Quando coloco o "I" no título acima,
já demonstro minha má intenção, estou declarando que não vou terminar este tema
hoje, na verdade apenas vou introduzi-lo, mas nesta linha de confidências
esclareço que sendo o texto escrito com base na comunidade de TI, só o é por
ser o organismo social no qual estou inserido, oposto que o mesmo adapta-se a
tantos outros grupos organizados, senão a todos.
Lendo "eles fazem de conta que me
pagam e eu faço de conta que jogo", cuja origem é uma declaração de um
famoso jogador de futebol, imediatamente eu sou tentado a catalogar o texto como
folclórico, por puro preconceito a este ramo do entretenimento, devido a sua
característica de mais transpiração que inspiração típica do esporte, mas em
nossas equipes de desenvolvimento de sistemas essa situação acontece bem mais
vezes do que seria desejável supor.
Partindo do raciocínio exposto na frase
"nada é mais contra a vida que a civilização", e comparando o homem
de hoje da sociedade "previsão de vida de mais de 70 anos" com o
homem da "expectativa de vida de 30 anos" de décadas atrás, não
encontro nenhum indicativo que vivemos mais agora, ao contrário o que vejo é
criarmos intermináveis mecanismos para não viver.
Na análise do que é nossa comunidade a
vejo muito similar à vida, pois viver nada mais é que resolver problemas,
começando pelo primeiro tenho fome, o problema está posto, ou arrumo comida e o
resolvo ou estou morto, a similitude aparece quando defino a tarefa básica da
comunidade de TI como um eterno resolver problemas.
Bom, nossa fama de alto grau de fracasso
começa por não entenderem a definição acima, sendo muito raro que nos chamem
para resolver problemas quase sempre somos convocados a escrever milhares de
linhas de código que não fazem nenhum sentido, começamos
o jogo perdendo, pois nos preparamos para solucionar problemas e nos colocam a
escrever linhas de código, cujo porquê escrevê-las por certo nós não entendemos
e mesmo eles não o sabem.
Imagino que as organizações façam isso
apenas para nos manterem ocupados, dentro daquela dinâmica que escrevi antes, baseada
em "criar mecanismos para evitar viver". Vou continuar neste tema no
próximo post analisando os diversos papéis na área de TI e como estes colaboraram
nesta direção, a do engano.