terça-feira, 11 de julho de 2017

Nossa Decadência o Livre Direito de Matar.

     Pesa muito respirar este ar viciado do lugar onde buscamos o pão nosso de cada dia, suas mazelas são todas conhecidas, não por isso é simples enfrentá-las, o estomago deve ser forte para não colocar de volta as razões podres artificialmente edificadas, construções teóricas á justificar o crime de canibalismo exercido pela maquina de produzir desperdício, sempre à custa de outros seus iguais, este teatro de horrores onde seus personagens justificam-se sob uma pretensa habilidade individual que nada mais é do que adequar-se á maquina bem azeitada de moer seres humanos, que por sinal não é por eles comandada e na qual fazem parte também como matéria prima a ser consumida há seu tempo.

     Pesa muito respirar este ar viciado de uma justiça que joga na rua inúmeras famílias compostas de desprovidos de teto, o pretexto é uma hipotética propriedade privada, quando bem se sabe que esta mesma propriedade foi construída utilizando a violência direta da usurpação ou então com habilidosos recursos pretensamente legais por leis escritas apenas para legitimá-la, arma-se este teatro que chamamos judiciário com a única razão de manter sob as botas dos tiranos da elite a população para tanto se paga muito bem os seus atores como sempre com as migalhas do banquete que a espoliação de seres humanos sustenta, simplesmente são os guardiões do roubo.

     Pesa muito respirar este ar viciado das políticas locais e mundiais que de fato não se diferenciam muito as benesses distribuídas no que chamamos de primeiro mundo tem muito a ver com os pesados tributos pagos pelo terceiro mundo sob a coação direta ou indireta das armas, o que pude viver nos seus dois extremos o golpe sangrento opressor de 64 que foi comandado e instruído diretamente pelo império, bem como esta brincadeira de manipulação do povo construída pela inteligência contida nos grandes big datas e com o indispensável apoio dos lacaios locais da política da imprensa e do mundo dos negócios a serviço do mesmo império.

     Pesa muito respirar este ar viciado da pantomima social da depressão gerada por falsos desejos de consumo implantados nos seres humanos com o objetivo de matá-los no que tem de mais puro, sua essência que é o amor por si mesmo e pelo outro, destruindo-os como homens pela impossibilidade de alcançar prazer e felicidade nesta competição esdrúxula da busca da diferenciação pelo ter e não pelo ser, a própria efemeridade das coisas capazes de serem possuídas o deprime e o infelicita, mesmo quando não tem compreensão plena que a posse é sempre resultante da fome do outro, condena-se pela comparação que impede a composição que é a grande vocação entre os homens.


     Todo este gigantesco circo é, porém de uma fragilidade enorme, a sua construção apoiada em estruturas baseadas no desejo de consumo, é facilmente abalada em um simples ato de vontade, o de não consumir, se os povos deixarem de consumir saudades terá das grandes depressões econômicas, pois não sobrará pedra sobre pedra do que ai está, estaríamos construindo um mundo novo sustentado ai sim pela força do homem.