sexta-feira, 30 de junho de 2017

Temos sim Força para Derrubar os Muros.

     Ambiente hostil para seres humanos nesta sociedade construída em pilares onde se ergue estatuas para os maiores predadores de seus iguais, onde a astúcia no ludibriar o outro tem sempre o prêmio maior, onde o sangue e o suor de terceiros é glorificado como troféu, onde a vocação política do homem é exercida contra o mesmo, onde as relações transparentes são impossíveis pela paixão trapaceira das cartas escondidas na manga, onde se tolhe o crescimento individual para evitar a rebeldia tão natural no homem e única força capaz de construir um mundo melhor.

     Destruir o homem é uma tarefa inviável por sua vocação para a potência por mais amortecido que esteja hoje como resultado de artimanhas típicas de quem exerce o poder, ele guarda dentro de si esta semente de transcender, seus limites são falsificações forjadas por interesses espúrios desta quadrilha instalada tão somente para submetê-lo explora-lo e como tal é uma vitória de piro que o mantém adormecido, mas não lhe rouba a força interna pronta a explodir a qualquer momento.

     Insisto que tal qual no filme Matrix estamos vivendo uma realidade virtual que chamamos democracia onde na verdade as garras fortes do poder são exercidas com poderosas tecnologias de persuasão e controle, sabem muito mais de nós do que imaginamos e nos administram por algoritmos de manipulação do que é mais sagrado no homem o direito ao desejo, só podemos vencê-los lutando contra a existência das nações e seus governos na busca de uma comunidade planetária que se autogoverne.
           
     Não gostaria de deixar em aberto à questão da individualidade sem uma revisão pessoal em nossas atitudes para conosco e com os outros nada será possível, não se constrói um mundo novo com pessoas velhas, enquanto nos mantermos distraídos em movimentos inúteis tais quais mariposas no entorno de lâmpadas apenas estamos antecipando nossa morte pessoal em favor de uma comunidade acéfala, pode parecer cômodo não viver deixando que a correnteza nos leve aonde deseje, porém sem o exercício da liberdade do pensar, mortos vivos, nunca vamos experimentar o prazer e a felicidade que é a essência da nossa existência.


      Temos sim força para derrubar os muros nosso exército de livres pensadores pode sim explodir a base do poder que esta podre, de fato esta destruída á priori, o que o mantém são os escravos feitores que ainda não se deram conta que estão recebendo as migalhas da mesa para espezinharem seus irmão e assim sendo humilhados em sua dignidade, amigos a desobediência civil e muito mais do que um direito é uma obrigação dos homens justos e de boa vontade.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A Sequência de Passos em Falso

     Nossa vocação social para assassino serial é por demais conhecida, explorada nas dobras do tempo desde sempre por filósofos, artistas e pensadores em geral que ao liberar aos quatro ventos a bandeira da esperança nos alertam quanto ao risco de matança desordenada de seres humanos que a dita civilização teima em realizar.

     Ouvidos moucos são o que mais temos em uma cegueira crescente que se estabelece como movimento coletivo suicida, enfim decididamente verificamos que as pessoas abriram mão de pensar, desistiram de ser e dedicam-se a este tipo de esporte do qual, por mais que tente, não consigo entender as regras, jogam-se aleatórias trocas de palavras, empilhadas em frases que são cópias da copia copiada, para nada dizer além do fato de que se abriu mão da vida inteligente.

     Sempre que pudermos acordar que a finalidade da vida é o prazer, acrescido da necessidade de embriagarmo-nos de felicidade e admitindo que só possam ocorrer tais realizações, prazer e felicidade, se nos posicionarmos por conscientemente transitarmos onde de fato todas as coisas acontecem que é o espaço da plena compreensão e completo uso de todos os sentidos deste nosso corpo uno em suas dimensões físico espiritual.

     Como então justificarmos esta sequência de passos em falso que insistimos em realizar com um continuado processo de movimentos inúteis onde nunca sairmos do lugar, pois são apenas reflexos condicionados pela sociedade, dita civilizada, em assumida fuga do desejável encontro do eu, quando o sabemos ser este último, o ato de encontrar-se, o único a ter o potencial libertador capaz de realizar em nós a vida.

     Organizamos as coisas e as operações em favor do manter o homem sempre ocupado, com inutilidades para si e para os outros, mantendo-o distraído de seus próprios fins e desejos, não satisfeitos com esta armadilha contra a sadia existência humana, avançamos em nossos propósitos falsificando desejos para mantê-lo preso a esta cadeia de desesperança, pois a realização de falsos desejos apenas gera angústia, depressão e uma viciosa busca de novas miragens.

     Neste estágio quando o homem busca satisfazer a sua vocação social não mais quer o homem de carne e osso, mas sim a imagem de um ser inexistente, cujo resultado é minar de antemão o relacionamento possível entre nós seres humanos, conduzindo-o ao fracasso dos desenganos e ao clima de antagonismos que vemos hoje na maior parte das relações, no fundo é o encontro de traídos pelos seus próprios equívocos.


     O brado que vejo em crescimento na nossa comunidade de seres pensantes é por um encontro de caminhos que possam permitir construção pessoal de homens livres capazes de lançarem-se na direção aos outros seres humanos em situação de igualdade e fraternidade, e assim irmanados conviver em grande harmonia com a natureza como um todo, aí esta uma boa luta para defender e incentivar.

domingo, 25 de junho de 2017

Impotência do ser

     Quando o mundo te pega de jeito ao lhe impor a humildade de perceber sua impotência de marcar com rumos felizes os caminhos das pessoas a quem amas, a tua insignificância frente aos desatinos programados pela selvageria torna-se tão evidente que o gosto das tuas palavras doces traduz-se em cheiros amargos, tens que lutar bravamente contra a tristeza interna que tal incapacidade lhe provoca, o que lhe salva por certo é o conhecimento que tal estado de espirito além de nada ajudar só pode arrastar suas benquerenças a situações mais difíceis.

     Seus conselhos contra a fome mais parecem ironias de quem de barriga cheia ostenta tal superioridade contra o amado, sua fortaleza mais cheira a opressão do bem aquinhoado sobre o desassistido, seus privilégios respingam como gotas potentes de fel a queimar o espirito do desprovido, todas tuas juras de amor transformam-se em sentenças vazias a condenar-te a infertilidade de gerar felicidade independendo de que esta seja teu principal desejo.

     Esta tua alma cujo cheiro abraça a ti mesmo tendo o tamanho da aridez do deserto onde teus intentos oscilam entre a noite que esmaga de frio a quem mais queres e como contraponto o dia que infecta de febre o ser que desejas amar e proteger, maldita hora esta onde enxergas teu ventre murcho e estéril, todas tuas boas intenções são apenas uma multidão de inutilidades que mais atrapalham o alvo de tua devoção.

     Dos inimigos mais fortes não lhe assustam as ameaças que contra ti teimam em transformar em realizações, podes sim enfrenta-las e vencê-las sempre, todavia contra os seres que tens os maiores e melhores sentimentos em teu coração estes mesmos adversários triunfam sobre ti por tua completa falta de destreza em combater.

     Neste tribunal onde te julgas tens a sentença a priori lavrada com a condenação pesando sobre ti mesmo, a guilhotina que decepa o mais bonito existente em ti o teu bem querer por outrem te separa do prazer e da felicidade que são a síntese do que denominamos ser humano.

     Pode parecer injusto que as coisas assim lhe aconteçam, sentimento este que de cara em ti é contradito pela admissão que não soubeste ler todos os indicativos relacionados à aproximação da tormenta, apesar dos mesmos estarem escancarados na tua frente, entre tantos motivos talvez o principal seja o desleixo de olhar o céu ou quem sabe o preocupar-se demais com seu umbigo que o cegou ante a tragédia e contra esta hoje somente consegues lamentar.    

     Resta então erguer a cabeça submeter-se ao aprendizado que levará a enfrentar melhor preparado as inconstâncias do porvir, vivendo sempre melhores presentes que é tudo em que se pode confiar e acreditar. 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Felicidade Iluminando o Mundo

     Talvez seja apenas um estado interno de graça que me faz garimpar estas joias pequenas que são os raios de felicidade a derramar suas luzes sobre todos nós, talvez o próprio imenso breu que nos cerca permita distinguir com clareza inigualável o arco-íris de almas aí expostas devido ao fato de simplesmente terem encontrado o seu lugar e por isso transmitem esta paz interior contaminando o mundo do melhor que tem o espírito humano a pureza da vida e como tal encorajam a muitos de nós a engajarmo-nos nesta corrente de bem viver.    

     Brotam espontaneamente por diversos cantos do planeta uns tratando a terra com suas próprias mãos, outros colhendo sentimentos em forma de versos de sua poesia, tantos abraçados em seus instrumentos espalhando harmonia dos sons para espíritos atentos, todos cultivando o amor em sua mente e no seu corpo ambos definitivamente comprometidos com a magia de ir ao encontro do outro, são essas as verdadeiras sementes do mundo novo que sonhamos.

     Tão somente pessoas comprometidas com esta mudança interna do conhecer a si mesmo serão capazes de resolver a grande questão filosófica que é entender a vida e mesmo que não desvendem esse mistério, o que tudo indica é o mais provável, só o fato de empenharem-se nesta busca já as transforma em grande instrumento para a construção de um planeta justo para com todos que é composto da síntese da integração da natureza e do homem.

     São estes arautos da não violência contra a natureza e o homem, são estes exterminadores da competição como realização pessoal, são estes instrumentos do não desperdício realizado pela troca responsável de insumos no limite da real necessidade os escultores da justiça social que inicia sempre na construção do homem novo como alicerce necessário e suficiente da justa distribuição da riqueza humana e o consequente transbordamento em alegria e prazer.

     Posso dar meu testemunho simples, pleno e prazeroso composto de pequenos incidentes positivos em um par de horas que acabaram se transformando na necessidade de proferir este meu discurso, não consegui conter em mim sem extravasar para vocês este momento interior.

     Uma bela noite de encontro de almas que se gostam se amam mesmo separadas pela tortura da distância é a hora em que a vida é tudo de bom, relaxo indo à rua para fumar uma última cigarrilha antes de dormir e encontro um jovem também acompanhado de um cigarro neste início de madrugada, em manifesta alegria de partilhar poucos minutos vem falar comigo, foi um tempo muito curto bastante intenso de interesses comuns, a alegria do momento de entender quem era o cara que estava em sua frente de curtir a hipótese de ler meu blog deu-me a entender que eu podia transmitir-lhe algo de bom e isto me completou a alma e me conduziu para uma noite calma e maravilhosa de sonhos.

     Tudo se completa no meu amanhecer lendo o depoimento de amigo de pouca convivência e muita sinergia, um retirante do competitivo mundo da TI, em sua busca na América de lugares repletos do viver música como realização de seus sonhos, eu confesso um estado de espírito tipo como é bom ser feliz tomou conta de mim        

terça-feira, 6 de junho de 2017

Na Vitrine a Palavra Vazia

      Passam por mim milhares de palavras, nas quais escondidas disfarçam-se pessoas, independente do teor as frases são em sua essência discursos vazios, onde o afeto em sua definição filosófica uma mudança ou modificação que ocorre simultaneamente no corpo e na mente conforme Spinoza não está verdadeiramente presente, na prática as sentenças são apenas repetições sistemáticas de brados de guerra orquestrados por terceiros, confesso nada mais dizem para mim a não ser o fato de que não há um ser pensante por trás das mesmas.

     Nas redes sociais, por sua amplitude global, expor uma falsa imagem trabalhada com o intuito de ser fonte de desejo justifica-se plenamente pela busca do minuto de fama e/ou de aceitação pelo outro, não é surpresa sua personificação como um mural de debate descompromissado e feroz vendendo falta de coerência e convicção, mas na mesa de bar, nos compromissos sociais, nos momentos de convivência oportunizados na sociedade o fenômeno também passou a ocorrer graças ao nosso continuado hábito de assim proceder, aí sim passamos a viver em um verdadeiro baile de máscaras onde convivem fachadas e não seres humanos.

     Na verdade não sei o porquê da minha indignação, possivelmente um ato falho meu de rebelde mal civilizado, sabedor que sou do esforço enorme desprendido para evitar que cresçam seres humanos e em seu lugar proliferem espectros destinados a preencher os espaços vazios na esteira de produção e na sociedade de consumo, todos preparados para cumprir a contento suas funções produtivas e movimentar a máquina de consumo de futilidades.

     Muito tempo já faz que o divórcio entre as palavras seus signos com o pensamento humano ocorreu e ainda continuo perseguindo-as na busca do entendimento das vidas que elas acobertam em um ato de loucura que deveria abdicar e não consigo, quero encontrar imersas nelas sentimentos e lógicas que em minha opinião são os ingredientes que em sua mistura determinam um Homem, esse mesmo que vocês estão imaginando um corpo e uma mente fundida em entidade única.

     Não pretendo abrir mão dos sentidos, também não desisto de decifrar-me no outro, muito menos abdiquei de tentar explicar-me o ato de viver, sigo peneirando as multidões de signos escritos, falados ou desenhados neste mural globalizado de modo esparso na busca de pepitas de amor que possam justificar-me como um ser livre pensador e sempre que possível quero dar testemunho disso para os outros com quem convivo, a cada encontro ocorrido me invade uma felicidade da qual não pretendo abrir mão e almejo ler no corpo do outro.


     O próprio caos social que vivemos é o indicativo de mudança, sinto ares de uma iminente grande transformação na sociedade e nas pessoas por simples impossibilidade de seguir neste rumo de desesperança, a engrenagem está prestes a romper-se por puro desgaste gerando a implosão de tudo que aí está e abrindo os caminhos de um novo contrato entre os seres humanos.