domingo, 2 de abril de 2023

Talvez

               Não são nem os deuses, nem os homens que determinam nossos planos, simplesmente o acaso é que os administra, tanto faz se é na primeira ou na quarta, ou ainda na sétima dezena de nossa vida.

 

               O que não nos impede de planejar, mesmo no dia anterior de nossa morte estamos cheios de ótimas ideias sobre a nossa vida, o que não implica em sua possibilidade de executa-las, não que isto faça alguma diferença, pois ideias são apenas isto ideias.

 

               Do que estamos falando? Da certeza de existir pelo menos dois mundos paralelos, o da nossa existência e o das milhões de histórias que construímos no mudo da nossa imaginação, casar estes dois mundos é uma completa impossibilidade.

 

               Sim a vida sempre nos abraça pelo acaso, enquanto as ideias navegam no espaço das irrealidades, ou seja, para estas últimas tudo é a soma de todas as potencialidades, mesmo que em nós e em ninguém elas existam.

 

               A questão entre optar pelo acaso, que é a vida, e o infinito eterno, que é o mundo das ideias, é uma falsa alterativa, pois está complemente afastada das nossas possibilidades, então o que nos resta?

 

               Tão somente assumir nossa maiúscula possibilidade de rendidos á inevitabilidade da morte e dos ainda piores incidentes que nos incapacitam para vida plena, a desafiarmos constantemente com o irreal mundo de nossas ideias.

 

               Óbvio que quando o chamamos de irreal, estamos abrindo mão da nossa múltipla existência, mais do que isso estamos renegando nossa humanidade, nossa questão básica que é sermos muitos em um só.

 

               Talvez você esteja se perguntando onde quero chegar? Não quero chegar a lugar nenhum, quero deixar claro que nossa importância se resume ao momento de nosso pensamento, o resto é tão somente acaso.

 

               Todas as nossas vaidades estão submetidas a esta simples constatação não temos nenhum controle sobre nossa existência, o que não permite a nós abrirmos mão de tudo o que somos naquele ínfimo espaço de tempo onde temos certeza do nosso acontece.

 

               

               Em síntese, mesmo sendo um talvez é por certo a cada vez que o vivemos nosso melhor momento e isso é o próprio viver, em nada nos interessa como os catalogam, porque ninguém mais o viveu, e esta é nossa alegria e nossa gloria, não julgamento que o possa aprovar ou reprovar, é nosso e perfeito.