Repensar
o trabalho que hoje se concentra em produzir supérfluos objetivando apenas
manter um nível alto de ocupação com o intuito de alienar o homem conduzindo-o
inexoravelmente à depressão e trazendo muito pouco acréscimo à sociedade humana
como um todo, substituição deste por um trabalho criativo focado em melhorias
para a humanidade tanto tecnológicas como artísticas e filosóficas que engrandeçam
o homem conduzindo-o à felicidade e ao prazer da vida, romper o antigo
paradigma da ocupação pelo novo do valor agregado ao homem.
A cadeia produtiva hoje estabelecida tem em
sua fundação a estrutura hierárquica de comando e controle com uma vasta
quantidade de horas perdidas em mecanismos de monitoramento muitas vezes
disfarçados em mecanismos técnicos de manipulação de grupos, fato que nos leva
a dedicar muitas horas de labor em função do próprio ato de fazer o trabalho
acontecer, agravado ainda pelo conservadorismo das fórmulas prontas que devem
ser executadas ao pé da letra implicando em risco de reprimenda qualquer desvio
criativo que o trabalhador ousar, tudo isso acaba por converter os
participantes do processo em uma legião de insatisfeitos a produzirem pouco e
com qualidade duvidosa do ponto de vista do homem e do negócio o sistema como
um todo faliu.
O trabalho em prol da humanidade não
focado em produzir apenas itens de consumo supérfluos ou não é o único que pode
redimir o homem, não existe como competentemente operar com trabalhadores
pressionados pela necessidade de sobrevivência, só poderemos ter eficiência e
eficácia no trabalho a partir da ruptura do paradigma da troca de trabalho
humano por mais valia acrescida por recursos mínimos de sobrevivência,
independente da unidade de medida que defina este mínimo,
ninguém tem foco no que produz e sim nas coisas que necessita ou imagina
necessitar na satisfação do desejo implantado pela própria sociedade neste,
nenhuma das mudanças foi produzida assim com trabalho escravo em tempo nenhum
da humanidade.
Ao contrário do mito espalhado pela
sociedade o homem tem vocação e gosta de trabalhar, o que o afasta do mesmo é a
linha de montagem de exploração destinada a ilegal e injusta acumulação de
riqueza por uma minoria, cuja construção tem na base um equivocado direito do
mais forte de que é justo, sempre que tiver falta de escrúpulo suficiente para
tal, apropriar-se do trabalho de outrem em benefício próprio.
Sem dúvida dependemos de mudanças nas
áreas políticas, econômicas, sociais e principalmente na educacional para
devolver ao homem o trabalho livre, há toda uma revolução a ser feita na busca
de qualidade de vida individual de bem-estar social que só pode acontecer com
suporte de evangelizadores destes novos tempos, não via movimento de massas e
sim a partir de testemunhos vivos que fermentarão as mudanças.
A
vocação do ser humano está ligada à associação livre para o trabalho que tenha
como retorno bens intelectuais e materiais de cunho comunitário e como destino
aumentar o bem-estar individual e social da humanidade produzindo qualidade de
vida para cada um e para todos os seres vivos.