Não são
nem os deuses, nem os homens que determinam nossos planos, simplesmente o acaso
é que os administra, tanto faz se é na primeira ou na quarta, ou ainda na
sétima dezena de nossa vida.
O que
não nos impede de planejar, mesmo no dia anterior de nossa morte estamos cheios
de ótimas ideias sobre a nossa vida, o que não implica em sua possibilidade de executa-las,
não que isto faça alguma diferença, pois ideias são apenas isto ideias.
Do que
estamos falando? Da certeza de existir pelo menos dois mundos paralelos, o da
nossa existência e o das milhões de histórias que construímos no mudo da nossa
imaginação, casar estes dois mundos é uma completa impossibilidade.
Sim a
vida sempre nos abraça pelo acaso, enquanto as ideias navegam no espaço das
irrealidades, ou seja, para estas últimas tudo é a soma de todas as
potencialidades, mesmo que em nós e em ninguém elas existam.
A questão
entre optar pelo acaso, que é a vida, e o infinito eterno, que é o mundo das
ideias, é uma falsa alterativa, pois está complemente afastada das nossas
possibilidades, então o que nos resta?
Tão somente
assumir nossa maiúscula possibilidade de rendidos á inevitabilidade da morte e
dos ainda piores incidentes que nos incapacitam para vida plena, a desafiarmos
constantemente com o irreal mundo de nossas ideias.
Óbvio que
quando o chamamos de irreal, estamos abrindo mão da nossa múltipla existência,
mais do que isso estamos renegando nossa humanidade, nossa questão básica que é
sermos muitos em um só.
Talvez
você esteja se perguntando onde quero chegar? Não quero chegar a lugar nenhum,
quero deixar claro que nossa importância se resume ao momento de nosso
pensamento, o resto é tão somente acaso.
Todas as
nossas vaidades estão submetidas a esta simples constatação não temos nenhum
controle sobre nossa existência, o que não permite a nós abrirmos mão de tudo o
que somos naquele ínfimo espaço de tempo onde temos certeza do nosso acontece.
Em síntese,
mesmo sendo um talvez é por certo a cada vez que o vivemos nosso melhor momento
e isso é o próprio viver, em nada nos interessa como os catalogam, porque
ninguém mais o viveu, e esta é nossa alegria e nossa gloria, não julgamento que
o possa aprovar ou reprovar, é nosso e perfeito.