sábado, 14 de outubro de 2023

Guerra, momento lúdico do poder.

 

               Alguém imagina que estas guerras já não iniciaram com ganhadores definidos, tanto Rússia quanto Israel já as ganharam antes de inicia-las, mas como todos sabemos o grande ganhador é a indústria armamentista que precisa expor seus brinquedos em ambiente mais próximo do real possível.

 

               Só não temos uma outra na fronteira da China porque esta tem tido uma cautela impressionante em fugir destes jogos belicosos para manter foco no seu desenvolvimento interno e nas suas relações internacionais.

 

               O mais impressionante é que os raciocínios desenvolvidos para apoiar um dos lados em uma das guerras servem para ser exatamente o oposto na outra, como é um brinquedo entre os poderosos a contradição é defendida sem nenhuma preocupação com a coerência.

 

               Envolve-se a opinião publica á tomar partido em algo que por natureza é doentio, usando o fabuloso mecanismo de construção de verdades com seus influenciadores na mídia e nas redes sociais pagos em boa moeda.

 

               Os sacrifícios que todos fazemos para manter a indústria da guerra, com seus altíssimos orçamentos militares e a quantidade de vida humana desperdiçada são considerados louváveis em nome de doutrinas que nunca se justificaram.

 

               Desde que o homem inventou a cerca, assumiu como seu o direito de estendê-la sobre as terras do vizinho, e assim construiu o direito a matar em nome da propriedade, da pátria e da família.

 

               Tanta gente de boa vontade, amantes da paz, já defenderam o fim das cercas, mas como exercer o poder sem mantê-las, o poder necessita delas para exercer seu despotismo e explorar o seu próximo.

 

               Na década de sessenta do século passado avançamos muito no questionamento destas tendências belicosas, porém os mecanismos de poder foram rápidos em absorver esta rebeldia e criaram mecanismos de sujeição da maioria potentes que hoje nos acorrentam e os mantém.

 

               Mais do que nunca está na hora de estabelecermos um forte questionamento de tudo que está aí exposto como civilização, precisamos acabar com a indústria do direito a escravizar o homem pelo próprio homem.            

sábado, 7 de outubro de 2023

Pensamos Vida com Prepotência

 

               Onde estamos, neste canto de universo que conhecemos tão pouco, pretendemos que a vida seja o marco a ser buscado por todos os cantos, isso é prepotência, somos fascinados por imagens a nossa semelhança.

 

               Na própria interpretação dos seres que compõe nosso modesto planeta nos falta ainda tanto a descobrir, pensando no universo como um todo há uma inimaginável quantidade de descobertas a serem realizadas.

 

               De fato, permanecemos fiéis aos tempos em que afirmávamos que tudo dependia da terra, centro do universo, assim como nós centro da criação, constantemente desmentidos, apenas atualizamos a nossa prepotência.

 

               Mesmo dentro de cada um de nós seguimos analfabetos ao desvendar o que são nossos sonhos, como funcionam os mecanismos de nossos desejos, e principalmente que forças podemos ativar em nós mesmos.

 

               Uma bagagem cultural genética tem nos sido transferida de geração em geração, nos impedindo de abandonarmos a servidão a postulados que nos impossibilitam atingir a liberdade, nos ensinam a depender como razão de viver.

 

               Quanto mais acorrentados a verdades menos lucidez teremos, como perceber forças poderosas que por certo existirão, se não nos libertarmos dos dogmas que nos fazem parecer superiores.

 

               Por certo somos importantes, como todo o universo é, estar disponível para experimentar outros movimentos importantes é um primeiro passo para desvendarmos estes múltiplos mistérios que nos cercam.

 

               Todo o conhecimento como processo exige questionar premissas pré-existentes, pois são apenas imagens de momentos, serão substituídas por novas fotos em outro instante, quanto maior o espectro de premissas questionadas, maior inovação obteremos.

 

               Nos especializamos em criar dificuldades para o exercício da liberdade, somada a carga genética cultural, somos educados em famílias e escolas autoritárias e castradoras, criamos milhares de estruturas organizacionais que cultuam a servidão e obediência.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

As Histórias que Queria Contar, São Proibidas para Maiores...

               Sou do tempo que era proibido proibir, evitar a influência do meio era nosso existir, como adaptar-se a esses tempos de hoje que são de aderir. Éramos unos no divergir.

 

               Caso fosse possível ler nossos passos estaríamos sim a contar histórias que maiores não podem hoje ouvir, só seus ruídos já fogem da reta, a régua traçada, que os novos tempos estão a exigir.

              

               Todo desvio de rota atrai tempestades em tempos de normalidade, quando nascemos sob o signo da rebeldia, isentos somos de nos enquadrar, conhecemos os cordões que estão sempre tentando nos manobrar.

 

               No novo espaço/tempo, onde o controle é menos físico mais mental, as correntes são mais fortes, presentes na mente de cada um, vivemos uma sociedade onde cada um se policia com medo de ser reprovado pela maioria.

 

               Não é que muito acertávamos, simplesmente muito vivíamos, não se tinha caminhos pré-definidos, mas sim experimentos a realizar, sem eles nunca nada poderíamos afirmar, e assim construir as leis a nos guiar.

 

               O que hoje pareceria transgressão noutros tempos era o descobrir, como abrir a alma a mostrar-se em um tempo onde se pensa que todas as verdades já foram encontradas, bem o sabemos que o homem ainda está por inteiro a decifrar o que é mesmo a natureza e a humanidade.

 

               Não tem como nos acomodarmos ante tanta verdade pronta, a história nos demonstra que as certezas do hoje sempre são desmentidas no amanhã, e este é um processo que não podemos abrir mão de participar, fazer a história é nossa vocação.

 

               São estas histórias de desafio permanente as estruturas de poder que não podemos contar, sob risco de ofender o tal do senso comum que retira a liberdade do existir e nos reduz a massa de manobra de escusos interesses.

 

               Mas que todos saibam que elas são reais, se contam sozinhas, para quem tem os sentidos atentos ao outro e não funcione como um morto/vivo um simples zumbi. 

domingo, 1 de outubro de 2023

Exposto há Inúmeros Recortes Inúteis.

               Desvio de um, tropeço em um segundo para cair em um terceiro, nossa maratona diária ante a avalanche de recortes inúteis ao qual estamos expostos nas redes sociais.

 

Seu conteúdo é inferido tão somente por passarmos por estes recortes, de maneira meio que subliminar, não paramos para lê-los, nosso cérebro, porém adivinha-o palavra por palavra.

 

               Pecam pela insuficiência, afinal não refletem um pensamento quando não vistos no conjunto da obra, pecam por ineficiência, gerando emoções pobres desperdiçadas no próprio momento de seu aparecimento.

 

               Uma obra pode nós ajudar a encontrar um nosso caminho, já o recorte desta em quatro ou cinco palavras encadeadas em uma frase, é apenas uma falsa verdade pois não faz jus há quem a lê, nem a quem a publica e muito menos ao autor da obra.

 

               Altivos, disfarçados em grandes verdades, impositivos se julgam inegáveis, para estes o fim justifica os meios pois dispensam argumentação, são razão em si mesmos e assim neste embuste se apresentam ante nós a cada momento.

 

               Ainda os prefiro não assinados com crédito ao autor, porque a simples referência a um nome ilustre, pinçados ou não de parte da obra deste, é o exercício de um autoritarismo para gerar credibilidade há quem o cita.

 

               O poder de síntese é um mérito maravilhoso, sempre que complemente uma ideia, mostrando-se como um grande final de seus raciocínios abrilhanta o autor ampliando o poder de sedução deste.

 

               Alguma razão deve haver para que assim nos exponham a estes inúmeros recortes, confesso que não a conheço, talvez seja apenas a necessidade de expressar um instante de emoção e sentir-se irmanado neste por outrem.

 

               Um pouco somos assim mesmo, nossa inegável vocação de lançarmo-nos ao outro somada a complexidade de cada um de nós, nos encaminha a buscarmos identidade no conjunto de chavões disponibilizados.