Uma
noite especial, ontem foi o dia de revisitar a obra de Tchekhov com seu
maravilhoso conto “Enfermaria número 6”, primeiro na cinemateca Capitólio, no
festival de filmes Tcheco Eslovacos, já adivinharam que chegando em casa me
debrucei sobre o livro que tinha na minha prateleira para mais uma vez reler o
conto.
Ver
estes filmes da década de 60, feitos na Tcheco Eslováquia durante a primavera
de praga, tem sido um privilégio para quem acompanhou de longe aqueles
momentos, começo por parabenizar esta parceria importante entre a diplomacia
destes países e a cinemateca Capitólio.
Final do
século XIX, início do século XX, foi um momento muito criativo na literatura
mundial e entre tantos outros maravilhosos escritores da época Tchekhov tem um
espaço muito especial na análise dos problemas humanos.
Os poucos livros que guardo empilhados aqui em
casa, para relê-los de tempos em tempos intercalados com os mais atuais, me
gratificam em momentos como este da noite de ontem, por certo não dormi
enquanto não terminei a leitura do conto.
Tanto a Capitólio, como a saudosa P.F. Gastal
já tinham me oportunizado viver duas experiências similares, de somar a
experiência especial da leitura com as imagens em movimento do filme.
A
primeira foi com Dostoiévski, no seu lindo livro, poesia pura, “Noites Brancas”,
por sinal, ao ver o filme por sua qualidade em expressar o autor sentia como se
tivesse lendo linha a linha o conteúdo do livro, o que por certo confirmei ao
relê-lo ao chegar em casa.
A
segunda foi com Proust, o filme do livro “A Prisioneira”, um dos meus
preferidos nos sete volumes do “Em busca do tempo perdido”, conseguiu colocar
amplamente o ambiente psicológico-filosófico proposto pelo autor.
A terceira
foi esta de ontem á noite, onde os cinco protagonistas foram extremamente fiéis
a narrativa do problema humano proposta por Tchekhov no entorno da questão dos cárceres
em dos hospitais psiquiátricos.
E o tema
que está sempre por trás dos seus contos, a eterna busca por entender a grande
questão, ainda não resolvida, do porquê da existência humana, tão bem
caracterizada na exposição do dia a dia de pessoas comuns e que por isso são
especiais.
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