sábado, 19 de novembro de 2016

Cuidado são Frágeis os Humanos

     Andar juntos partilhando uma mesma direção exibindo pequenas amostras de nós mesmos exige cuidado justifica a apreensão já a partir do primeiro passo, não estamos falando de temor nos referimos à atenção ao carinho pelo existir do outro, encontros são sempre suscetíveis ao impacto interior em quem conosco se defronta o fato de sermos apesar de semelhantes únicos torna inevitável todo encontro ser sinônimo de confronto e como tal produz mudança.

     Quantas vezes por demais envolvidos com almejados projetos pessoais nada vemos além do nosso marco existencial interno e desabamos sobre outrem expectativas em nada pertinentes a quem nos acompanha pelo simples fato de nunca as termos negociado com este que deveria ser o nosso parceiro do caminhar, não pretendemos dizer que todos esses nossos temas não sejam candidatos a participarem da relação, pelo contrário, tudo que nos diz respeito é naturalmente interessante para este desde que cada palavra pensada, dita, cada gesto executado seja acompanhado do honesto perscrutar do efeito no outro como cuidado e prova de respeito igualitário entre nós.

     Nossa dimensão social é inegável, as junções de pessoas em diversas atividades de trabalho de lazer da exposição ao simplesmente existir vão acontecer, inclusive mais do que ocorrer vão deixar marcas em todos que participam, quando são em grupo todos estamos um pouco protegidos pelo anonimato da direção das palavras e dos gestos cada um pode tomá-los como não relevantes a si, porém quando vivenciados a dois não há como fugir tudo que é feito destina-se ao outro e é percebido por este como inevitavelmente destinado a si.

     Admito que possa não parecer natural que nossos atos que por direito são apenas de nossa vontade e responsabilidade tenham que ser por nós avaliados em seu impacto a quem deles participa, veja não estamos falando em bem ou em mal e sim de mudança, porém esta é a base do conhecimento humano apalpar a cada atitude o prazer e a dor em nós mesmos e nos outros, o que talvez até possamos definir como a essência do próprio existir humano.

     Um pouco por esse caminho aparece a dificuldade do acesso à felicidade que hoje encontramos nos seres humanos, obrigados ao despropósito da velocidade superficial do mundo contemporâneo com suas metas de consumo e poder são levados a reagir insistentemente às provocações cinicamente planejadas para evitar o tempo do pensar em si e menos ainda no outro, vale o grito de alerta cuidado que são frágeis os humanos busquemos qualificar nossas relações com o sadio dispor dos tempos de ouvir e de falar, com o prudente regular do agir e analisar as reações a cada nossa ação com o objetivo de ir moldando saúde a cada passo na direção do outro.        

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Abandonando a Máscara: Elite Econômica Assume o Poder.

     Momentos inesquecíveis são estes onde os donos da economia mundial resolvem eliminar os intermediários e assumir o poder, por todos os lados os movimentos são realizados nessa direção, o impulso da tecnologia de gestão das redes sociais o possibilita, suas manobras que permitiam tirar e colocar governantes lhes custavam encargos econômicos que hoje lhes parecem desnecessários se têm o controle porque não o exercer de fato e de direito, usando estas leis que sempre estiveram a seu serviço.

     Seus escravos feitores sempre cumpriram com fidelidade canina a proteção do falso investimento, na verdade espólio do trabalho do ser humano indevidamente apropriado em nome da tradição família propriedade e abençoado por seus deuses inventados, para esse trabalho os capangas só exigem pequena participação privilegiada no consumo de quinquilharias, as mesmas que no passado os impérios ofereciam aos habitantes dos mundos conquistados em troca de sua terra sua riqueza e sua liberdade.

     A velocidade do acontecer das mentirosas disputas entre empresas que de fato são dos mesmos donos nos leva a abrimos mão de pensar e viver, distraídos que somos por processos de disputa das migalhas do poder econômico que sempre concentra renda na mão dos mesmos, brigamos com o inimigo errado que são nossos iguais em uma verdadeira briga de foice no escuro na qual nos envolvemos na busca de um reconhecimento pela nossa dedicação bovina ao poder estabelecido.

     Entre nós a mediocridade impera acostumados que somos a um conjunto de frases feitas a justificarmo-nos como candidatos a posições que nunca serão nossas já que estão ocupadas pelas oitenta famílias que têm em conjunto a mesma propriedade que quatro bilhões e meio de seres humanos, se temos só oitenta vagas porque disputarmos entre milhares um lugar nesse oásis passando por cima de tantos, bem o sabemos que na verdade tudo caminha para diminuição dessas vagas pelo continuado injusto processo de acúmulo dos bens.

     A História nos mostra que abrindo mão de nossa existência individual nos colocando a serviço incondicional de quem comanda o que encontramos é apenas a ilusão de um poder, que não sendo nosso envaidece-nos por ter outros miseráveis iguais a nós sob nosso falso controle e nosso canibalismo apenas engorda os poucos poderosos de sempre.


     Tal qual peixe defronte à isca no anzol nos deixaram envolver por oportunidades inexistentes que só nos levam à autodestruição usando uma pretensa liberdade que nos coloca a serviço da ampliação imoral da injustiça do homem frente a si mesmo o que hoje já está tão enraizada dentro de nós que passou a ser um ato de fé a ponto de a elite econômica poder abandonar a máscara assumir o poder no sistema construído por ela e para ela com nossa ajuda inocente via luta fratricida contra nossos irmãos.