quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Me engano, porque eu gosto "II"

        Quando defendo times horizontais de composição heterogênea, falo de gestão partilhada onde planejamos e assumimos responsabilidades, executamos e revisamos nossas tarefas.

        Uma de nossas melhores invenções foi "o chefe", tanto assim o é que não ficamos somente na criação do mesmo, geramos também chefes para os chefes em uma interminável cadeia, incluindo até chefes de coisa nenhuma, sendo igualmente prolixos na quantidade de sinônimos que geramos para dizer a mesma coisa, para representar o mesmo papel.

        Sempre que vejo alguém exercendo este papel de imediato me vem à cabeça um navio com a fileira de remadores acorrentados e um cara mobilizando-os de chicote em punho, obviamente que nos tempos do politicamente correto o chicote e as correntes têm outro nome.

        Na prática a coisa funciona como sempre funcionou, este intermediário tem que submeter os que estão inferiores na hierarquia com a mesma determinação que fideliza sua submissão aos que estão no degrau acima, ou seja, somando e diminuindo é um papel que não tem nada a fazer na engrenagem, apenas um peso a mais a ser carregado.

        Ficou fácil identificá-los, frases curtas, ambíguas, fazendo supor que tudo sabem, como se escondessem algum conhecimento inatingível para os demais, nós os preparamos com os mais diversos cursos para exatamente nada produzirem e parecerem donos de alguma verdade.

        Defendo a ideia de partilhar definições e problemas, organizados em grupos pequenos, que em seu meio conheçam as diferentes graduações de talento individual nas diversas atividades requeridas, onde todos executam todos os papeis descobrindo, assumindo e executando responsabilidades.        


        Crescimento pessoal, amadurecimento coletivo, resultados focados em adicionar valor é o que tenho medido quando consigo trabalhar com a metodologia acima exposta e felizmente nenhuma falta do Chefe.