Perda
incalculável em grandeza sendo seu resgate improvável no curto prazo este é o
saldo para a esquerda brasileira dos últimos acontecimentos verificados nesta
“mui amada terra de Santa Cruz”, admito que muito longe ainda de alcançar a
qualidade e o tamanho do avanço das lutas populares existentes nos momentos
anteriores ao golpe militar de sessenta e quatro, ainda assim ostentávamos ganhos
sociais bem definidos e positivos no contexto político econômico.
Também precisamos
aceitar que a falta de coragem para assumir um governo de esquerda é a causa
primeira do lamentável teatro do ridículo que presenciamos no último domingo, triste
por escancarar que passamos os últimos treze anos engordando esta direita
oportunista no próprio seio do governo e não satisfeitos por privilegiá-la nos
lambuzamos com seu instinto predador dos bens públicos ao nos tornarmos seus
cúmplices fechando os olhos para seu continuado depredar do patrimônio popular.
Descontando o
próprio PT tão somente o PSOL e o PC do B foram unânimes em votar contra o
golpe, por cúmulo de ironia, partidos políticos que nunca estiveram nos planos
para a composição de uma base de governo, como parceiros sempre se preferiram
os fisiologistas da direita, o número pequeno de votos é o atestado inegável de
que nenhum esforço foi feito para a construção de uma sólida esquerda nacional
desmascarando a sede hegemônica do atual grupo no poder que prioriza sempre antes
da luta contra o fascismo o desmonte dos concorrentes de esquerda.
Não somos cegos e
sabemos que o perfil de políticos frágeis e corruptos nasceu e foi embalado nos
porões da ditadura militar, que assim os necessitava para dar uma falsa
sensação de legitimidade em seu processo autoritário opressor contra os
interesses do homem e da natureza, o que hoje como um câncer espalhou-se por
todo o organismo nacional atingindo-o por inteiro, penso devemos considerar o
momento como uma oportunidade, tanto de reconstrução da esquerda como das
estruturas de governo em suas três faces o executivo, o legislativo e o judiciário.
Não é possível
abrir mão de colocarmos nas ruas nas redes sociais nos espaços públicos em
geral uma grande mobilização para unir a esquerda em torno da manutenção da
democracia, desmascarando assim o golpe branco, ampliando a luta para extirpar
as condições favoráveis à corrupção combatendo-a no presente e nas estruturas
que a farão possíveis no futuro ainda acrescendo um grande empenho na busca do
voto compromissado com os anseios populares.
Eleições gerais coincidência de mandatos
em todos os níveis, a reforma política sempre lembrada sempre adiada como
prioridade para a construção de um novo pacto social destinado
a coibir a má distribuição de renda e ampliar os direitos do homem, a educação
no seu sentido amplo de cultura do pensar está no rol principal das nossas
necessidades atuais.