Desmascarar estas
pseudoverdades universais desconstruindo as bases em que foram estabelecidas
pelo aumento do conhecimento de si mesmo, pela ampliação do gostar de si mesmo,
é o único caminho para readquirimos o status de homens livres e confrontando
nossa verdade interior negarmo-nos a pagar tributo a esta falácia que definimos
como civilização.
Feita a conclusão
cabe explica-la nesta cópia adulterada que hoje sou em relação ao que ontem me
definia como ser, já é de conhecimento de vocês gosto sempre de olhar-me como
uma versão renascida sobre minha morte passada e como tal sem nenhuma
possibilidade de continuidade, em outras palavras, não há espaço para um futuro
ou um passado e sim o ato positivo de exercer vida.
A cadeia
depressiva involuntariamente herdada é composta por um alto teor de baixa
estima, como pode alguém gostar de si, se vivencia uma incapacidade de olhar
para si mesmo, são lhe impostas referências imaginárias do que é um ser humano
o que torna impossível o gostar de si mesmo por completa falta de enquadramento
nesta teórica imagem pintada do homem.
O habito de não
questionarmos este cardápio indigesto de conceitos estabelecidos como verdades
por si só, verdades esta que se amparam nesta falsa concepção de ser um
pensamento da maioria como justificativa para sua existência, termina matando
em nós a indignação e nos torna alvo fácil para seduzidos ingressarmos no
rebanho dos submissos o cômodo comboio acéfalo de servos.
Não sou dos que
acreditam em maquiavelismo neste processo, sou mais um crédulo de que caímos em
uma armadilha por nós mesmos construída neste muitos anos de montagem do que
denominamos civilização, com medo á liberdade e ao inevitável confronto que
homens livres sempre viverão na costura de contratos que os elevem, montamos um
jogo de regras que ao expandirem tornaram-se senhores dos homens.
Iludidos partes
da hierarquia social percebem-se como senhores quando de fato eles estão na
mesma cadeia de submissão, eles vivem o fluxo de continuo insatisfação como
todo mundo, apenas agravam sua tensão existencial com suas grosseiras manifestações
de exercício de poder, que sabem não possuir, construindo uma contabilidade
onde sempre estão devendo, o saldo credor da felicidade e do prazer é sempre
deficitário.
A tarefa de
desconstrução é um gigante desafio para o todo, porém facilmente realizável para
cada um de nós, sempre que haja consciência de sua necessidade e sou daqueles
que acreditam piamente na força do poder evangelizador, tão somente por sua
existência, dos homens livres, os mesmos são em sua essência sementes a
plantarem indignação vencendo assim a depressão, sendo que a mesma superada a nível
individual espraiar-se-á na sociedade.