Como
entender um povo que abriu mão do livro por uma frase, que se tornou
incapaz mesmo até de analisar a sentença,
apenas a empunha como se fosse uma arma a bradar contra qualquer um por viver
um momento da mais absoluta incapacidade de ouvir e entender um argumento, tal
qual um Quixote contra os moinhos de vento.
Vem-me
a todo instante a mente o ensaio sobre a cegueira de Saramago, onde foi parar o
espírito critico da nossa gente, abdicamos de pensar para nos sujeitar a
modelos tão infantis de soluções para um país do tamanho do nosso, torço para que
venha logo o renascimento, só esta promessa, uma idade das trevas, eu penso já
ser suficiente para pagarmos todos os nossos débitos com a mediocridade.
Não se
consegue ouvir planos que não sejam de destruir o que lutamos anos para
construir, mesmos estes os são proferidos, desmentidos, remendados e
reafirmados, mostrando uma clara presença de falta de luzes, o fato é que não
temos planos e sim inimigos, ou seja, queremos a batalha para que? Não
interessa apenas queremos guerrear.
A
pujança do país e deste povo não merece uma geração anã como a que vinga hoje
em nossos pagos, agarrada na sua vidinha sem visão do outro, brigando por
pequenos confortos ganhos a custa da miséria alheia, diminuindo-se pela
comparação com quem esta pior.
Não se
reconstrói uma economia matando seu povo, é um sacrifício que historicamente se
provou ineficiente em sociedades como a nossa movimentada pelo consumo,
inaceitável em um mundo onde a mão de obra a cada dia é mais substituída pela
automação nos encaminhar para um sistema educacional que prepara operadores, o
que precisamos é propiciar o nascimento de pensadores.
Tudo se
encaminha para aumentar a diferença entre ricos e pobres, e quando construímos
uma nação com uma maioria miserável estamos nos tornando vulneráveis à sujeição
a outras nações transferindo bem estar para suas populações ás custas das
nossas riquezas humanas e naturais.
A
velocidade dos tempos atuais nos obriga a resistir a este sucateamento da
população e da nação pretendido, correndo o risco de não o fazendo de termos no
futuro enormes dificuldades para nos tornarmos um povo próspero e bem sucedido,
não temos o porte para sermos cobaias de experimentos econômicos e sociais, o
que necessitamos é distribuir qualidade de vida, pois na esteira desta todos os
nossos indicadores vão melhorar.