Sempre
apenas enxergamos a ponta do iceberg, existe um mar de intenções por traz de
cada ação de outrem por nós visualizada, e nos é completamente vedado navegar
no conhecimento deste oceano.
Claro especulamos,
construímos múltiplas hipóteses, todas elas completamente limitadas por nosso
existir, que é particularmente diferente do outro, logo impossíveis de coincidir.
O
próprio executor da ação, apesar de estar convicto de entender as motivações da
mesma, tem escondido de si mesmo as reais razões de sua realização, somos o
esconderijo perfeito das nossas mais profundas intenções.
Também,
nem todas ações, são executadas para o nosso bem, não que não o queiramos,
apenas nos falta clareza das reais intenções devido ao fato de que sempre somos
insuficientes do conhecimento de nós mesmos.
Caso
você pense que este pensamento é cético, lhe advirto o contrário, é extremamente
crédulo pois nos joga ao encontro de nós mesmos e do outro, escavando as
intenções em nós mesmos e no outro encontramos o conhecimento.
Na
verdade, compreender este mecanismo nos remete a um espirito investigativo, que
por si só, provoca uma grande expansão do nosso eu, rumo ao continuo auto
crescimento, é um processo de universalização do nosso pensar.
Tenho
algumas pistas, de fato sempre temos, do que me faz colocar isto no papel, por
certo são ações de terceiros vividas por mim, que apesar de não conhecer suas
razões, me levam a meditar sobre as contingências do ser humano que somos.
Também
não sei se tal reflexão ajuda, não há nenhuma pretensão nisto, é uma reflexão
intimista que me propus a compartilhar, talvez para cumprir a sentença da nossa
principal vocação, como diria Rainer Maria Rilke, de nos lançarmos em direção
ao outro.
Vamos
esquecer as intenções, a ação está aí exposta, foi útil para mim expô-la, e
caso tenha alguma utilidade para mais alguém me será de muita felicidade.
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