Este
refrão forte da canção de Gilberto Gil, em seu final nunca consegui ouvir como
meta e sempre como merd..., algum problema psicológico por traz deste fato,
talvez, mas sempre considerei a ideia de perfeição um injusto domínio da razão
sobre os sentidos.
Os
sentidos, que hoje sabemos são muito mais do que cinco, quantidade que a
humanidade ainda não tem condições de definir, são os que alimentam a razão
como atividade extra além da principal que é possibilitar vida.
Já a
razão, super pressionada e influenciada por terceiros, é uma construção
complicada e rebelde aos sentidos, se somos adeptos da vida por sua ação
nefasta corremos o risco de deixar de vive-la.
Perfeito, por si só é uma farsa, quem o define,
com que autoridade, como aplica-lo em tão diferentes experiências de vida senão
como uma experiência autoritária de quem não tem este direito.
Não
nascemos iguais, não tropeçamos em circunstâncias similares, não temos nem
mesmas mortes, ser humano significa uma construção feita com ajuda de todos os
sentidos em reação aos múltiplos acasos.
Temos aí
um trabalho muito particular de cada um de nós, montar este quebra cabeça tão especial
que é cada ser humano, buscando em si como maximizar cada momento da sua existência.
Como
racionais construímos esta dualidade entre o bem e o mal, no dia a dia não há
bem que não contenha o mal, nem mal que não contenha o bem, somos multifacetados
e não duais.
Sempre
que possível devemos fugir deste curral, que são conceitos imputados em cada um
de nós com o propósito de delimitar nossos passos, assim nos tiram a força de
interpretar cada um dos nossos sentidos, nos conduzindo mais para a morte do
que para a vida.
Interpretar
os sentidos não é uma tarefa fácil, complicada ainda mais por um time de
entendidos sempre dispostos a interferir na nossa vida, mas esta tarefa de
grande isenção é tão somente ela que nos possibilita viver em plenitude.
Nenhum comentário:
Postar um comentário