Não
consigo me lembrar de um ano sem um lindo Natal na minha vida, nasci e cresci cercado
por carinho, o ponto mais alto de todos os que me amaram, todos dando seu
melhor por um presépio, arvore de natal, um papai Noel, uma ceia e também presentes.
No início,
primeira infância, apenas enfeitiçado por este dia cheio de atividades, cujo
ápice era ver aquela bela arvore de natal e o bom velhinho (Papai Noel que
ainda não identificava com uma das pessoas que me amavam) tirando dela os
mágicos pacotes de presente para distribuir entre os que a cercavam.
Avançando
nos tempos, já na infância, tínhamos dois grupos trabalhando para a felicidade
de todos, nós a gurizada (meus irmãos e meus primos) construindo uma
apresentação com poesias, cantos e representações, enquanto os adultos (avós, pais
e tios) preparavam a ceia e os presentes no entono da arvore de Natal.
Bom era
tudo muito simples, com guloseimas e comida feitas com próprias mãos dos que
nos amavam e presentes dentro dos padrões de famílias construídas com muita
luta para ter uma vida digna e buscar a felicidade.
Os anos
passam, mas o que aprendemos vivemos, chegou minha vez de gerar esta mesma alegria
agora para filhos e sobrinhos, o guri bobo continua dentro de você, olha que muita
alegria me deu colocar filhos e sobrinhos dentro do carro e desfilar pela zona
sul de Porto Alegre a cantar feliz natal para todos que encontrávamos a medida
que contemplávamos as casas enfeitadas no caminho.
Então é
muito privilégio poder curtir uma vida tantos momentos felizes, porém em nenhum
momento consigo esquecer a quantos essa felicidade é negada, o que me deixa sim
aborrecido pela minha incapacidade de resolver.
O
momento atual em que se encontra a humanidade aumenta muito esta divisão entre
felicidade e tristeza, pois cada vez tiramos mais de quem pouco tem e não
satisfeitos com isso hoje estamos matando pessoas por nos julgarmos, sem mais
nem menos, do que no direito de fazê-lo.
Todo
este privilégio desmorona ao contemplar tanta injustiça, tanta falta de
humanidade e agora em especial com esta nova casta, tanta crueldade, urge
reencontrarmos nossa humanidade não só para salvar o planeta como e
principalmente para salvar a humanidade que hoje é o seu principal predador.