleito por Deus para representá-lo frente ao povo, em outras palavras quem não compartilha com suas ideias está contra Deus, logo condenado, resta-nos perguntar por que, quando e como Deus lhe deu esta delegação?  

                A promiscuidade entre os três poderes, aparentemente dirigida por interesses não locais, misturando legislativo que decreta o golpe, com o judiciário que dirige sua ação em eleitos alvos específicos, com o executivo oriundo do golpe ameaça o equilíbrio da sociedade, pois nos deixa sem defesas para quaisquer tipos de atrocidades.

                Um plano de governo concebido por maioria militar, organização cujos participantes tem a vocação e o preparo para a defesa nacional, por si só não contempla o largo espectro que compõe a base social e sempre tem características autoritárias que se são boas na guerra são péssimas na paz, logo anunciam um clima belicoso no porvir.

                Perseguir estudantes, professores e artistas completam o panorama, pois a educação e a cultura sempre são amparo à reflexão e ao livre pensar, o caminho escolhido de enfraquecê-los permite entender que não será aceito qualquer tipo de resistência, governos autoritários começam assim destruindo a diversidade.

                Por ultimo trabalha-se a questão da maciça propaganda patriota vestindo o falso traje da exclusividade do amor ao país, busca-se um ufanismo redentor da resposta única que nega toda a evolução da humanidade que tem sido sempre construída sobre a verdade de hoje como negação da verdade de ontem.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Dominada a Natureza a Nova Meta é Destruir o Homem.


                A ambição insaciável do ser humano projeta-o em direção ao combate do seu igual, hoje com a natureza domesticada no caminho da extinção, tendo esta deixada de ser adversária busca-se um alvo mais divertido, á morte do homem, nossa selvageria que sempre cobrou vidas humanas passa a tê-lo como foco único de seu terror.

                Como entender e aceitar um organismo social que tem em minoria os defensores do conviver colaborativo, ser livre só pode existir no darem-se as mãos para encontrar o melhor para todos, é impossível aceitar a lógica de que a competição traz melhores frutos para a humanidade do que a construção em harmonia.

                Ao fazer uma analise da competição encontramos uma quantidade enorme de esforço despendido no próprio exercício da batalha, que nada constrói a não ser o sucesso na luta travada, por obvio este labor poderia ser convertido em grande aumento de bem estar se realizado por uma comunidade de parceiros na busca do bem comum.

                Fracassamos na nossa relação com a natureza e a cada dia que passa verifica-se com mais vigor o estrago que estamos fazendo na vocação primeira do homem que é a felicidade, se avançamos na tecnologia, o que é inegável, retrocedemos na construção de homens livres e o que temos visto é a alegria efêmera que nos proporciona a destruição do outro.

                Ao não construir-se como homem livre a vitória do ódio, da humilhação do irmão tem o sabor amargo da exigência permanente de outro alvo a ser destroçado tal qual o serial killer, psicopata encontrado na literatura e na vida real, só uma nova vitima saciará seu espírito inquieto e haja sacrifícios humanos para saciar esta fome.

                A falta de alegria nas ruas, a ampliação interminável dos muros, o aumento considerável do medo, a impaciência agressiva defensiva no encontro do outro, a geométrica ampliação dos atingidos pela depressão, a substituição da relação presencial pela virtual, são indicadores precisos deste autoflagelo da humanidade.

                Precisamos urgente encontrar uma saída para esta armadilha que nós mesmos criamos, pensamos que passa pelo combate a acumulação de riqueza o primeiro passo nesta direção, guardar excesso não acrescenta nada para quem o faz e representa sempre diminuição de bem estar para a maioria da população humana.

                E proclamo aqui como mentirosa a afirmação que o homem é indolente por natureza, nós humanos sempre fomos inquietos e se hoje muitos não o são é pelo desanimo originado pelo boicote de seus esforços pela vida submetidos que estão à opressão do poder.

                Vamos devolver ao homem a alegria de viver ajudando-o a gostar-se de si mesmo, devolvendo-lhe qualidade de vida pelo seu trabalho, encaminhando-o ao reaprendizado da fraternidade universal que tantas benesses nos trazem e principalmente agruparmo-nos na luta pela construção da comunidade de homens livres.  

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A versão Brasileira do Alzheimer Político.


                Em qualquer busca de navegador encontramos a definição para Alzheimer “as conexões das células cerebrais e as próprias células se degeneram e morrem, eventualmente destruindo a memória e outras funções mentais importantes”, quais os agentes que escreveram o roteiro e dirigiram o filme destes quatro últimos anos vividos no Brasil? É a incógnita do momento conhecemos apenas alguns atores e não a ficha técnica, esta falta de memória nos levou a loteria que é o momento político atual no país.

                Nos falta no todo instituições fortes de investigação que encontrem os operadores das marionetes em cada uma das cenas deste verdadeiro teatro de bonecos que foi-nos apresentado no palco da política brasileira nestes últimos quatro anos pelas instancias de poder, infelizmente conhecemos apenas fragmentos do todo com o brilho de cada um dos atores na representação do seu papel, o povo brasileiro por certo mereceria muito mais do que esta representação.

                As causas não são difíceis de detectar iniciando por uma imprensa superficial sem autonomia investigativa vivendo das benesses do poder como lhe foi ensinado pela ditadura militar, o que é agravado por sua incapacidade de encontrar como adequar-se ao novo dinamismo das comunicações estabelecido pelas redes sociais, passou a viver de manchetes sensacionalistas na busca do curtir da população em geral, sem investigação não há memória sobram apenas sensações e a partir destas ultimas é que a população passa a se manifestar.

                Na verdade, apesar dos esforços em amenizar, vivemos em uma economia de péssima distribuição de renda que privilegia o acumulo de riqueza na parte mais alta da pirâmide social, desconsiderando os grandes oligopólios de mídia despreocupados com o tema não há recursos para sustentar este trabalho investigativo, o que nos leva como brasileiros a um estado de desinformação ofuscando a qualidade de nossas decisões transformando-nos em uma sociedade sem memória e deficiente em seu pensamento funcional.

                O caráter ainda elitista de nossos instrumentos de ciência e tecnologia e a falta de investimento sério na área cultural mantém um afastamento muito grande entre população e o capital de conhecimento nacional, nossos esforços nesta área são na maioria destinados aos burocráticos programas de publicações cientificas, dificultando a inserção de seus resultados no dia a dia do cidadão, hoje completamente despreparado para resistir ao poder manipulador dos algoritmos construídos sobre os grandes bancos de dados de comportamento humano.

                Mesmo não sendo portador das informações desejáveis, portanto não sabedor se os objetivos foram atingidos como o desejado pelos seus mentores, eu posso enxergar sem sombra de duvida uma atuação concatenada nas diversas instituições de poder forçando uma crise econômica e política com o objetivo de mudar radicalmente os rumos da nação e enquanto não recuperarmos a memória destes últimos quatro anos entendendo cada um dos mecanismos usados e quem os ativou estaremos á mercê deste caos lotérico que se instalou na nação.