Não sei
por que me surpreendi 17 por cento de aumento dos crimes racistas, antissemitas
ou homofóbicos, segundo estatísticas do FBI publicadas em 13 de novembro de
2018, no primeiro ano do governo Trump, confirma a suspeita que o discurso
truculento do presidente americano encontra eco na passagem do sentimento de
ódio de alguns por minorias impulsionando-os para atos criminosos práticos
contra as mesmas.
Este
alerta tantas vezes feito por amantes da paz era questionado como um excesso de
importância para o tipo de discurso formulado, este seria apenas um estilo de
quem adota posições extremas de direita para aumentar popularidade com a
valorização de uma posição agressiva, agora encontra resposta nas estatísticas
da violência divulgadas pelo próprio governo.
Mais do
que um salvo conduto o discurso de ódio de quem exerce o cargo de gestor de uma
nação é internamente em um ser humano abraçado á discriminação, um apelo à
execução do crime, pode-se atribuir ao orador a coautoria da violência, diria até
que temos aí algo como cometer um crime sem sujar a mão.
A
responsabilidade de quem almeja e assume a liderança de um processo político
está diretamente associada às consequências de seus atos, no caso americano ao
discurso da violência e do ódio deve ser imputada a autoria intelectual do
aumento da violência contra as minorias.
Estamos em meio a um processo em que as
lideranças políticas guindadas ao governo brasileiro pelo voto da maioria, têm
apresentado antes, durante e após o processo eleitoral um discurso ainda mais
virulento quanto à discriminação das minorias do que foi apresentado pelo
candidato americano, o que nos faz pensar em consequências similares em nosso
país.
No caso
Brasil apresentam-se os agravantes, da crise econômica, da crise educacional,
do alto nível de violência já existente, da incipiente democracia, nos
sugerindo preocupações maiores quanto aos tempos que estão por vir.
Urge
melhoramos nossos indicadores de criminalidade tornando-os mais claros quanto sua
motivação e mais exatos quanto aos seus números para buscarmos a solução
adequada em cada tipo de crime, necessitamos buscar a correção das causas muito
mais do que a repreensão do acontecido lutar por uma pacificação nacional pelo
conhecimento.
Porém um grande movimento contra o discurso do
ódio é indispensável para evitarmos um genocídio de minorias em nome de uma
depuração da sociedade, não podemos deixar imune quem cometa o crime sem sujar
a mão ao despertar o instinto justiceiro de pessoas despreparadas para a
convivência com o diferente, um grande não a qualquer discurso de ódio me parece
o primeiro passo para uma pacificação nacional.