Falso, muito falso os tempos que vivemos, onde os fins
sempre justificam os meios, nosso tempo é de enganar quem quer ser enganado,
nem um nem outro realmente acredita, nem no exposto e muito menos no percebido,
o que vale é justificar-se em seus atos egoístas.
São
tempos de verdades fantasiosas, construídas pela fuga ao espirito critico,
nossa bengala a cada crise de consciência é uma declaração de fé e como tal é
desnecessária uma justificativa racional, vivemos o é por que é.
Se
machuco alguém, não o faço por maldade e sim para corrigir o mal que ele
representa, acreditando nisso estou me transformando no inumano justiceiro,
acima do bem e do mal, minha violência é justa tão somente porque me serve.
No
intuito de validar meus equivocados atos, abraço terceiros que os cometem,
agarro-me a argumentos que o validem frente as minhas crises de consciência,
caindo na completa dependência a outrem em detrimento do meu livre arbítrio.
Como
naquela brincadeira de dominó, derrubada a primeira peça em sequência uma a uma
caem também, assim um equívoco justifica o próximo, para validar o anterior e
nem me dou conta mais da camisa de força que em mim mesmo vesti.
Me
acostumo a não questionar, a fechar os olhos para a diversidade, renego a mim
mesmo o decidir, começo a acreditar nas minhas mentiras, que de minhas só são a
submissão continuada a vontade dos outros.
Deixo
de ser um inocente útil, perco a pureza de ser eu mesmo, passo a ser um
serviçal de interesses de terceiros, entro em guerra contra os outros e comigo
mesmo em busca da aprovação de meus atos por outrem.
Sabemos
que na humanidade tudo é cíclico, porém esta espiral tem no momento um
descaminho, expande-se para menos humanidade ao abraçar-se em razões com uma
lógica inapropriada, pautada por eficiência e competição quando deveria andar
de braços dados com a cooperação.
Construirmos
diálogos para somar, arregaçar as mangas lado a lado por uma humanidade melhor
é o único caminho possível para a regeneração da comunidade humana, enquanto
nos esquivarmos desta tarefa estaremos cada vez mais reféns do egoísmo e da voluntária
servidão