quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Agora Vocês já Sabem Sou a Imagem da Injustiça.

     Lua cheia pálida gelada com sua luz branca asséptica, madrugada estou maravilhado na minha caminhada diária a contemplar essa beleza morta, quando a vejo bem o sei sua majestade é dependente do sol que ela reflete o que não lhe tira o brilho e o encanto sobre todos nós, nossos poetas lhe dedicam versos, nossos apaixonados lhe dedicam amores, em mim hoje ela liberou alguns pensamentos e os partilho com vocês.

     Ao encontrar e respirar o primeiro ar após nove meses bem cuidado no útero de minha mãe eu olhei em volta e o que visualizei de imediato? Minha imagem de primogênito, sexo masculino, loiro de olhos azuis, nascido em classe média com boas condições de alimentação e educação, esse pacote todo venho de presente sem nada ter feito além de vir ao mundo, portanto imerecidamente já me colocando em vantagem na famosa corrida da “Seleção Natural” criada por Darwin melhor adaptado socialmente para sobreviver que uma grande maioria, não que qualquer uma dessas características seja melhor do que qualquer outra e sim que são privilegiadas dentro do mundo torto que vivemos.

     Também não sei o porquê desde muito pequeno flertei com a liberdade, talvez a culpa por isso possa ser dos meus pais, isso de ser livre tem como ponto de partida aceitar muito bem a famosa ideia da confissão cristã, declare suas culpas conceituais faça a penitência e conta zerada recomece a pecar de cabeça erguida, um pouco fora do tema lembrei-me agora que depois descobri o catálogo mágico dos pecados era só citar os dois de sempre, desrespeitei meus pais e pequei contra a castidade resultando vida declarada e eu absolvido, mas o que queria mesmo falar é que aceitava bem os castigos eram para mim uma grande carta de alforria, um salvo conduto para buscar os meus prazeres de criança tendo noção clara que tudo seria zerado com uma boa chinelada.

     Depois mais crescidinho nunca precisei o menor esforço para o que chamam “avançar na vida” só me foi cobrado optar, tomar decisão, e as coisas aconteceram de modo que sempre tudo andava bem, as oportunidades se jogaram na minha frente, óbvio por justas causas no critério da competição viciada com todos os handicaps que a mim impuseram não que eu fosse relapso por isso não merecedor, pelo contrário sempre fazendo o que tive vontade o fiz com grande determinação, podem crer fiz de tudo, nunca consegui fugir do rótulo de otimista que me colaram não poderia evitar sonhar permanentemente com coisas boas se elas sempre ao meu encontro vinham e assim levei a vida na fábula da cigarra e da formiga muito mais cigarra.

     Sinto-me impotente para desfazer essa injustiça, gostaria muito que assim não o fosse, as facilidades que a vida me oferece deveriam ser distribuídas igualitariamente, não me agradam os privilégios que me foram destinados, infelizmente a correção desse caminho exige um virar ao avesso das definições de vida comunitária hoje existente, resta-me apenas ser a vidraça o testemunho vivo da injustiça, com muita sorte uma possível inspiração à mudança possa suscitar mesmo que se necessário à custa de sacrifício pessoal, tenho consciência de que me cobrem de benefícios o que foge da minha vontade até porque perante ninguém me vejo diferenciado.   

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Não à Selvageria e ao Desrespeito

     Recebo como tentativa de selvageria e desrespeito à continuada ameaça a minha soberania, a autoridade que é derivada do poder que é exclusivo de cada um de nós sobre nosso corpo e nossas ideias, tem sido sistematicamente agredida por ataques dos mesmos que Platão já na antiga Grécia chamava de bajuladores, aqueles que sem compromisso com a verdade no intuito de obter vantagens em proveito próprio dizem o que a maioria quer ouvir, o que resulta em consequente humilhação do homem e inevitável declínio social.

     Os famosos telhados de vidro, de alma vazia estão sempre atentos aos passos alheios para jogar a primeira pedra, rotulando, julgando, acusando a quem de cabeça erguida mostra sua natureza e vive sua verdade por sinal o seu maior direito como homem, a vergonha que tem de si mesmo é o que transforma esses sepulcros caiados em algozes do outro, entendo-os, ao não gostarem de si necessitam rebaixar os outros para aliviar sua dor da admitida inconformidade consigo mesmo.

     O mundo globalizado onde todos estão conectados escancara o nosso despreparo que insisto não é ao acaso e sim obra permanente dos detentores do poder em nos afastar do conhecimento, lembro aqui da denúncia do saudoso Umberto Eco ao falar sobre a invasão de imbecis na internet, respeito o direito da livre manifestação quando fruto da reflexão pessoal quem a faz imbecil não o é para mim mesmo ainda que não possa compartilhá-lo, é apenas pensamento divergente, por outro lado como calar-me em relação a essa legítima máquina de moer gente transformando-as em robôs de frases feitas na esperança de alcançar o maná prometido.

     Não estou falando de uma classe social, de uma posição econômica ou de uma graduação escolar específica, distribuem-se da menor à maior graduação em qualquer uma dessas réguas os desacostumados a pensar, este hábito de viver e refletir sobre o que se vive não serve aos objetivos da sociedade de consumo onde estamos inseridos, pelo simples fato de quebrar a interminável fonte de lucro que é a produção para consumo de desnecessidades, cujo nome mais conhecido vulgarmente é lixo.


     A parresía que na obra de Foucault “O Governo de Si e dos Outros” tão bem é explicitada seduz-me como a grande resposta aos tempos atuais, é preciso encontrar homens que tenham uma verdade sua para dizer, é preciso encontrar homens que a queiram ouvir, é preciso encontrar homens que queiram trabalhar para comunidades não com respostas a consultas de marketing que escutem o que a maioria quer ouvir e sim com a coragem de enfrentá-la, sim desafiar corajosamente essa maioria com verdades que vive e acredita iniciando um novo processo de escutar os outros e ajudá-los na escolha dos melhores caminhos.   

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Mulher Adolescente Frente Agressividade e Libido.

     Nascemos e de imediato, segundo Freud, a sociedade representada por nossos pais trabalha em um continuado e monótono esculpir da entidade interna por ele denominada de “Superego”, a matéria prima que ela utiliza são prêmios e punições, a finalidade é instaurar o controle sobre nossos desejos de prazer, nossa agressividade, nossa libido, essa fonte de energia psíquica ele nomeia como “Id”, um terceiro elemento definido como “Ego” tem por função mediar realidade e ”Id”, acredito no que nos diz o bom senso que o “ego” com sucesso pode administrar essa tensão sem a utilização desta mega polícia o “superego” a nós impingido.  

     Este processo de perda de naturalidade imposto ao homem em nome da civilização foi o tema central do filme "Para minha irmã!" (À ma souer!, 2001),  apresentado na terceira sessão do grupo de debates “Academia das Musas”, sobre filmes dirigidos por mulheres. A direção é de Catherine Breillat, que desenvolve habilmente o tema ao filmar como protagonistas duas mulheres, irmãs e adolescentes, treze e quinze anos, vivenciando o momento de decidir sobre deixar de ser virgem, como coadjuvantes, aparecem os personagens que compõe o palco social onde elas estão inseridas: o pai, a mãe, o candidato pretendente entre outros.

     O clima é propício: ambiente de pequenas férias, as duas irmãs com seus pais, local afastado do usual no dia a dia por isso mesmo sem os compromissos rotineiros, a pequena família perfil moderno conservador em boa situação financeira, gestão de um pai mais focado em seus negócios e uma mãe preocupada com a conveniência social, abrem-se espaços para a relação forte intimista entre as adolescentes com o aparecer dos dois lados da moeda, momentos amorosos vivenciados de forma alternada com os de agressividade no filme, é essa a continuidade de seus duelos entre si e com os outros.

      O encontro com o jovem universitário, no filme é retratado como um aproveitador sexual em busca de um alvo fácil, uma menina menor de idade ainda em tempo de formação da personalidade, postura lamentável de covarde apoiado por sua mãe machista, com a feliz direção da Catherine permite-nos através dos contatos da mais velha com o namorado e com a irmã mais nova, enxergar o aflorar na superfície dos inúmeros questionamentos da iniciação sexual no imaginário de uma mulher, o que é o foco principal da película e adicionalmente nos mostra o despreparo dos pais em tratar dessa situação.

     O tema me tem um fascínio em especial, não tenho ilusões, é absolutamente impossível como homem vivenciar e entender duas mulheres adolescentes, uma de treze e outra de quinze anos, como nos conta Catherine Breillat, mas sempre posso me aproximar de seus fantasmas criados pelo carma social, compará-los com os que me assombrou por ocasião da adolescência masculina, o que obtive com sucesso e me sinto na obrigação de reconhecer que, além da ótima abordagem do filme, fui muito ajudado pela intervenção qualificada das oito musas presentes durante o debate.



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ventos Fortes Ameaçam a Cultura em POA

     Os fortes ventos no estilo tornado que abalaram os parques Marinha e Redenção, além de outras tantas árvores espalhadas por nossos bairros, estão agora mudando de ares e dirigindo-se para a cultura na nossa amada cidade de Porto Alegre. Difícil entender já que estamos em meados de fevereiro de 2016 e ainda encontro no blog da Sala P. F. Gastal a programação de 15 de dezembro do ano anterior, por sinal o excelente filme israelense “A Professora do Jardim de Infância”, de Nadav Lapid, o qual me foi oportunizado o prazer de assistir.

     Do mesmo modo que o comportamento agressivo e distante do padrão usual da natureza em nossas bandas é por demais sabido obra da insensatez humana em sua capacidade ilimitada de destruir, o fato que pretendo destacar nesta postagem representa para mim a sede insaciável da gestão municipal em desmantelar um equipamento cultural bem gerido e estruturado com longos serviços prestados à comunidade cinéfila, o que testemunho pessoalmente no caso da sala de cinema da P. F. Gastal no Gasômetro à beira do Guaíba.      

     Curioso, para ser sincero cansado de diariamente tentar encontrar a programação da semana no blog saí a campo em busca de explicações, fui tentado a imaginar um dos famosos problemas burocráticos que de modo permanente comprometem nossas administrações públicas em seus desgovernos, a resposta é desoladora encontrei puro descaso da administração municipal com a cultura cinematográfica, simplesmente não estão interessados em renovar o contrato com a atuante e competente gestão deste maravilhoso espaço cultural o que para os cinéfilos, nos quais me incluo, é uma perda irrecuperável, onde encontrarei uma seleção criteriosa de filmes que possa me propiciar os mais de cem que no último ano nessa sala assisti e debati?

     Essa falta de interesse, que lamento dizer me parece ser muito mais do que isso, tem jeito de uma decisão para eliminar esse espaço que somado ao Capitólio compõe uma grande oportunidade de cinema de qualidade para a população porto-alegrense, além de um grande desrespeito a um time de gestores caracterizados por gostar e entender de cinema a nos proporcionar oportunidades que nunca encontraremos no circuito comercial.


     Os ventos fortes ameaçam a cultura em Porto Alegre, que eu desperte e perceba que foi apenas um mau sono, um enorme pesadelo, é o meu desejo sincero, busco a felicidade de desmentir-me lendo no próximo acesso às páginas do blog da P. F. Gastal mais uma seleção de películas imperdíveis com seus brilhantes atores, montadores, fotógrafos, roteiristas, produtores, diretores e tantos outros profissionais que compõem esta manifestação coletiva de arte que é o cinema, que nos trazem de todos os cantos do mundo sua mensagem de beleza e reflexão, então enfim desperto encontrarei a bonança no palco cultural do cinema em nossa bela cidade. 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Pensando Tropeço na Minha Inexistência.

     O luxuoso brilho do panteísmo é tentação fácil e permanente durante minhas reflexões, imagino também o seja para vocês, sua característica singela de elevar tudo à potência máxima que no caso deste é um todo onde tudo é Deus, apresenta-se como caminho de saída aparente para o labirinto do pensar a existência, apesar deste jogo de sedução apaixonante para o ego de qualquer um nunca o abracei.

     Tenho optado por buscar respostas a esta realidade de homem finito em incertezas do “se”, e “por que” existo, longe de soluções que trazem deuses a abraçarem minhas dúvidas e as colocarem no colo e carinhosamente serem justificativas do meu existir, estou mais próximo da constatação de Foucault que se referindo à filosofia de Nietzsche diz que o mesmo ao matar Deus matou o Homem e caminho sim em busca do super-homem prometido e anunciado.

     Apesar de me tocar e constar vida biológica não posso garantir que o homem seja isso, não estou destinado ao tempo que marca todos os seres que representam a vida, meu discurso ultrapassa essa existência temporal talvez porque de fato eu não exista e seja apenas uma manifestação de algo que ainda não posso compreender, pois todos os seres vivos se alimentam única e exclusivamente da interrupção da vida de um organismo sem esta não há vida, em outras palavras há uma cadeia de mortes que ascendem lumes diminutos de vida a brilharem no universo.

     Vejo todos os caminhos levando ao mesmo lugar, não consigo imaginar que uma árvore destinada a viver séculos, um animal mesmo monomolecular por menor que seja com suas funções tão claras na cadeia de relacionamentos, não saiba seu papel prefiro pensar que não somos capazes de compreender seus pensamentos que estamos ainda muito longe do conhecimento e da verdade correndo o risco de até nunca os encontrarmos.

     Sejamos nós homens os mecanismos mais sofisticados da vida o que por seu curto espaço de tempo conhecido e o pouco que sabemos sobre ela não me traz nenhuma segurança que tenha fundamento real, tudo me leva inclusive a crer que no futuro iremos nos deparar com esforços mais e mais sofisticados dessa manifestação do existir onde nosso protagonismo certamente será contestado, uma parte independente de sua importância nunca será o todo.


     Se pensando tropeço na minha inexistência confesso para quem quiser ouvir que este pequeno espaço no tempo onde se projeta minha imagem é um tempo de incontida felicidade por minhas relações comigo mesmo com os outros com a natureza e as obras destes, pode ser um nada, uma faísca no céu infinito, é o todo que tenho e que me preenche por inteiro como um protagonista/diretor de uma película qualquer que vive sua própria imaginária autobiografia.   

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Minha Luta: O Justo Nome Próprio.

     Olho para os lados e o que vejo? A luz que espraia sobre a nossa sociedade tem as características do período do pensamento Clássico, lembre-se que naqueles anos entre o século XVI e o XVIII nas ciências naturais nos dedicávamos a classificar o mundo, o fazíamos para os seus objetos inanimados, para os seus animais e para os seus irmãos na natureza os vegetais, e hoje repetimo-nos apenas alterando o alvo agora são os seres humanos os classificáveis, agrupamo-los pelos mais diferentes critérios e para cada unidade definida geramos políticas, movimentos, opressões e muito ruído nas redes sociais.

     Não os encontrei ainda, dois homens iguais, jogo todas as minhas fichas que não o é por serem poucos em número que conheço e sim porque de fato eles não existem, não tenho resposta ao por que da insistência de estabelecer ilhas isoladas de reivindicações, por cor ou gênero ou sexo ou situação econômica em suas combinações, existem tantos outros critérios formadores de guetos que nossa imaginação cria e a práxis implanta, como considero que todos têm o direito ao justo nome próprio, como seres indivisíveis classificados dentro de uma única regra “ser humano” essa é uma indagação sem resposta.

     Se dividir a complexidade nos ajuda a melhor entendê-la dividir a luta por certo nos enfraquece, sua única utilidade é servir aos pseudo-senhores em sua tentativa de usurpar nossa liberdade ampliando os grilhões de nossa escravidão, enquanto ficamos a remoer nossas dificuldades dentro e fora dos grupos de afinidade, esses senhores tiram todo o proveito que o poder lhes outorga pela fraqueza desta verdadeira torre de babel que se tornou a agenda de nossas reivindicações.

     Respeito total à soberania individual sobre seu corpo e espírito é o que quero para mim e para os outros, assim abrem-se todas as portas para o fim de qualquer tipo de discriminação tornando-se desnecessárias regras adicionais dirigidas por minorias sou a própria minoria e como tal sou também o todo completo e capaz de realizar a minha vocação para a relação libertária com os demais.

     Direito igualitário na distribuição do conhecimento e dos frutos da natureza gerados com ou sem intervenção do homem estende-me a dimensão de integração com o universo eliminando quase que por decreto a violência e me comprometendo totalmente com a construção do bem comum que nada mais é do que o espelho onde todas as imagens do bem pessoal refletem-se.          
        

     Se minha vontade é dedicada aos dois temas acima referidos que me parecem serem capazes de abranger todos os outros, encontro o caminho da justiça que é o respeito do homem para com o homem e com a natureza, essa sim é minha luta a qual devo viver e dar testemunho. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Carol, Múltiplas Janelas Abertas

     O que vejo confortavelmente sentado nas poltronas da sala de exibição é o filme Carol e suas múltiplas janelas abertas, são mulheres fortes, na película quase todas o são independente do seu posicionamento em relação à vida, Carol, sua amiga, sua sogra e a sua nova paixão, os homens fracos sem alma própria são personagens escondidos na fragilidade da casca masculina o que vale tanto para o marido de Carol como para o pai deste, estendido aos pretendentes as graças da jovem balconista da loja.

     Pela janela por qual olha Marx, o filme nos mostra a flagrante diferença de classes entre os trabalhadores das lojas, suas bicicletas e seus sanduíches em singelos apartamentos, contraposta pela vida burguesa com seus carrões sofisticados e jantares em casas espetaculares, comprando trens elétricos de brinquedo para seus filhos que representam muitos meses de salário dos vendedores oprimidos que vemos a partir do simples detalhe da obrigação de usar um gorro de Papai Noel que não lhes agrada, passando pelo aguentar a cara feia de um chefe por uma ligação telefônica recebida até chegarmos à despojada situação econômica em que vivem.

     Já do ponto de vista da janela de Freud por certo o mesmo encontraria uma grande oportunidade de confirmação de suas descobertas ao analisar o Marido de Carol, inseguro, vingativo, chantagista e dependente, destruído pelo controle absoluto da poderosa matriarca que é sua mãe, só a cena do jantar onde a mãe reina absoluta sobre um esposo encolhido e um filho inseguro, dando as cartas e jogando de mão, lhe serviria para exemplificar muitas de suas teses, ela comando os dois na festa sutil de comemoração de uma aparente vitória sobre Carol aí presente.

     Se o voyeur é Tolstoi de sua janela encontra justificativas evidentes para seu anarquismo pacifista e uma resposta maravilhosa com Carol contra o governo representado pelos pares da pretensa justiça, são apenas bonecos entretidos em armações para submeter Carol ao pseudopoder do marido que nada mais é que a opressão da moral social institucionalizada, o que não o conseguem pela força demonstrada pela protagonista ao encontrar a solução do dilema escolher entre a filha amada e o direito a sua opção de vida, aposta na vida como sendo a única que abrirá novos caminhos para a própria filha, sugere ficar sem guarda da mesma desde que com garantia de direito de convívio.


     Gostei muito do filme, um dos melhores entre os atuais, romântico não como conto de fadas e sim pela construção interna de uma convicção do gostar, a jovem com a simplicidade de quem sabe ler-se e como consequência decidir, diz os “NÃO” e os “SIM” adequados a sua vontade interior, mas não param aí seus talentos: mostra-se capaz de gerar as oportunidades, de fazer acontecer seus desejos íntimos com total independência em relação moral vigente, recomendo para os amigos assistir, não vão se arrepender.