Tinha colocado
tudo a perder minando nas bases uma relação que era publicamente por mim jurada
ser para sempre, de fato está no início do fim a partir dos fatos deste dia,
por simples quebra de confiança, o sempre não existiria mais e desnecessário é
dizer que fui eu que o interrompi, pelo detalhe de ser de minha natureza assim
proceder.
Não poderia ser
diferente antes do sol se pôr estava expulso de casa, pode parecer estranho
apesar de não querer romper a relação eu tinha consciência de que não havia
nada a fazer, minha primeira reação foi sair enlouquecido à procura da outra, a
parceira no momento da quebra do status quo vigente, procurava justificar
dentro de mim tudo como uma paixão fulminante inevitável e estava disposto a
entrar no epicentro do furacão jogar-me de corpo e alma como se envolvido neste
encontrasse minha redenção.
De fato não me
dei conta no momento que também ela tinha quebrado regras, portanto ela lidava
com suas próprias dificuldades, suas relações que me eram totalmente
desconhecidas certamente a colocaram também nas cordas e por óbvio ela tanto
como eu estava distante de encontrar o como justificar-nos, e assim aconteceu,
o que nos uniu nos separou, foi impossível encontrarmo-nos novamente, por certo,
este foi o amor mais perfeito de minha vida nunca tive oportunidade de
maculá-lo.
Alguns dias
depois do emblemático sábado em um motel em pleno meio dia principiamos a
difícil reconstrução da relação conjugal, nunca tinha deixado de amar minha
mulher, menos ainda queríamos abortar a vida em família a qual lutávamos para viabilizar
e assim entre altos e baixos labutamos por isso por uma dezena de anos antes da
separação definitiva, o que envolveu de parte a parte muitas outras histórias e
para ambos a alegria de um segundo filho, de fato ali naquele dia tudo tinha
terminado era só uma questão de tempo.
Talvez o que
tenha tornado mais fácil manter tantos anos a convivência era o fato de que profissionalmente
nossas vidas estavam em alta, viajávamos muito, o dinheiro era fácil e
suficiente para ter um adequado padrão de vida, nunca desconsiderando a minha
característica, teimosamente mantida até hoje, de sempre estar no limite da
insuficiência, nunca acreditei em acumular apostando sempre em disponibilizar o
melhor para quem comigo convive, não sei fazer conta de chegada, sei apenas que
tendo ou simplesmente imaginando a possibilidade de tê-lo, estarei usando tudo no
momento e por certo nunca me preocupei com sua falta futura.
O que me mantém
integro até este momento é saber que todos os partícipes do acontecido deram o
melhor de si em todos os momentos e assumindo as rédeas
de suas individualidades seguiram o plano de suas vidas na busca da felicidade
e muitos e muitos anos na sequência dos fatos seguiram partilhando outras almas
e situações e assim fizeram-se plenos de si mesmos.