Como
compreender o homem em metamorfose se insistimos em defender a tese que
apreendemos com o passado, há vida presente e tão somente isso até porque não
podemos evitar que nossas recordações sejam ficções criadas a cada momento sem
nenhum compromisso com a verdade.
Com o
esforço investigativo feito pela humanidade já é de conhecimento de todos que
ao olharmos para nossas sequências no tempo somos submetidos a poderosos e incontroláveis
filtros, o que nos permite ver apenas o que é do interesse do homem atual com
suas particularidades do momento.
Gerações
e gerações de mariposas morrem ao jogar-se contra a luz, assim como gerações e
gerações de humanos se submetem a guerras suicidas em nome do exercício do poder
sobre outros homens, sempre se considerando em estado de legitima defesa.
Escravizarmo-nos
as experiências do passado é negar o conceito definidor de ser humano, o livre arbítrio,
já nos dizia Descartes que o importante, o que define ser humano, é decidir e
comprometer-se com a opção e é isso que nos define como homens livres.
Enquanto
não rompermos com esta fabulosa máquina de moer carne humana, como lindamente
nos mostra o filme The Wall, estaremos condenados a submissão e abrirmos mão de
existirmos como seres humanos.
O homem
que deve existir dentro de nós é o poderoso ser livre capaz de manifestar sua
plenitude no único momento que realmente existe que é o seu presente sem
nenhuma norma que não seja sua consciência sobre si mesmo.
Por
certo devemos combater as cartilhas que humilham o homem ao ponto de torna-lo pensamento
de terceiros, em contraponto devemos incentivar ao máximo que cada um crie seu
caminho de descobrimento, perceba-se como pessoa que é da sua inserção comunitária
com outros iguais.
Nossa
vocação primeira é ser este homem liberto, comunitariamente colaborativo, capaz
de achar seus próprios caminhos e assim realizar-se realizando a todos.