Não
consigo esquivar-me de sentir vergonha dos seres humanos que somos em pleno
século XXI, imensamente mesquinhos, diminuímos ao não conseguirmos enxergar o
outro ao nosso lado como um igual, incapazes que somos de somar para humanidade
nos dedicamos a acumular em proveito próprio.
O
prazer de dividir os homens em busca de um imaginário poder, a insensatez de
vivermos em estado de guerra com o único objetivo de apoderarmo-nos dos
despojos, expõe a olhos nus nossa fraqueza como inteligência humana.
Ignorante
é nossa injusta distribuição da riqueza produzida pela humanidade
permanentemente nos obrigando a jogar fora nossos melhores talentos na defesa
da injustiça quando eles deveriam estar à disposição do crescimento da
humanidade como um todo.
Nem sei
por que me melindro com esta vocação para um egoísmo que nada constrói, não há
dúvidas que é pequinês achar-se maior pela diminuição do outro, temos lutado
muitos mil anos para acreditarmos nisso e agora chafurdamos nesta lama podre
que criamos.
Estamos
em tempos de homens pequenos e inseguros que necessitam de discursos de ódio e
violência para proteger-se da sua incompletude, quem não se suporta corre atrás
de inimigos imaginários para esquecer de seu desamor por si mesmo.
Tropeçamos
diariamente nas nossas fraquezas, que nos envergonham profundamente, ao
caminharmos rumo a construção de uma torre de babel onde cada qual fala sua
língua em detrimento de uma palavra universal.
Sempre
que possa lançar-me na direção de melhorar a vida do outro melhorarei a vida de
todos e consequentemente a minha própria, difícil entender como nossa cegueira
não nos deixa ver algo tão óbvio.
Quando
me dedico a pilhagem do outro estou me tornando candidato a ser pilhado por
todos e assim nestes tempos áridos que vivemos gastamos nossos maiores esforços
há nos defender do outro quando deveriam estar dedicados a construir com o
outro.
Urge
repensarmos o mundo que queremos em
busca de recuperarmos o orgulho de sermos seres humanos em uma comunidade
colaborativa que pode nos projetar ao infinito da alegria e do prazer, quanto
mais pessoas felizes ao nosso lado mais candidatos a felicidade seremos.