Caminhante
me deparo dia a dia com vultos, encontro-os frente aos meus passos, encontro-os
avançando em minha direção, cada qual soma detalhes, sempre tão diferentes,
expressando belezas diversas.
Está aí
um momento mágico, cada vulto torna-se uma beleza particular, são formas muito
diferentes, é a diversidade de cada um de nós, e como são belas no seu conjunto
único.
Humano,
por certo cada um destes encontros, representa uma paixão de minuto, paixão
esta que vive na oportunidade e se despede dentro da gente na imediata busca da
outra que nasce com o acaso do próximo encontro.
Tanto insistem
em programar formas perfeitas destinadas a enquadrar os outros em padrões
pré-programados, que nos distraem da beleza de cada um em busca dos defeitos em
relação a forma idealizada.
Estas
molduras, ditas perfeitas, nada mais são do que a necessidade de criar desejos,
e assim satisfazer as necessidades de uma sociedade dirigida ao consumo, na
prática, escravizam quem vê e quem é visto, condenando-os a uma insatisfação
permanente.
As obras
de arte espalhadas pelo passar dos tempos, com seus artistas maravilhosos a
descrever o padrão do seu momento na civilização a qual pertence, nos aponta
para esta diversidade da beleza.
Poder
estar absorvido desta multiplicidade de formas belas compostas por diferentes
idades, raças e gêneros é uma benesse conquistável, sempre que se esteja
liberto do colonialismo dos padrões pré-definidos por necessidades do sistema.
Nós
almejamos o belo e este nos cercará por todos os lados, sempre que possamos
olhar sem os filtros do preconceito, ao nosso alcance há um paraíso ao qual
podemos definitivamente aderir por vontade própria.
A
desconstrução do pré-conceito é uma tarefa de vida toda, não podemos esquecer
que já o carregamos desde o nascer com toda a força que a genética da ancestralidade
exerce sobre nós, ampliada na sequência pelo autoritarismo da educação dita civilizatória.
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