Sempre a
Cinemateca Capitólio a nos disponibilizar imersão em arte pura, desta vez com
apoio das embaixadas das Republicas Tcheca e Eslovaca, uma mostra de filmes de
alta qualidade que nos põe frente a frente com a primavera de Praga nos anos 60.
Ansioso
desde já de ver os filmes desta semana, quero compartilhar esta experiência por
mim vivida na tela grande, confesso que não vi todos, mas os que vi, foram
extremamente gratificantes.
Em
especial quero destacar dois o Eslovaco 322 e o Tcheco Bons Companheiros, temas
muito diversos entre si, mas que nos devolvem a memória de uma época brilhante
do pensamento, da visão de sociedade e da vivência da humanidade, os anos 60.
Podem
sim objetar restrições a minha opinião, até porque tendo participado daqueles
anos, sou suspeito confesso, mas foram horas maravilhosas de imersão em um
cinema critico que se propõe a repensar a humanidade.
Me
senti, e acredito que mexer com a nossa sensibilidade é o objetivo maior da
sétima arte, revivendo toda uma época muito especial, as milhares de perguntas
e tentativas de respostas estavam em particular nestes dois filmes presentes.
O ser
humano aparece nos mesmos em sua potencialidade máxima com tudo que tem de mais
forte e de mais fraco, sempre focado em viver em uma desejada coerência com
sigo mesmo, mesmo consciente do escasso número de certezas em relação a si
mesmo.
A
primavera socialista Tcheco Eslovaca foi um momento extremamente favorável ao
ato de criar, seu cinema demostra isso e deixa seu testemunho para nós nos dias
de hoje, criar é sim possível.
Gosto,
sempre que consigo, sair assim de um filme, motivado, envolvido e transformado,
estes 15 dias de cinema Tcheco Eslovaco tem obtido este êxito comigo, sou muito
grato a estes diretores e atores que tão bem exerceram seu trabalho.
Lembro
também que não foi só lá que esta qualidade de cinema ocorreu, nesta mesma
época estávamos vivendo no Brasil o cinema novo, também de qualidade ímpar,
tempos gloriosos do cinema Francês, italiano e tantos outros.