Quando
defendo times horizontais de composição heterogênea, falo de gestão partilhada
onde planejamos e assumimos responsabilidades, executamos e revisamos nossas
tarefas.
Uma de
nossas melhores invenções foi "o chefe", tanto assim o é que não
ficamos somente na criação do mesmo, geramos também chefes para os chefes em
uma interminável cadeia, incluindo até chefes de coisa nenhuma, sendo
igualmente prolixos na quantidade de sinônimos que geramos para dizer a mesma
coisa, para representar o mesmo papel.
Sempre
que vejo alguém exercendo este papel de imediato me vem à cabeça um navio com a
fileira de remadores acorrentados e um cara mobilizando-os de chicote em punho,
obviamente que nos tempos do politicamente correto o chicote e as correntes têm
outro nome.
Na
prática a coisa funciona como sempre funcionou, este intermediário tem que
submeter os que estão inferiores na hierarquia com a mesma determinação que
fideliza sua submissão aos que estão no degrau acima, ou seja, somando e
diminuindo é um papel que não tem nada a fazer na engrenagem, apenas um peso a
mais a ser carregado.
Ficou
fácil identificá-los, frases curtas, ambíguas, fazendo supor que tudo sabem,
como se escondessem algum conhecimento inatingível para os demais, nós os
preparamos com os mais diversos cursos para exatamente nada produzirem e
parecerem donos de alguma verdade.
Defendo a ideia de partilhar definições e problemas, organizados em grupos pequenos,
que em seu meio conheçam as diferentes graduações de talento individual nas
diversas atividades requeridas, onde todos executam todos os papeis
descobrindo, assumindo e executando responsabilidades.