Que momento,
parece que encontramos todos, a paixão permanente que é Gaia, descrita pelos
gregos como a Terra, a Mãe Terra, elemento primordial de uma potencialidade
geradora fantástica, parece que deveríamos balizar pela observação da natureza
o nosso dia a dia de comportamento humano, encontrando finalmente o equilíbrio
e a realização plena.
Como em todas as
paixões, alto índice de emoção e insuficiente reflexão, esta nos concentra a
buscar na natureza em sua capacidade de autoconservação, na sua continuada recomposição,
com sua pretensa harmonia, os exemplos para o comportamento humano e a obtenção
da chave tão procurada para a harmonia e felicidade do Homem?
Do homem
primitivo, com seu pavor do desconhecido ao homem atual com a tranquilidade do domínio,
nesse longo caminho enxergamos nossas várias faces, inicialmente prestávamos
nosso culto e sacrifícios aos deuses todos eles significantes de manifestações desconhecidas
e não explicadas da natureza, nossa posição era extremamente defensiva baseada
no fato de que cada passo dado era no objetivo de conseguir sobreviver.
Hoje com a fácil
bondade do vencedor, aparentemente definimos que a natureza depende de nossa
boa vontade para sobreviver, um pouco de soberba é claro, e começamos a tratá-la
de modo carinhoso, nos posicionando como seres superiores, que penalizados com
a inocência presente na ignorância a perdoa com ar de liberalidade.
Mas o que podemos
aprender com a natureza, a força do leão ao matar o veado para alimentar os
filhotes, a fraqueza da ovelha ao ser morta pelo tigre, a quantidade de
vegetais destruídos por pragas de formigas, o caminho novo gerado pela raspagem
violenta do esplendoroso tufão, a transformação em um despojado e submisso cão
do antigo livre e altivo lobo, onde estão os caminhos da preservação e da
harmonia só vejo nela a eterna luta pela vida.