Nada de
mal quanto ao trilho, que acho lindo, menos ainda reprovo quem o criou, que
admiro, mas simplesmente percebo que este só serve para seu autor, de verdade
não é o meu caminho.
De
fato, isto para mim é um privilégio, as circunstâncias me criaram assim, se eu
lhes falasse que escolhi esta opção, por certo estaria mentindo, as
contingências com as quais me deparei, neste mundo de acasos, me fizeram assim.
Por que
o trilho não me serve, mais ainda porque não serve a ninguém? Pelo óbvio, quem
criou este caminho viveu as suas especificidades o que ninguém mais pode
vive-Las, se os espaços são diferentes as opções ideais também o são.
Agora
nos defrontamos com os tempos terríveis, onde o ser humano busca o poder de ser
o caminho e usufruir de todas as benesses que o poder lhe traz, ou, entregar-se
mansamente a seguir um caminho dado, em busca da cega segurança de não precisar
decidir ou pensar.
Podes
crer não condeno quem aspira o poder, menos ainda quem se entregue ao ato de
abraçar a causa de seguidor, apenas percebo que ambos se escravizam aos seus
papeis, perdendo os dois sua humanidade.
Hoje
está em moda o poder de liderar, o que nada mais é que o emprego de feitor, não
consigo imaginar seres humanos diferentes do que, em sua vocação pelo social,
serem ambientes fecundos de crescimento do outro.
Nossa
luta é constante, crescermos em nós mesmos e crescidos ajudarmos os outros
também viverem esta metamorfose em busca de sua plenitude, não são nossas
palavras que os ajudarão e sim nossa convivência honesta que os possibilitará a
encontrar seu próprio rumo.
Não
quero trilho nenhum para mim, menos ainda para ninguém, homens livres tem seu
próprio caminho e cada qual é particular.
Em frente
a construir caminhos, que tão somente a nós servem, não precisamos dos caminhos de ninguém, menos ainda precisam os outros de nossos caminhos, nos cruzaremos,
cada qual em seu caminho, no maravilhoso processo de existir.