domingo, 22 de dezembro de 2013

Me engano, porque eu gosto "I"

     Quando coloco o "I" no título acima, já demonstro minha má intenção, estou declarando que não vou terminar este tema hoje, na verdade apenas vou introduzi-lo, mas nesta linha de confidências esclareço que sendo o texto escrito com base na comunidade de TI, só o é por ser o organismo social no qual estou inserido, oposto que o mesmo adapta-se a tantos outros grupos organizados, senão a todos.

     Lendo "eles fazem de conta que me pagam e eu faço de conta que jogo", cuja origem é uma declaração de um famoso jogador de futebol, imediatamente eu sou tentado a catalogar o texto como folclórico, por puro preconceito a este ramo do entretenimento, devido a sua característica de mais transpiração que inspiração típica do esporte, mas em nossas equipes de desenvolvimento de sistemas essa situação acontece bem mais vezes do que seria desejável supor.

     Partindo do raciocínio exposto na frase "nada é mais contra a vida que a civilização", e comparando o homem de hoje da sociedade "previsão de vida de mais de 70 anos" com o homem da "expectativa de vida de 30 anos" de décadas atrás, não encontro nenhum indicativo que vivemos mais agora, ao contrário o que vejo é criarmos intermináveis mecanismos para não viver.

     Na análise do que é nossa comunidade a vejo muito similar à vida, pois viver nada mais é que resolver problemas, começando pelo primeiro tenho fome, o problema está posto, ou arrumo comida e o resolvo ou estou morto, a similitude aparece quando defino a tarefa básica da comunidade de TI como um eterno resolver problemas.

     Bom, nossa fama de alto grau de fracasso começa por não entenderem a definição acima, sendo muito raro que nos chamem para resolver problemas quase sempre somos convocados a escrever milhares de linhas de código que não fazem nenhum sentido, começamos o jogo perdendo, pois nos preparamos para solucionar problemas e nos colocam a escrever linhas de código, cujo porquê escrevê-las por certo nós não entendemos e mesmo eles não o sabem.


     Imagino que as organizações façam isso apenas para nos manterem ocupados, dentro daquela dinâmica que escrevi antes, baseada em "criar mecanismos para evitar viver". Vou continuar neste tema no próximo post analisando os diversos papéis na área de TI e como estes colaboraram nesta direção, a do engano.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Inovação presa na engrenagem conservadora.

     Não resta dúvida, quando falamos em tecnologia a palavra "inovação" vem a tiracolo, comporta-se como um mantra sagrado, parece impossível qualquer esforço em desenvolvimento de sistemas sem seu componente inovador.

      Por certo já verificamos que a sempre eficiente sociedade conservadora estabeleceu neste caminho um novo negócio, estruturam-se mecanismos de intervenção por parte do governo e da iniciativa privada, criam-se instituições para trazer ao mundo e cuidar desta nova herdeira da tecnologia, porém fazemos uma análise mais profunda e descobrimos que apenas fazem deste modismo o seu ganha-pão, estamos querendo gerar inovação em um mecanismo não inovador.

      Não pretendemos desafiar a voz comum até porque de imediato descobrimos o grande ganho: A tomada de consciência sobre a importância de inovar, porém achamos oportuno refletir um pouco sobre o tema, me parece que a inovação se atinge por talento associado a um conjunto de boas práticas e não por planejar com o objetivo de obter, resumindo, tenho dificuldade de aceitar que inovação seja fruto da simples vontade.  

      Usualmente definida como fazer mais com menos recursos em processos produtivos, ou administrativo-financeiros ou ainda na prestação de serviços potencializando a capacidade de competitividade, podemos concluir que a inovação é inerente ao ser humano, isto é, na verdade o que precisamos é evitar todos os maus hábitos que nos afastam de "pensar" em cada um dos passos que executamos para cumprirmos as metas as quais nos propomos.

      O desafio é este, vasculhar as ferramentas que criamos identificar nelas tudo que afasta seus utilizadores do pensar sua execução, revitalizá-las destinando espaço a incentivar o uso permanente da criatividade nas tarefas independente de seu grau de complexidade, enfim criando um ambiente propício para que a inovação possa aparecer.


      Estamos simplesmente postulando um ambiente de trabalho favorável, onde a comunidade encarregada de executar tarefas as faça exercendo na plenitude o que as caracteriza que é ser humano.