sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

É Tolo Prensarmos Que Apreendemos com o Passado!

 

                Como compreender o homem em metamorfose se insistimos em defender a tese que apreendemos com o passado, há vida presente e tão somente isso até porque não podemos evitar que nossas recordações sejam ficções criadas a cada momento sem nenhum compromisso com a verdade.

 

                Com o esforço investigativo feito pela humanidade já é de conhecimento de todos que ao olharmos para nossas sequências no tempo somos submetidos a poderosos e incontroláveis filtros, o que nos permite ver apenas o que é do interesse do homem atual com suas particularidades do momento.

 

                Gerações e gerações de mariposas morrem ao jogar-se contra a luz, assim como gerações e gerações de humanos se submetem a guerras suicidas em nome do exercício do poder sobre outros homens, sempre se considerando em estado de legitima defesa.

 

                Escravizarmo-nos as experiências do passado é negar o conceito definidor de ser humano, o livre arbítrio, já nos dizia Descartes que o importante, o que define ser humano, é decidir e comprometer-se com a opção e é isso que nos define como homens livres.

 

                Enquanto não rompermos com esta fabulosa máquina de moer carne humana, como lindamente nos mostra o filme The Wall, estaremos condenados a submissão e abrirmos mão de existirmos como seres humanos.

 

                O homem que deve existir dentro de nós é o poderoso ser livre capaz de manifestar sua plenitude no único momento que realmente existe que é o seu presente sem nenhuma norma que não seja sua consciência sobre si mesmo.

 

                Por certo devemos combater as cartilhas que humilham o homem ao ponto de torna-lo pensamento de terceiros, em contraponto devemos incentivar ao máximo que cada um crie seu caminho de descobrimento, perceba-se como pessoa que é da sua inserção comunitária com outros iguais.  

 

                Nossa vocação primeira é ser este homem liberto, comunitariamente colaborativo, capaz de achar seus próprios caminhos e assim realizar-se realizando a todos.