sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Tchekhov & Problemas Humanos.

 

               Uma noite especial, ontem foi o dia de revisitar a obra de Tchekhov com seu maravilhoso conto “Enfermaria número 6”, primeiro na cinemateca Capitólio, no festival de filmes Tcheco Eslovacos, já adivinharam que chegando em casa me debrucei sobre o livro que tinha na minha prateleira para mais uma vez reler o conto.

 

               Ver estes filmes da década de 60, feitos na Tcheco Eslováquia durante a primavera de praga, tem sido um privilégio para quem acompanhou de longe aqueles momentos, começo por parabenizar esta parceria importante entre a diplomacia destes países e a cinemateca Capitólio.

 

               Final do século XIX, início do século XX, foi um momento muito criativo na literatura mundial e entre tantos outros maravilhosos escritores da época Tchekhov tem um espaço muito especial na análise dos problemas humanos.

 

                Os poucos livros que guardo empilhados aqui em casa, para relê-los de tempos em tempos intercalados com os mais atuais, me gratificam em momentos como este da noite de ontem, por certo não dormi enquanto não terminei a leitura do conto.

 

                    Tanto a Capitólio, como a saudosa P.F. Gastal já tinham me oportunizado viver duas experiências similares, de somar a experiência especial da leitura com as imagens em movimento do filme.

 

               A primeira foi com Dostoiévski, no seu lindo livro, poesia pura, “Noites Brancas”, por sinal, ao ver o filme por sua qualidade em expressar o autor sentia como se tivesse lendo linha a linha o conteúdo do livro, o que por certo confirmei ao relê-lo ao chegar em casa.

 

               A segunda foi com Proust, o filme do livro “A Prisioneira”, um dos meus preferidos nos sete volumes do “Em busca do tempo perdido”, conseguiu colocar amplamente o ambiente psicológico-filosófico proposto pelo autor.

 

               A terceira foi esta de ontem á noite, onde os cinco protagonistas foram extremamente fiéis a narrativa do problema humano proposta por Tchekhov no entorno da questão dos cárceres em dos hospitais psiquiátricos.

 

               E o tema que está sempre por trás dos seus contos, a eterna busca por entender a grande questão, ainda não resolvida, do porquê da existência humana, tão bem caracterizada na exposição do dia a dia de pessoas comuns e que por isso são especiais.                

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