sexta-feira, 29 de junho de 2018

Baixa Indignação Alta Depressão Momento II


     Desmascarar estas pseudoverdades universais desconstruindo as bases em que foram estabelecidas pelo aumento do conhecimento de si mesmo, pela ampliação do gostar de si mesmo, é o único caminho para readquirimos o status de homens livres e confrontando nossa verdade interior negarmo-nos a pagar tributo a esta falácia que definimos como civilização.

     Feita a conclusão cabe explica-la nesta cópia adulterada que hoje sou em relação ao que ontem me definia como ser, já é de conhecimento de vocês gosto sempre de olhar-me como uma versão renascida sobre minha morte passada e como tal sem nenhuma possibilidade de continuidade, em outras palavras, não há espaço para um futuro ou um passado e sim o ato positivo de exercer vida.

     A cadeia depressiva involuntariamente herdada é composta por um alto teor de baixa estima, como pode alguém gostar de si, se vivencia uma incapacidade de olhar para si mesmo, são lhe impostas referências imaginárias do que é um ser humano o que torna impossível o gostar de si mesmo por completa falta de enquadramento nesta teórica imagem pintada do homem.

     O habito de não questionarmos este cardápio indigesto de conceitos estabelecidos como verdades por si só, verdades esta que se amparam nesta falsa concepção de ser um pensamento da maioria como justificativa para sua existência, termina matando em nós a indignação e nos torna alvo fácil para seduzidos ingressarmos no rebanho dos submissos o cômodo comboio acéfalo de servos.

     Não sou dos que acreditam em maquiavelismo neste processo, sou mais um crédulo de que caímos em uma armadilha por nós mesmos construída neste muitos anos de montagem do que denominamos civilização, com medo á liberdade e ao inevitável confronto que homens livres sempre viverão na costura de contratos que os elevem, montamos um jogo de regras que ao expandirem tornaram-se senhores dos homens.

     Iludidos partes da hierarquia social percebem-se como senhores quando de fato eles estão na mesma cadeia de submissão, eles vivem o fluxo de continuo insatisfação como todo mundo, apenas agravam sua tensão existencial com suas grosseiras manifestações de exercício de poder, que sabem não possuir, construindo uma contabilidade onde sempre estão devendo, o saldo credor da felicidade e do prazer é sempre deficitário.

     A tarefa de desconstrução é um gigante desafio para o todo, porém facilmente realizável para cada um de nós, sempre que haja consciência de sua necessidade e sou daqueles que acreditam piamente na força do poder evangelizador, tão somente por sua existência, dos homens livres, os mesmos são em sua essência sementes a plantarem indignação vencendo assim a depressão, sendo que a mesma superada a nível individual espraiar-se-á na sociedade.                   

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Baixa Indignação Alta Depressão


    Modorrenta talvez seja esta a melhor definição para o momento atual das pessoas e do país, dificil estabelecer quem iniciou o processo nós ou a nação, mas percebo em todo o entorno esta apatia este sorriso escasso este nada a ver que abrange o conjunto como um todo e coloca por terra definitivamente a indignação.

     Não que os indignados tenham um espectro especial, mas no mínimo provocam o debate à ocupação de cada um com seus próprios pensamentos, é por si só um chamamento à vida e as suas consequências e sabido é que cada vez mais a humanidade necessita envolver-se com a atitude de ocupar-se com o seu existir como ser humano.

     Por outro lado, a depressão reduz, diminui e apequena o viver, decididamente sob sua influência é subtraído do homem sua autoestima e seu autocontrole levando-o a posição de servo do nada o que em muito agrava a situação como um todo, pois ao ajoelharmo-nos perante o nada nos esvaziamos por inteiro.

     Denunciar esta espiral, que longe de nos elevar, joga nossos mais secretos interiores com suas incertezas e mistérios a nos assustar frente a tudo e a todos, por certo esta atitude critica não é suficiente e nos obriga a ir mais fundo nesta analise em busca de saídas, algo que nos leve para a imensidão do mar como contraponto a esta poça depressiva.

     Por menos obvio que possa parecer esta claro que a maquina de consumo de trabalho humano esta por traz de tudo isso, dia a dia nos sentimos mais incapazes de enfrentá-la até porque a mesma não tem cérebros que a pensam e sim um pensamento global que escravizou o ser humano ser este que antes era pleno quando criava reflexões partindo de seus sentidos.

     Perdemos a potência de nos auscultar e tomar decisões para submetermo-nos a regras tão bem costuradas como verdades universais no tempo que são absorvidas como se obra do nosso pensamento o fosse o que é agravado por serem gratuitamente policiadas por um rebanho medroso de dedos duros incapazes de ter ideias próprias, que a preço de protegerem-se em meio à multidão, acéfalos, denunciam quaisquer violações as mesmas como atentado a um pretexto bem universal.

     O resultado é a mais completa insatisfação com o que deveria ser o auge da nossa felicidade a valorização de cada precioso pedaço de presente, sempre o que nos cabe de vida resulta em um vazio impossível de evitar pelo simples fato de não corresponder aos anseios internos do ser e sim a aderência a um projeto anônimo que não é parido de nós e sim desta tal impessoal opinião publica que nos escraviza e entristece.

     Desmascarar estas pseudoverdades universais desconstruindo as bases em que foram estabelecidas pelo aumento do conhecimento de si mesmo, pela ampliação do gostar de si mesmo, é o único caminho para readquirimos o status de homens livres e confrontando nossa verdade interior negarmo-nos a pagar tributo a esta falácia que definimos como civilização.