Cubro-me protegido de plena saúde,
Sempre de mim lépido escondo todos os males,
Se aprisionado em hermético ataúde,
Sempre aceito de que a meu respeito assim fales.
Dia sim dia não me disfarço saudável,
Sabedor de que de vida só pouco entendo,
Acolhendo-me por dentro assim confortável,
Fica fácil descubro seguir vivendo.
Como cruz carregamos todas nossas culpas,
Mesmo sempre o sabendo sermos inocentes,
Insistem em nos tirar todas as desculpas,
Devido em maioria contra o homem ser crentes.
Mesmo sabendo que estou por fim puro e limpo,
Pago pecados que a mim são determinados,
Todos querem tirar-me do pretenso Olimpo,
Garantindo-me sequencia de finados.
Por muita alegria eu tenho simpatia,
De um eterno otimista, assim me rotulam,
Dos outros nada cobro nem mesmo empatia,
A mim cobro respeito ao que postulam.
Como pensar em dores eu tendo os amores,
Como pensar em falta se a vida me basta,
Como pensar em espinhos se eu curto flores,
Como pensar em mal se a alegria não gasta.