Em passos firmes
andávamos sincronizados, a coincidência dos caminhos servia para promover a
afinidade inicial, ritmos similares de pessoas desconhecidas, dois mundos de
relações específicas com uma improvável intersecção, assim silenciosos
mantínhamos a distância que era tão somente física na alma de cada um não havia
separação.
Em mim pulsa
forte a veia de observador e detecta de imediato sua presença, em verdade eu
admito mais sua ausência, pois presente em mim era apenas a percepção que de
você eu tinha, não contente avanço o sinal sem olhar a cor passo a identificar
movimentos de você em direção ao meu momento, certo para o meu lado não no
espaço físico, pois mantínhamos a mesma distância sob o sincronismo dos passos
e sim direto no meu espírito focado no seu.
Verifico diversos
sinais sim são avisos, todos um a um os interpreto, volto novamente os
pensamentos e os analiso, por último mil vezes os entendo em mil entendimentos
diferentes, como de hábito mais coincidindo com meus propósitos do que
decididos a me contrariar, aliás esses últimos só ocorrem por tal forçado senso
de equilíbrio que só me servem para decidir como válidos e firmes os primeiros.
Sim leio todos os
teus pensamentos e por certo os sinto ora favoráveis ora desfavoráveis aos meus
internos desígnios, que acerte algum por acaso ou de direito guiado por competências
especiais, habilidades estas que acredito devo ter apesar de não poder com
certeza afirmar que as possuo, posto aí desta maneira se estabelece a diferença
entre a sensibilidade que imagino ter e a adivinhação que pode ser meu lado
falcatrua comigo mesmo.
Não sei quantos
minutos isso durou, nem quantas vezes repetiu-se, muito menos com quantas de você,
teu roteiro não era o meu isso é certo, apenas compartilhamos um trecho da jornada,
veja realmente não importa a duração o que vale é que houve vivência, houve
envolvimento, houve criação espiritual, nem que seja de uma só alma solitária.
Meu amigo pode
ter certeza de que com repetições inúmeras de momentos assim somamos vida,
somamos alegria e completamos um ciclo real de beleza natural nossa, explorando
tudo que de bom temos dentro de nós e quem nos vê de fora percebe e sabe que
somos felizes.