Sem
preocupação pois antes de ser uma sentença é uma simples constatação, sem ansiedade
pois antes de ser um afronte a ética e/ou a moral é uma simples questão de
sobrevivência, ou seja, um mecanismo de defesa a salvaguardar nossa existência.
No ritmo
do andar dos ponteiros que mede os segundos, vamos construindo a nossa mentira pessoal
sobre todas as coisas, se mentimos para nós mesmos como não a propagarmos aos
outros.
Seu
advento em nós, alheio a nossa vontade, deve-se a nossa profunda incapacidade
de reconhecer a verdade, tanto a nossa como a absoluta (se existir uma), o que
nos força a construí-la em forma de uma inocente mentira.
Caso,
por algum fenômeno imponderável, decidíssemos romper este processo de
construção minuciosa dessa intima mentira, que vamos lapidando no tempo transformando-a
em um ato de fé, por certo a vida em nós pelo menos se paralisaria por falta de
chão onde pisar.
Somos de
fato o artista de um único quadro, o da nossa vida, e colocamos todo nosso empenho
nele, buscando os tons adequados das cores para exprimirem tudo o que
construímos sobre nós mesmos.
Muito
mal a nós faríamos se conduzíssemos nossa vida pelo pensamento de terceiros,
estes estão lá com as circunstâncias próprias deles, por certo diferentes das
nossas, portanto para nós inadequadas.
Então
estamos falando de uma virtude, ser mentor de si mesmo, a aderência ao que
chamamos de verdade é substituída por um ato de criação, que quando nosso
principio e fim coexistirem em um mesmo tempo, será nossa obra completa plena
de vida.
Todas as
referências em nosso entorno estão sujeitas aos seus particulares acasos, sendo
sempre referencias do outro a serem respeitadas, nunca indicação para a
completude de nosso viver.
Benvindo ao mundo da constante criação do ser humano maravilhoso que somos ao somarmos nossas fraquezas com nossas fortalezas.
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