terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Apequenar-se deste jeito, não podemos aceitar.


                Como entender um povo que abriu mão do livro por uma frase, que se tornou incapaz  mesmo até de analisar a sentença, apenas a empunha como se fosse uma arma a bradar contra qualquer um por viver um momento da mais absoluta incapacidade de ouvir e entender um argumento, tal qual um Quixote contra os moinhos de vento.

                Vem-me a todo instante a mente o ensaio sobre a cegueira de Saramago, onde foi parar o espírito critico da nossa gente, abdicamos de pensar para nos sujeitar a modelos tão infantis de soluções para um país do tamanho do nosso, torço para que venha logo o renascimento, só esta promessa, uma idade das trevas, eu penso já ser suficiente para pagarmos todos os nossos débitos com a mediocridade.     

                Não se consegue ouvir planos que não sejam de destruir o que lutamos anos para construir, mesmos estes os são proferidos, desmentidos, remendados e reafirmados, mostrando uma clara presença de falta de luzes, o fato é que não temos planos e sim inimigos, ou seja, queremos a batalha para que? Não interessa apenas queremos guerrear.

                A pujança do país e deste povo não merece uma geração anã como a que vinga hoje em nossos pagos, agarrada na sua vidinha sem visão do outro, brigando por pequenos confortos ganhos a custa da miséria alheia, diminuindo-se pela comparação com quem esta pior.  

                Não se reconstrói uma economia matando seu povo, é um sacrifício que historicamente se provou ineficiente em sociedades como a nossa movimentada pelo consumo, inaceitável em um mundo onde a mão de obra a cada dia é mais substituída pela automação nos encaminhar para um sistema educacional que prepara operadores, o que precisamos é propiciar o nascimento de pensadores.

                Tudo se encaminha para aumentar a diferença entre ricos e pobres, e quando construímos uma nação com uma maioria miserável estamos nos tornando vulneráveis à sujeição a outras nações transferindo bem estar para suas populações ás custas das nossas riquezas humanas e naturais.
               
                A velocidade dos tempos atuais nos obriga a resistir a este sucateamento da população e da nação pretendido, correndo o risco de não o fazendo de termos no futuro enormes dificuldades para nos tornarmos um povo próspero e bem sucedido, não temos o porte para sermos cobaias de experimentos econômicos e sociais, o que necessitamos é distribuir qualidade de vida, pois na esteira desta todos os nossos indicadores vão melhorar.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Morta a Humanidade Reescreve-se Como Vida.


                Ressurreição, sim destruir-se por completo para nascer um novo ser, palavra que bem define o que está no porvir, é o mote dos tempos atuais de uma humanidade esgotada por completo em seu modelo de sociedade onde a competição canibalizou o ser humano.

                Os sinais da catástrofe que eu em particular considero como venturosa, por já estar no tempo de nos reescrevermos, são legíveis na dança maluca do nosso comportamento social, andamos as tontas de um extremo ao outro como que jogados ao sabor do vento, uma má corrente resultante da extrema desigualdade entre nós seres humanos.

                Na esteira destes tempos paira no ar um clima de insatisfação onde não nos mostramos felizes com a vida, com o trabalho, com o lazer e em especial com as outras pessoas que, para a grande maioria, estão sempre a roubar o seu direito, o seu espaço, em suma são candidatas á culpa das nossas frustrações e em extensão a serem inimigas.       

                Neste vácuo de felicidade criou-se o espaço para adesão do individuo ao ódio que julga como legítima defesa e exprime no julgar, condenar e executar a pena, emblemática libertação de instintos primitivos de sobrevivência, o nível de competição estabelecido não apenas valida a priori nosso comportamento condenando todos os que forem diferentes deste, como nos torna candidatos a aderir a projetos de salvadores autoritários para combater estes inventados inimigos.

                Esgota-se o modelo consumista à medida que nos aproximamos da absoluta desnecessidade do homem no trabalho, temos que admitir se gasta muito tempo na confecção de lixo e no próprio trabalho de competir, apenas para manter o modelo funcionando, com o efeito colateral de tornar as pessoas tristes e depressivas.

                Como é de conhecimento de todos existe riqueza suficiente para toda a humanidade viver com dignidade, a mesma deveria ser distribuída com um valor mínimo para cada ser humano independente de classe social, gênero, raça ou credo, complementado por qualificadas, universais, gratuitas educação e saúde.

                   Só as medidas acima já diminui consideravelmente o custo do estado toda a burocracia destinada a controle e administração torna-se desnecessária, pois a humanidade tem suas necessidades básicas atendidas, além de trazer o trabalho voluntario como algo prazeroso capaz de construir algo para beneficio de todos.

                A globalização nos permite hoje interagir em tempo real independente da nossa localização física com isso abre-se a possibilidade de uma gestão planetária, poderíamos ter um grande governo terra tornando o conceito de nação obsoleto, imaginem todos estes grandes orçamentos destinado a defesa disponibilizados para o bem do ser humano.

                O desafio é pensarmos em um novo mundo baseado na cooperação para substituir este morto da competição e para tal teremos que reescrever o homem e o pensamento humano em bases diferentes do que fizemos até hoje.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Resistir é Obrigação, Direito Pessoal Intransferível.


                Se quiser me impingir um mundo onde a Pátria sobrepõe e esmaga o Povo, podes com certeza saber que vou resistir, nenhum sacrifício a mais é merecido por nossa população, suas fantasias de entregar nossa gente aos interesses internacionais e locais terão permanente combate de nossa parte.

                Como conviver com submeter duzentos e vinte milhões de habitantes e riquezas naturais exuberantes há um experimento neoliberal de competição extrema entre os habitantes, quando se sabe que as diferenças de preparo para as oportunidades são gigantescas entre a maioria e uma minoria privilegiada, resistir é preciso como obrigação de justiça.

                Como aceitar o sacrifício voluntário do setor industrial e de serviços por diminuição da renda do brasileiro via reforma trabalhista e da previdência diminuindo a capacidade de circulação interna de moeda o que é agravado por quebra de barreiras à competição externa na disputa deste escasso recurso, resistir é preciso para incentivar a economia nacional irrigando o poder de compra da população.

                Como não se injuriar com a exposição continuada da população a chavões desmoralizadores das instituições democráticas e dos mecanismos culturais e educacionais com fins óbvios de diminuir o espírito crítico da população desarmando-a em sua luta por qualidade de vida, resistir é preciso para construirmos uma sociedade de homens livres.

                Como partilhar o falso moralismo patriarcal onde massacram mulheres, raças, gêneros em nome de uma minoria exploradora que se mancomunou a falsos deuses para melhor exercer seus privilégios e ampliar ainda mais as grandes diferenças sociais hoje existentes, resistir é preciso para implantar uma sociedade colaborativa onde as riquezas são distribuídas entre todos.

                Como não combater o clamor ao ódio á guerra que como ideologia do novo tenta-se impor, por sinal o que temos de mais antigo na humanidade, apesar de nestes milhares de anos de nossa existência terem fracassado em trazer a felicidade para o ser humano agora se anunciam como caminho ao paraíso, resistir é preciso para negando o passado alcançarmos uma sociedade da paz.

                Como ser cúmplice de um processo de esmagamento do individuo pela imposição de falsas verdades universais reveladas por não sei que divindades para autodenominados eleitos há ser justiceiros, resistir é preciso para criar as condições de que cada ser humano e cada grupo social sejam capazes de encontrar o dinâmico caminho da busca de suas verdades, as quais ninguém tem o direito de sonegar.

                Resistir é obrigação, direito pessoal intransferível, vocação primeira do ser humano no compromisso consigo mesmo, que devemos exercer não por quem quer que seja, mas tão somente por existirmos.