Cada
qual com seu perfil particular e único, armazena lembranças, filtradas por
nossa personalidade individual, por necessidade de sobrevivência, elas mentem
nossa existência.
Sim as
mesmas são escritas e reescritas com o passar do tempo para tornar nosso
presente possível e isso independe de nossa vontade.
Nunca duvidamos
que somos reflexo das circunstâncias ao qual nossa vida é exposta nas mudanças
constantes do calendário, se nunca somos o mesmo isso também vale para nossas
lembranças.
O
próprio fato de existir nos obriga a readaptarmo-nos, esta maquina viva
complexa que somos reconstrói-se neste movimento eterno, porém finito, em todas
as nossas partes, inclusive nas nossas lembranças.
Nada a
condenar nesta mentira que realizamos para nós mesmos, estamos apenas constatando
o fato, e mais, ele é necessário como condição indispensável para viver o
presente, só este jogo fraudado de lembranças permite ser o que somos.
Todo
nosso poder de decisão, o tal livre arbítrio que de livre não tem nada, depende
da analise instantânea de nossas circunstâncias atuais em contrapartida com
infindáveis lembranças de circunstâncias anteriores redesenhadas em nós mesmos
para refletir coerência e unicidade.
Por
certo o temperamento e o humor com que vamos nos construindo vai influenciar o
cuidadoso retoque que vamos dar as nossas lembranças, vão apoiar nossos medos e
nossas ousadias.
Faz
alguma diferença termos consciência deste processo que ocorre em nós mesmos,
sim por óbvio que faz, nos ajuda a ampliar o espirito critico e com isso
decidirmos com mais justiça para com nós mesmos e para com a humanidade.
Gosto deste
conceito, somos ficcionistas de nós mesmos, o que nos permite trabalhar com
muito mais liberdade nosso dia a dia, nos liberta um pouco da opressão das
circunstâncias que nos cercam, ampliando a participação de nossa vontade em
todas as decisões que tomamos.
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